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Análise – “Sintonia” encara perspectivas amadurecidas e reacende mazelas na terceira temporada
A terceira temporada de “Sintonia”, série original da Netflix produzida pelo Kondzilla, chegou para marcar um salto na maturidade da trama, com destaque ao enredo — que vem intensificando a narrativa individual de Nando, Rita e Doni, ao mesmo tempo que mantém a harmonia e o laço de cumplicidade entre eles.
É o cantor quem abre a nova leva de seis episódios, que estreou nesta quarta-feira (13). Com uma turnê de sucesso na Europa, Doni vive, agora, noitadas em Paris, na França, e se apoia em looks vibrantes e bastante volumosos para ostentar toda a grana de uma carreira bem sucedida. No entanto, o funkeiro não deixa a superfície de sexo e drogas de lado e, neste momento, o protagonista perde espaço para a coadjuvante, MC Luzi, interpretada pela atriz e cantora Fanieh.
A funkeira vem evoluindo na série, preenchendo um bom espaço na trama (já logo nos primeiros dois episódios) e roubando os holofotes de Doni, que começa a flopar. A estagnação de sua carreira o leva a descontar frustrações em substâncias químicas e álcool, apresentando alguns abalos na saúde mental do artista.
Com altas doses de violência e autoritarismo (também nos primeiros capítulos), Christian Malheiros colocou Nando em um território de poder, mas com reflexos da vulnerabilidade. Enquanto encara a precisão de um chefe do tráfico, se associa a novas emboscadas para — só então — “mudar de vida”. Este desejo, talvez, seja o maior dos empasses do personagem que, de cara, levará o destaque da temporada mais uma vez.
Rita, por sua vez, também se depara com alguns desafios cristãos logo no início da trama. Além de ignorar o ex-varão Levi, o filho do pastor que foi impedido de se relacionar com ela, a garota entra na corrida eleitoral para ocupar o cargo de vereadora e representar a igreja, mas acaba sofrendo leves intimidações por parte de seu concorrente — um pai de família da igreja.
A personagem, também amadurecida, mostrou que a fila andou e se aproximou de Formiga, que deixou o crime e se converteu à igreja no final da segunda temporada. O namoro foi autorizado e abençoado pela pastora, mas não pelos roteiristas.
Assim que a relação é oficializada, a Vila Áurea sofre uma invasão policial e o varão é detido pelo homicídio que estampou o rosto de Nando para o país. Ao não encontrar registros da captura do namorado em nenhuma delegacia, a vereadora não dá ouvidos a Nando, que tenta negociar propina com a polícia para a soltura do amigo, e expõe todo o caso nas redes sociais.
Com a fúria e objetivo para conseguir justiça ao namorado — que não assumiu o crime — este pode ser o gancho perfeito para reviver a personagem que vinha se apagando da trama.
*A Netflix disponibilizou os dois primeiros episódios previamente para o repórter conceber este texto.