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Em festival, Caetano Veloso canta clássicos de “Transa” e fala sobre época em que viveu em Londres
Caetano Veloso abriu as portas de seu estúdio mais uma vez neste fim de semana para uma conversa franca com curadores do festival Cultura Inglesa. O evento, realizado à distância, convidou o cantor para relembrar os tempos em que morou em Londres, exilado após ser preso por oficiais da ditadura militar.
“Na minha cabeça, na verdade, eu vivi [o período em que esteve na Inglaterra] como parte da prisão”, diz. Questionado sobre enxergar eventuais similaridades entre o período do regime e o isolamento imposto pela pandemia, ele afirma existirem diferenças. “É curioso porque, evidentemente, é muito diferente estar em Salvador e não poder sair da cidade e estar num país estrangeiro sem poder voltar para o seu país”.
Precursor do Tropicalismo, o artista também falou sobre a experiência de tocar violão, habilidade que só desenvolveu graças à intensa criação que manteve no Reino Unido e o apoio de parceiros gringos.
“Em gravação, em estúdio, eu não tocava. Não tinha nível de execução. Mas os ingleses achavam meu violão interessante, eles diziam que era bom gravar assim mesmo, que não achavam que o nível era baixo. Era original e ninguém ia tocar como eu. Isso foi bom, passei a tocar em estúdio, toquei em Londres e aqui no Brasil, quando voltei”.
Além da conversa, comandada pelo poeta, escritor e compositor Felipe Franco Munhoz, Caetano interpretou na ocasião 4 faixas. Entraram no set “If You Hold a Stone” e “London, London”, do LP “Caetano Veloso” (1971), além de “Nine out of Ten” e “It’s a Long Way”, ambas do disco “Transa”. Este último, prestes a completar 50 anos, foi descrito como um dos trabalhos que tem maior apreço.
“Não que eu ouça [com frequência], mas é um dos meus discos preferidos”. Assista abaixo a íntegra.