música

Lolla BR 2025: Alanis Morissette faz show comovente, com vocais irretocáveis e sabor a anos 1990

Em 1996, a cantora canadense Alanis Morissette veio ao Brasil pela primeira vez para divulgar seu disco de estreia. “Jagged Little Pill” ainda não tinha recebido o status que possui hoje, passadas três décadas.

Uma vez cultuadas, suas canções passaram não apenas a fazer parte do imaginário coletivo, sobretudo feminino, mas também a integrar importantes momentos da música. Foi o caso do festival Lollapalooza, neste sábado (29).

Em mais uma bem-vinda rodada de festejos do álbum, que vive a plenitude de sua vida adulta, Morissette dispensou aparatos dos quais a maioria de seus colegas, dentro e fora do Lolla, fazem uso indiscriminado.

Ao optar por uma apresentação que se calca única e somente na crueza do rock, a artista se mostrou uma artilheira que sabe como fazer bons gols em uma competição com adversários não necessariamente piores, mas bem menos experientes.

Ela entrou em jogo num dia com novos nomes do pop que são sucesso nas redes sociais e, com sorte, também no streaming. Tate McRae, Benson Boone, Teddy Swims e outros.

Às 20h10, horário em que estava prevista sua apresentação, o público se dividia: os mais jovens corriam em direção ao palco Budweiser, esperançosos para assistir ao retorno de Shawn Mendes, o grande headliner da noite. Neste momento, o cantor se mostra mais aberto em relação à própria sexualidade e surge mais livre em cena.

Já no palco Samsung, uma multidão de casais enamorados, famílias completas e um público composto sobretudo por mulheres na casa dos 30+ cantavam os maiores sucessos da carreira de Alanis. Da simplicidade de “Hand In My Pocket” aos questionamentos obstinados de “Ironic”, não foi difícil imaginar quais são as razões pelas quais ainda hoje suas canções se mantém tão frescas.

Pautada pelos ideais da boa música, isto é, da construção de repertório formado por faixas que, com o passar do ano, enterram naturalmente sucessos instantâneos e esquecíveis inflados em streaming, até mesmo sua insterpretação de canções “lado B” como “Smiling”, “Rest” e “Sorry to Myself” se espandiram — sobretudo a partir de sua fusão com sucessos de karaokê como “Head Over Feet”.

Os vocais de Morissette, tão potentes quanto os da turnê de “Jagged Little Pill”, refletiram a expectativa do público que, acompanhando-a sem tréguas ou espaço para muita conversa, entoaram as 22 faixas do repertório.

Em “You Oughta Know”, clássico incomparável entre seus singles, as cores quentes do telão e a companhia da plateia pareciam projetar os desconfortos românticos passados por uma das vozes mais disruptivas do século XX.

A catarse final veio após o bis, com a sequência “Uninvited” e “Thank U” — provas inegáveis da permanência irretocável de Alanis Morissette no fluxo do tempo, imune aos seus filtros e armadilhas. Vê-la em cena, de fato, pede agradecimentos.

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