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Liniker: como a cantora chegou ao alter ego CAJU sendo um dos melhores nomes da geração

música
(Foto: Rony Hernandes/Divulgação)
(Foto: Rony Hernandes/Divulgação)

Está chegando a hora de conhecer “CAJU“, o segundo disco solo da cantora Liniker.

Previsto para chegar ao streaming nesta meia-noite (19), a obra reafirma o compromisso da artista com a música brasileira em um projeto que dá continuidade à narrativa iniciada em “Índigo Borboleta Anil” (2021), premiado álbum que lhe garantiu um troféu no Grammy Latino, em 2022. 

Agora, se junta a um time estrelar de amigos que incluem Lulu Santos, Pabllo Vittar, BaianaSystem e AnaVitoria, entre outros, para compor 14 faixas que só fazem expandir sua poesia.

Antes de responder à pergunta “Quem é Caju?”, o Papelpop propõe outro desafio: revisitar pontos altos de sua trajetória que foram construindo a persona artística que tanto amamos.

Abaixo, você faz um esquenta para a estreia relembrando grandes momentos da trajetória de LiLi, uma voz potente para as comunidades queer e preta do Brasil.

Vamos embarcar nessa viagem? 

A estreia

Liniker surgiu em 2015 sendo confundida com o cantor Yantó — que também se chama Lineker nos documentos. Era só uma letrinha que separava o nome das artistas e gerava confusão entre o público, detalhes que não prevaleceram já que sua voz foi rapidamente cravada no imaginário coletivo.

Com “Zero” e “Louise du Brèsil”, a artista mostrou a que veio e firmou uma importante parceria com a banda Caramelows, de quem falaremos a seguir. Um debut para ninguém colocar defeito!

Caramelows

A banda já mencionada fez parte de um importante capítulo da história de Liniker. Foram dois discos lançados em colaboração e um sem fim de shows pelo Brasil e o mundo, que pouco a pouco lapidaram sua sonoridade.

Após encontra tônica em “Remonta” (2016), o seguinte “Goela Abaixo” chegou em 2019 em meio a gravações realizadas na estrada, enquanto a trupe passava por países como Alemanha e Portugal. Solar, o registro assume nas palavras da própria uma essência “feminina, transgressora e libertária” que deixaria tanto um gostinho de quero mais quanto a porta aberta para uma carreira solo digna de grandes feitos.

“Flutua”

As colaborações feitas por Liniker são várias e, porque não, também incomparáveis. Além de cantar com Céu, Elza Soares, Gaby Amarantos, Péricles, Mahmundi e Fransciso el Hombre, a artista entregou vocais ao lado de Johnny Hooker na faixa “Flutua”.

Com um clipe lançado na noite de Natal do ano de 2017, a música se transformou em um hino de resistência LGBTQIAPN+, capaz de reposicionar a artista muito além da representatividade trans. Com sua voz potente, ela firmou aqui um compromisso com a sensibilidade, algo que nos permite amar e ser amados.

Estreia solo

Um ano após a dissolução do grupo Liniker e os Caramelows, chegou às plataformas de streaming o LP “Indigo Borboleta Anil”, em setembro de 2021. Já mencionado no início deste texto, a obra trouxe colaborações com Milton Nascimento e Tássia Reis, além de apresentar um som mais maduro da cantora e compositora.

Com “Baby 95” e “Psiu” no repertório, o projeto lhe abriu portas e ainda permitiu que se explorassem sonoridades. Estas vão do samba ao rock, passando ainda pelo hip hop e jazz. Trata-se de uma ode às origens, à família e também a quem ela vinha se tornando. Os prêmios, a partir de então, foram apenas uma consequência.

Grammy Latino

Em 2022, Liniker se tornou a primeira mulher transexual brasileira a vencer o Grammy Latino, o principal prêmio de música do continente. O troféu foi concedido na categoria Melhor Álbum de Música Popular Brasileira, contemplando o referido “Índigo Borbolera Anil”.

“Sou uma cantora, compositora, atriz brasileira. Hoje algo histórico acontece na história do meu país. É a primeira vez que uma artista transgênero ganha um Grammy”, afirmou à ocasião, emocionada e ovacionada. “Muito obrigada a toda minha equipe que esteve comigo desde o começo, sonhando junto comigo. Estou muito feliz”. Não poderia ter sido diferente!

“Manhãs de Setembro”

Além de cantora, Liniker se destacou como atriz ao aceitar um convite para estrelar a série “Manhãs de Setembro“. Na trama, ela interpreta Cassandra, uma mulher transgênero que conquista sua independência e sonha em ser cantora. Sua vida vira de cabeça para baixo quando descobre que tem um filho.

Na segunda temporada, a sensação de descontrole se aprofunda e a protagonista vive apertos econômicos e turbulências com Ivaldo, enquanto se aproxima de Ruth, companheira do pai Lourenço (o filho!). Densa e delicada, a produção tem ainda no elenco Karine Teles e é imperdível. Está disponível no Prime Video!

Prestígio e imortalidade na Academia Brasileira de Cultura

Em novembro de 2023, Liniker se tornou a primeira pessoa trans imortal pela Academia Brasileira de Cultura. Hoje, ela ocupa a cadeira de número 51, que antes era de Elza Soares. Durante a cerimônia, realizada no Rio de Janeiro, ela foi às lágrimas e destacou a importância de ocupar um lugar como tal.

“Estar em pé no Brasil, sendo uma travesti preta, é muito difícil. Ser a primeira vez que uma travesti é empossada na Academia Brasileira de Cultura é muito importante e é fundamental pra cultura do nosso país, que abre esse mapa de diversidade e excelência”, afirmou. Todos os aplausos para ela, que merece!

***

Agora, é hora de trilhar novos voos musicais. “CAJU”, o segundo disco solo da artista, chegará nas primeiras horas deste 19 de agosto. Até agora, conhecemos a sonoridade de “TUDO”, single que mistura afrobeats à sons nacionais.

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