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NEW YORK, NY - JUNE 29: Sam Smith performs at Madison Square Garden on June 29, 2018 in New York City. (Photo by Michael Loccisano/Getty Images)
música

Já vimos o show do Sam Smith; saiba o que esperar do Lolla Brasil

Desde que Sam Smith apareceu com o hit “Stay With Me” e contou que sua música era fruto de um pé na bunda que tomou de um boy só porque ele era gordinho, muita gente resolveu colar no rapaz o rótulo de “a Adele gay” — só porque Adele contou a mesma história sobre seu primeiro álbum de sucesso.

Este repórter que vos escreve era uma dessas recalcadas que tinha ranço da dor de cotovelo do Sam Smith, eu assumo. Mas depois de ver o show da turnê “The Thrill of it All”, a pedido do Papelpop, dias atrás aqui em Nova York, tudo mudou.

Foi o cantor pisar em seu belíssimo palco em forma de triângulo isósceles, com um telão circular e uma pirâmide ao fundo, e dar aquele sorriso cativante de como quem diz “ai, gente, não acredito que vocês vieram aqui só pra me ver”, que este coração de pedra se derreteu em lágrimas.

E não foi por causa de decepção amorosa nenhuma. O que emocionou foi apenas o fato de um cara como Sam Smith existir, sendo gay assumidamente, e estar ali lotando estádio, cantando para gays e heteros sobre desilusões amorosas. E, melhor de tudo, todos se identificando.

Feito o mea culpa, agora faço uma lista com os cinco pontos altos da performance de Smith que vocês não podem perder.

1 — He’s way too with good-byes

A música “Too Good At Goodbyes” me deixou encantado. Afinal de contas, você não espera que um cara que certa vez levou um pé na bunda seria tão bom assim em dar adeus pros boys. Mas parece que Sam Smith fez, ao mesmo tempo, a calejada e a empoderada. Basta ver o quanto ela tem arrasado em seus posts no Instagram, vestindo robe de seda ou simples saltão vermelho. A música é gospel e poderosa e ao vivo funciona bem melhor que no disco.

2 — Baby, he’ll make you crazy

E já que o assunto é o repertório do álbum novo, minha mais nova música favorita de 2018 é “Baby, You Make Me Crazy”. Não só porque é daqueles músicas românticas que dá pra cantar dançando, mas também porque este é um dos vários momentos em que Sam Smith mostra sua generosidade no palco e deixa seus maravilhosos backing vocals cantar metade da música sozinhos enquanto ele sai pra trocar de roupa.

3 — He’s not the only one

Não foi apenas nos hits novos que Sam Smith mostrou que segura a plateia nas mãos. Outro grande momento do show vem na terceira música, quando ele joga “I’m Not the Only One”. No final da música, ele fez à capella, no gogó, no poder. A plateia não se fez de rogada e cantou também à capella. Com aquele sorrisão fofo, que você pode ver no vídeo abaixo, ele terminou dizendo: “I fucking love you!”, tipo um “Eu amo vocês pra caralho!”

4 — Ah, ele tem um Oscar, né?

Um dos pontos altos da carreira de Sam Smith foi quando ele venceu o Oscar por “Writing’s On The Wall”, tema do filme “007 Contra Spectre”. Muita gente disse que esse foi um dos temas de James Bond mais fracos da história da franquia. Tudo mentira. Quando o cantor surge no meio do palco, toda diva, olhando para o telão circular que lembra a abertura dos filmes da série, todo mundo entende porque ele ganhou aquele Oscar. A música cresce ao vivo e você entende o poder.

5 — Oração

“Pray” é uma música que está bombando na trilha da novela “Segundo Sol”. Agora imaginem ao vivo? É aquele tipo de música em que Sam Smith mostra como sua voz é potente e versátil. E… sexy. Sim, o gordinho, que agora não é mais gordinho, aliás, quando canta com a voz grave deixa as gays e as minas todas bem alteradas. E ele ri, todo sem graça, como se ainda não sentisse que é tudo aquilo. Mas é puro número, porque lá pro final ele diz pra todo mundo, em alto e bom som, caso alguém tenha esquecido: “Sou um homem gay muito orgulhoso!” E que faz todo gay se sentir, senão orgulhoso, com vontade de ser como ele. E só por isso a existência de Sam Smith já valeria.

Não perca o show do Sam Smith no Lollapalooza Brasil porque vai ser fileira de hits e carisma. Tenho certeza que os brasileiros irão cantar três vezes mais que os gringos.

[colaborou: James Cimino]

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