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Entrevista – J Balvin fala de ascensão de Anitta, tretas com Grammy Latino e reggaeton no topo
Com um sotaque quase musicado, típico da região de Medellín, na Colômbia, J Balvin comanda multidões mundo afora. Quando canta, o ritmo acelerado de suas rimas transforma quase que, instantaneamente, em hits mundiais faixas como as que integram o disco “José”, de 2021.
O mais recente projeto do cantor é quem dá suporte à turnê que o trouxe nesta semana, pela primeira vez, ao Brasil. Além de tocar no Rio de Janeiro, ele se apresenta, também, em São Paulo neste sábado (8).
No backstage da primeira apresentação, que aconteceu no Vivo Rio, na capital carioca, o artista colombiano foi um pouco mais econômico nas palavras antes de encarar os fãs — marcas de uma introversão que só se rompe à frente das cortinas.
Uma das grandes estrelas do reggaeton mundial, o artista logo se soltou e deu risada ao falar, minutos antes de subir ao palco, sobre temas espinhosos, o alcance estratosférico de suas produções e dos amigos que fez por aqui — entre eles, a carioca Anitta.
Ao seu lado da Malandra, ele coleciona parcerias, entre elas “Bola Rebola“, produzida pelo duo Tropkillaz. Foi ele o escolhido, inclusive, para fazer o ato de abertura deste sábado junto de Gloria Groove.
Número 1 em paradas da Billboard e nos principais charts do Spotify, onde o próprio Balvin faz morada a cada lançamento, Anitta simboliza, hoje, um fenômeno que é, de fato, inédito.
Na última década, graças ao reggaeton, não só a brasileira pode cruzar as fronteiras como também o público nacional pareceu ceder à resistência linguística, expondo uma série de poros existentes nessa imensa barreira responsável por limitar a circulação de grandes nomes do pop em espanhol.
Balvin, que já circulou à exaustão por países vizinhos como Argentina, Chile e Peru, demorou 13 anos para aterrissar por aqui. Talvez, por isso, observe o alcance de Anitta como algo “extraordinário”.
“Sabe, fico muito feliz e intrigado quando penso que ela fala português, mas trabalha tão bem com o espanhol. Não é algo de todo fácil, mas ela tem alcançado o topo das paradas lá fora em um idioma que não é o seu”, disse ao Papelpop.
“Sempre viro pra mim mesmo e digo: ‘Veja só como funciona bem’. Acho que, agora, o que temos que fazer é seguir trabalhando muito para que ela siga crescendo no nosso mercado”, analisou ele, por telefone.
“Acho que a música é uma linguagem dupla, ao mesmo tempo singular e universal. Então, não me parece que o lugar específico de onde venha o importante é sentir a energia, que você sinta, sobretudo”, completou Balvin.
Esse avanço do movimento é considerável e se reflete, inclusive, nas decisões da Academia Latina de Gravação. Desde 2019, a academia passou a incluir categorias no Latin Grammy que se dedicam a contemplar os gêneros urbanos.
Lá atrás, quando isso parecia uma realidade distante, J Balvin foi um dos primeiros artistas a cobrar atenção e a lembrar o impacto cultural das canções que produz ao lado de colegas, como Ozuna, Bad Bunny e Anuel AA. Mas nem tudo saiu como o esperado….
Os vários desabafos que fez renderam críticas por parte de seus pares e o envolvimento em uma série de imbróglios — o mais famoso deles, com o rapper dominicano Residente, membro do grupo Calle 13, que comparou sua música a um carrinho de hot dog.
Questionado se as indicações deste ano o deixaram totalmente satisfeito, Balvin se disse mais ponderado – um reflexo também do que prega em seu disco mais recente, um projeto que leva seu nome, um símbolo de legado, sinceridade e transparência.
“Para ser sincero, eu estou em um momento de analisar as coisas com muito mais cautela e não sair por aí falando por falar. Não tive a oportunidade de analisar bem as listas, mas acho que as coisas têm caminhado cada vez mais para um panorama otimista, favorável ao que defendemos”, explicou.
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O show de J Balvin em São Paulo acontece no Allianz Parque Hall, em São Paulo. Os últimos ingressos para a apresentação ainda estão disponíveis neste link. O álbum “José” está disponível em todas as plataformas digitais.