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Sinéad O’Connor estava finalizando disco quando morreu, diz produtor
Uma reportagem publicada pela revista Rolling Stone en Español dá conta de que a cantora Sinéad O’Connor finalizava um disco inédito quando morreu, em julho de 2023. Intitulado “No Veteran Dies Alone” [“Nenhum veterano morre sozinho”, em tradução literal], a obra era fruto de um trabalho de cinco anos ao lado do produtor irlandês David Holmes, um projeto “emocional e realmente pessoal”, conforme revelou o próprio.
“Holmes comprovou de imediato a intensa dedicação de O’Connor ao seu ofício quando escutou que chamavam em sua porta em Belfast, às 9h da manhã. O’Connor disse que estava tão emocionada com a canção que havia composto em casa, no meio da noite, que pegou a estrada para trabalhar nas primeiras horas do dia. ‘Ela me disse ‘Não conseguia dormir, eram 3h da manhã e vim’. Deve ter ficado na porta por horas, me esperando”, diz um dos trechos da conversa.
O produtor também reproduz trechos de conversas que teve com a artista, morta aos 56 anos. “O’Connor dizia ‘Levo tempo para compor uma música, mas quando está pronta, sei que vale a pena’. Tomei a decisão de nunca pressioná-la. Tudo foi feito dentro de seus próprios termos”, afirmou.
“Depois de gravar uma voz, ela sempre comia um sanduíche, tomava uma taça de chá e logo voltava para Bray [vila no condado de Berkshire, na Inglaterra, às margens do rio Tâmisa]”, prosseguiu. “Ela estava emocionada com o disco”.
Até o momento, não se sabe quais são os planos da família em relação ao material, que conta com oito canções. “Com prazer, farei o que me digam. Como qualquer artista, Sinéad sofria de insegurança, mas sabia que as pessoas a amavam. Isso realmente a fazia sorrir e a animava. Provavelmente, foi a primeira pessoa que conheci e que foi cancelada, pagou um preço alto por isso. Mas, também era uma sobrevivente, uma guerreira. Isso nunca a deprimiria”, disse Holmes.
Causa da morte
O’Connor morreu em 26 de julho de 2023, em decorrência de asma e de uma doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). O quadro estava combinado ainda a uma infecção no sistema respiratório, conforme revelou a autópsia realizada em seu corpo e divulgada ontem (29), um ano depois de sua partida, pelo jornal The Irish Independent.
A princípio, a perícia não tinha revelado os motivos que levaram O’Connor a óbito, embora a polícia já garantisse que não se tratava de um caso suspeito. Em janeiro de 2024, circulou a informação de que seu falecimento tinha se dado por causas naturais, o que agora foi também descartado.
Seu último LP, “I’m Not Bossy, I’m the Boss”, foi lançado em 2014.