Agora você pode adicionar o PapelPop a sua tela inicial Adicione aqui
Manuela Dias fala sobre vilania de Odete Roitman em remake de “Vale Tudo”: “Será diferente”
Em sua primeira entrevista sobre o remake de “Vale Tudo” (1988-1989), divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo na noite do último domingo (13), Manuela Dias comentou a construção de Odete Roitman e sua vilania para as telinhas dos dias atuais.
“Odete seguirá sendo uma vilã, mas sua vilania está muito ligada ao momento”, disse a autora. “’Vale Tudo’ foi a novela da volta da democracia, e naquele momento falar mal do Brasil, ou poder falar mal, era resistência, era revolucionário, era novo. Hoje não é mais. A gente está saturado disso”.
“O novo é encontrar maneiras de transformação. Odete não aponta caminhos, mas será diferente. Não só ela. Torcíamos para Heleninha beber, dançar e quebrar tudo. Hoje, sabendo que ela é uma doente, vamos torcer?”, acrescentou.
Ela explicou que busca “um espaço que une as pessoas de direita e de esquerda, de diversos grupos identitários” com a nova versão da novela, pois “mesmo com nossos embates, estamos muito mais juntos do que parece”.
“A gente precisa saber que 68% dos brasileiros entendem que família não é pai, mãe e filho, mas um núcleo unido por amor, ou seja, relações homoafetivas também. O Brasil é um país antiarmamentista, mesmo com a alta da direita. As mulheres entendem que vão acabar mortas em casa. Me interesso por um Brasil mais unido e busco isso”, comentou.
Quando questionada sobre “o que a personagem pode ou não falar”, Dias respondeu que “não é questão de poder”: “[O autor original] Gilberto Braga, com Odete, estava extrapolando a válvula de escape de poder criticar o Brasil exacerbadamente”.
“Hoje, provocar os mesmos efeitos não implica usar os mesmos recursos. Odete era julgada por ser sexualmente ativa aos 60 [anos]. E hoje? Não estou dizendo que ela vai ser feminista, mas são diferenças”, complementou.
O remake de “Vale Tudo” tem estreia prevista para 2025 na TV Globo, com Taís Araujo e Bella Campos nos papéis de Raquel e Maria de Fátima, mãe e filha, respectivamente. O restante do elenco ainda é um segredo guardado a sete chaves.