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Pocah entrega primeiro álbum da carreira e aquece para Rock in Rio: “Que seja uma experiência inesquecível”
Para Pocah, “tudo acontece no tempo que tem que acontecer”. A filosofia se aplica perfeitamente ao fato de seu primeiro disco de estúdio, intitulado “Cria de Caxias”, somente chegar ao mundo 14 anos após o início de sua carreira musical.
“Uma coisa é certa: se eu tivesse lançado um álbum antes, eu jamais teria tido a maturidade para abordar os assuntos que abordei e da forma que abordei hoje”, explica a cantora fluminense em entrevista concedida ao Papelpop.
No projeto inédito, disponibilizado na noite da última terça-feira (03), ela resgata suas raízes em Duque de Caxias e mostra o caminho trilhado até seu sucesso a nível nacional. A trajetória é dividida em três atos, representando fases distintas de sua vida pessoal e profissional: MC Pocahontas, Pocah e Viviane.
“Foram 14 anos de altos e baixos. Hoje, com mais maturidade, eu percebo que tudo foi importante para chegar até aqui e tenho muito orgulho do que conquistei. Sou uma mulher, preta e periférica que vive da arte e posso oferecer o melhor possível para minha família. Sou vitoriosa”, reflete.
“Cria de Caxias” reúne 14 faixas — uma coincidência com o tempo de atividade na cena ou não — com diferentes sonoridades, incluindo parcerias com MC Kevin O Chris, L7NNON, Tropkillaz, Slipmami e mais nomes.
O funk está muito presente no repertório, principalmente no bloco MC Pocahontas. “Só de Raiva”, colaboração com Tati Quebra Barraco e Rebecca, talvez seja o melhor exemplo disso, pois é raiz, carrega uma energia de baile de funk e um deboche de quem “infelizmente gosta de homem”.
“Gostar de homem é um sofrimento. Eu falei: ‘Cara, tem que ter uma música falando sobre esse sentimento, sobre esse descontentamento com a raça macho’”, conta Pocah.
“Não é que eu não goste de todos os homens. Eu até sou casada com um e amo muito o meu divo [risos], mas, ô, raça difícil. Quem discorda, discorde aí na sua casa, mas eu vou contar a minha experiência através da música”, completa.
Na contramão, o ato Viviane chega com “Nunca Tá Bom” embalada por um violão e um mantra voltado à pressão da fama, aos haters e às críticas que a artista encara em sua carreira: “É melhor fazer, se de qualquer jeito vão falar”.
“Eu li um livro da minha amiga Gabi Lopes que teve uma frase que ficou em muito em mim: ‘Antes feito do que não feito’. Levei isso pra mim. Eu não posso me deixar influenciar pelas falas dos outros porque, no fundo, eu sei quem eu sou, o que eu quero e o meu potencial”, afirma.
“Vitória” encerra o disco e também entrega outro som, sendo dedicada à filha de Pocah, Vitória, e tendo uma participação da mesma. “Ela é fãzona do meu trabalho. É claro que ela não tem acesso a tudo que eu lanço, mas o que é permitido para a idade dela, ela gosta”, diz a mamãe.
“Vendo outros artistas estarem presentes [no álbum], ela falou que também queria estar e eu atendi esse desejo dela. A faixa ‘Vitória’, que fiz com todo o meu coração para ela, é a minha favorita. Ela abrilhantou ainda mais”, acrescenta.
“Cria de Caxias” deve ganhar ainda mais vida no Espaço Favela do Rock in Rio deste ano, onde Pocah se apresenta no dia 20 de setembro. Ela promete um espetáculo inspirado no projeto e que brinca com as eras musicais exploradas nele.
“Estou tendo ideias muito bacanas para esse show. Quero entregar algo que, de fato, seja uma experiência inesquecível para quem estiver lá curtindo. Mas isso são surpresas que vocês só vão poder conferir no dia”, conclui a cria de Caxias.