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Ludmilla no Coachella: fãs apontam intolerância religiosa em show e cantora responde!

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(Foto: Divulgação; Reprodução/YouTube)
(Foto: Divulgação; Reprodução/YouTube)

A cantora Ludmilla fez o segundo show no Coachella, festival que acontece na Califórnia anualmente e é um dos mais importantes e relevantes para o mundo da música atualmente.

A apresentação rolou no último domingo (21), e contou com transmissão via YouTube do evento por volta de 23h40 (horário de Brasília).

Rapidamente, durante a madrugada, fãs e internautas — principalmente do X, antigo do Twitter — apontaram intolerância religiosa por parte da cantora por conta de uma frase que surgiu no telão, durante o show.

“Só Jesus Expulsa o Tranca Rua das pessoas”, disse o trecho. O nome “Tranca Rua” se refere à falange de exus, que são entidades comumente celebradas na Umbanda, uma das religiões afro-brasileiras mais populares do nosso país.

Veja tuítes a respeito deste assunto:

“Favela sem filtro”

Rapidamente, quando o assunto tomou conta das redes sociais, a cantora Ludmilla usou, também a rede social X, de Elon Musk, para falar sobre a acusação de intolerância religiosa.

No texto, a cantora de Duque de Caxias afirmou que o trecho “foi retirado de contexto para prejudicá-la” e reforçou que aquela posição “é completamente contrária” a dela.

A voz de “Numanice” contou, ainda, que o vídeo foi feito por uma videomaker preta e periférica, para ser transmitido uma visão interna da favela sem “ser uma versão vitrine importada para gringo achar que esse é um espaço que se reduz a funk, bunda e cerveja”.

Lud enfatizou: “Não me coloquem nesse lugar, vocês sabem quem eu sou e de onde eu vim. Não tentem limitar para onde eu vou”.

Leia íntegra abaixo:

“Quando eu disse que vocês teriam que se esforçar pra falar mal de mim, eu não achei que iriam tão longe. Hoje, tiraram do contexto uma das imagens do video do telão do show em ‘Rainha da Favela’ [faixa parte do repertório], que traz diversos registros de espaços e realidades — as quais eu cresci e vivi por muitos anos, querendo reescrever o significado deles, e me colocando em uma posição que é completamente contrária a minha.

 

‘Rainha da Favela’ apresenta a minha favela, uma favela real, nua e crua, onde cresci mas infelizmente se vive muitas mazelas: genocídio preto, violência policial, miséria, intolerância religiosa e tantas outras vivências de uma gente que supera obstáculos, que vive em adversidades, mas que não desiste. Isso passa por conviver em um ambiente muitas vezes hostil, onde a cada esquina você precisa se deparar com as dificuldades da favela.

 

Meu show começa com uma mensagem muito explícita , que não deixa dúvida sobre nada! Na sequência, eu apresento a realidade sobre a qual esse discurso precisa prevalecer. Sobre uma favela sem filtros, sem gourmetizações, sem representações caricatas, uma denúncia sobre o real. Estou aqui pelo que é real e não essa versão vitrine importada para gringo achar que esse é um espaço que se reduz a funk, bunda e cerveja.

 

Termino meu show com o céu tomado de pipas douradas, que representam a esperança que eu quero plantar no coração de todos que lidam com essa realidade. Esse vídeo foi feito por uma fotógrafa/videomaker negra e periférica, para que tivesse um olhar de dentro para fora. Não me coloquem nesse lugar, vocês sabem quem eu sou e de onde eu vim. Não tentem limitar para onde eu vou. Respeito todas as pessoas como elas são, e independente de qualquer fé, raça, gênero, sexualidade ou qualquer particularidade de que façam elas únicas.

 

Veja aqui:

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