Conselho bom é conselho dado: “Xógum: A Gloriosa Saga do Japão” pode ter passado despercebida em meio a tantas produções lançadas ao longo do ano e não ter entrado na sua lista, mas definitivamente merece sua atenção.
A primeira temporada do drama recebeu 25 indicações ao Emmy e venceu 18 delas, tornando-se a mais premiada de 2024 e dos 76 anos de história da honraria no último domingo (15). “John Adams” era o recordista até então, tendo conquistado 13 troféus com apenas uma leva de episódios em 2008.
Entre as estatuetas de “Xógum” está a de Melhor Série, que, antes disso, só havia sido concedida a projetos falados majoritariamente em inglês. “Round 6” chegou perto desse feito ao ser indicado em 2022, mas acabou perdendo para “Succession”.
“Xógum” também fez história nas categorias de Melhor Ator e Melhor Atriz, transformando Hiroyuki Sanada e Anna Sawai nos primeiros atores japoneses com Emmys graças a suas performances como o Lorde Toranaga e a Lady Mariko, respectivamente.
Todo o frenesi em relação à série na maior e mais importante premiação da TV se explica por sua narrativa, visuais, atuações e outros elementos trabalhados com rigor técnico enquanto mostra uma disputa pelo poder no Japão feudal.
A história se passa no início do século XVII, quando o piloto britânico John Blackthrone, personagem de Cosmo Jarvis, naufraga no litoral japonês e se envolve nas questões políticas locais. Seu intuito é tomar o poder de influência dos inimigos de sua fé protestante, os portugueses jesuítas, na elite e no comércio de lá.
Ele, no entanto, se depara com um grande conflito devido à morte do Taikō reinante em Osaka. O regente deixa um herdeiro jovem demais para ocupar seu cargo, então Toranaga e outros quatro lordes formam o Conselho de Regentes para governar enquanto aguardam que a criança atinja a maioridade, mas brigam para ser a maior autoridade do Japão.
A trama pode lhe parece familiar, afinal, “Xógum: A Gloriosa Saga do Japão” readapta um livro homônimo publicado pelo escritor britânico James Clavell em 1975. “Readapta” porque, em 1980, o estúdio Paramount fez uma minissérie de cinco episódios baseada na mesmíssima obra.
A primeira adaptação também se destacou à sua época, sendo considerado o programa de ficção mais caro já feito para a TV e o mais assistido até então. Além disso, levou três dos 14 prêmios que concorreu no Emmy de 1981.
A versão de 2024 foi criada pelos estadunidenses Justin Marks, indicado ao Oscar por “Top Gun: Maverick” em 2023, e Rachel Kondo para o canal FX e o streaming Hulu. Apesar de as mentes e o dinheiro por trás virem do Ocidente, há uma predominância japonesa quando se trata de elenco, idioma e narrativa.
Além dos já mencionados Sanada e Sawai, Tadanobu Asano, Takehiro Hira, Hiroto Kanai, Moeka Hoshi, Tokuma Nishioka, Shinnosuke Abe, Yuki Kura, Fumi Nikaido e outros atores do Japão participam da produção.
Se ficou curioso, você já pode encontrar todos os dez primeiros episódios de “Xógum” no catálogo brasileiro do Disney+ e dar play para acompanhar “a gloriosa saga do Japão” — que, segundo o Deadline, ganha mais duas temporadas em breve.
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