O astro Paul McCartney anunciou, no último mês, que retornará ao Brasil em outubro para uma rodada final de apresentações da turnê “Got Back“. Você, certamente, sabe que no ano passado ele também fez paradas nacionais com o mesmo espetáculo em cidades como Belo Horizonte, Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro.
Os veteranos, claro, são sempre bem-vindos, mas além de Paul, outros nomes como Coldplay e Bruno Mars têm se tornado figuras recorrentes em line-ups e cartazes — tanto ao ponto de o cantor norte-americano, por exemplo, ter quebrado o recorde de artista gringo que mais vezes tocou no país com uma mesma tour: serão 15 shows pelo país.
Com tantos cantores e bandas formadas por homens aterrissando, resta a dúvida: quais seriam as musas que, tendo ou não alguma razão específica, nunca pisaram no Brasil? Opções, é claro, não faltam!
O intuito do seguinte texto, nem de longe, é gerar algum tipo de hate para os queridos, tá? Ao contrário: quem sabe potenciais contratantes não tenham suas memórias refrescadas, né? Estamos sentados, esperando o momento que as divas vão nos notar!
Tava tudo certo pra ela chegar ao Brasil, no finzinho de 2012. Os shows aconteceriam no Rio, em São Paulo e Porto Alegre, mas… Fiona Apple tinha uma cadela, Janet, de 14 anos, que lutava contra um tumor no peito. Dias antes da viagem, seu estado de saúde se agravou e a cantora, que tem uma relação extremamente afetiva com seus animais de estimação, não pensou duas vezes: cancelou todas as datas da turnê latino-americana pra estar com ela.
Foi um trauma, claro, mas por uma causa nobre. Em uma entrevista recente, Apple revisitou o episódio e afirmou que gostaria de compensar os fãs brasileiros após o incidente. Quem é fã sabe que ver a artista ao vivo é algo raro, mesmo em tempos de calmaria. O último disco, “Fetch the Bolt Cutters” (2020), foi aclamado mundialmente, venceu Grammys, mas nem sequer chegou a ser apresentado na estrada. Quem sabe numa próxima?
Nome mais emblemático desta lista, Cher faz parte de um panteão de grandes divas, mas destoa quando se questiona quais delas já passaram por aqui em turnê. Pra não ser injusto, ela esteve no país em 2015, quando participou de um evento beneficente para angariar fundos ao combate contra AIDS/HIV. Foi só um oi e tchau.
Mais tarde, em entrevista à Veja, a postar foi questionada sobre os motivos pelos quais sua gira de então não havia passado por aqui. A resposta foi simplesmente: “Nunca imaginei que tivesse fãs no Brasil”. Agora, já sabendo, seria bem bacana recebê-la, por que não, para celebrar seus vários hits.
São incontáveis as turnês de Mary J. Blige, conhecida como a rainha do hip hop soul. Em atividade desde 1989, ela nunca esteve por aqui, mesmo que seu álbum “What’s the 411?” tenha sido um hit imediato, mundialmente, tão logo chegou às lojas. Desde então, a artista tem lançado discos com intervalos bem curtos entre um e outro.
O mais recente deles, “Good Morning Gorgeous”, chegou em 2022 e foi bem-recebido pela crítica. Em outras palavras, motivos e demanda não faltam. Será que o problema estaria no cachê da gata?
Celebrada, a maioria dos membros da família Jackson já fez visitas ao Brasil. Janet Jackson, em contrapartida, nunca deu as caras. Na estrada desde 1990, quando estreou seu primeiro show solo, a artista tem no currículo apresentações grandiosas e que condizem com a expectativa de vê-la em cena no Rio, em São Paulo, em qualquer outra capital brasileira.
Os dois espetáculos mais recentes merecem menção: em 2019, ela decidiu botar o pé na estrada para celebrar os 30 anos do disco “Rhythm Nation”, um dos maiores clássicos da carreira. Passagens, unicamente pela Oceania e a América do Norte.
Depois, em 2023, foi a vez de ir um pouco mais longe, até a Ásia, com a gira “Janet Jackson: Together Again”. Até o momento, estão agendados 95 shows que seguem ocorrendo até outubro deste ano… Quem sabe, até lá, os planos não mudam?
Céline Dion prometeu, recentemente, se esforçar ao máximo pra vencer os desafios impostos pela síndrome da pessoa rígida, doença que a afastou dos palcos. A batalha que se tornou o simples ato de cantar pode ser vista, inclusive, no documentário “Eu Sou: Céline Dion“, produção exclusiva do Prime Video que tem como premissa resgatar sua poderosa trajetória.
O ponto é que, sendo brasileiro, o jeito mais fácil de ter ido ao encontro da diva foi comprar ingressos para uma das várias apresentações que realizou em Las Vegas, dentro de sua longeva residência na cidade. No momento, há boatos de que ela estuda um retorno triunfal na cidade, mas a possibilidade de realizar uma gira mundial não está fora dos planos. Vai quê? Não custa sonhar.
A história de Kate Bush difere e muito de boa parte da indústria: reconhecendo seu talento, a gravadora a contratou antes mesmo de que terminasse seus estudos e, uma vez concluídos, recebeu todo o investimento para criar os primeiros discos, ainda no fim dos anos 1970. Além disso, recebeu ZERO pressão e construiu uma das discografias mais impressionantes da música pop.
A fama, entretanto, a assustou e vê-la ao vivo se transformou em sonho para a maioria esmagadora dos fãs. Somente uma vez ela saiu por aí apresentando suas músicas, em um espetáculo chamado “The Tour of Life”. Foram 28 shows no Reino Unido, distribuídos ao longo daqueles meses de abril e maio.
Depois, só em 2014, a cantora decidiu fazer uma breve residência no Hammersmith Apollo, em Londres — um auditório com capacidade máxima para 5300 pessoas. Nem mesmo o hype recente de “Running Up That Hill” (1985), na série “Stranger Things” (Netflix), a fez sair de casa, o que não significa que os fãs tenham ficado desassistidos. É aquele ditado: quem viu, viu!
Uma das maiores compositoras femininas de língua inglesa, Joni Mitchell compôs discos como “Hejira” (1976) na estrada. Além de percorrer os Estados Unidos e o Canadá, onde nasceu, a cantora também passou longas temporadas em turnê — sem nunca ter dado um rolê na América do Sul.
Às vésperas de completar 81 anos de idade, Mitchell já driblou os planos de aposentadoria, um AVC e agora está, veja só, de volta aos palcos em apresentações esporádicas. Desde o ano passado, ela tem aparecido com a amiga Brandi Carlile em shows que tem como propósito celebrar seu legado (que, cá entre nós, é imenso). Numa dessas, bem que seria bonito vê-la desembarcando no Galeão, em Guarulhos…
Embora tenha vindo muitas vezes ao Brasil para divulgar suas novelas, Thalia nunca se apresentou por aqui em turnê. Na verdade, são bem raras as apresentações que costuma fazer. O hiato entre duas de suas últimas turnês (“Alto Voltaje Tour” [2004] e “Viva! Tour” [2013]) chegou a 9 anos.
Em entrevista ao próprio Papelpop, em 2023, ela chegou a afirmar que ainda tem vontade de voltar ao Brasil com um show completo, mas… por enquanto, tudo está restrito ao campo das idealizações. A última vez em que ela subiu aos palcos pra valer no formato foi em 2019, quando apresentou seus grandes hits.
Autora do disco “Tapestry” (1971), um marco na música pop dos anos 1970 por sua honestidade, Carole King é uma artista que obteve menos projeção no país. Considerada um ícone da composição sob a perspectiva feminina, ela influenciou nomes como a própria Fiona Apple (mencionada anteriormente) e Taylor Swift, que já a homenageou durante a cerimônia de introdução no Hall da Fama do Rock.
À ocasião, uma loirinha cantou para a outra loirinha a faixa “Will You Still Love Me Tomorrow”, canção que sem sombra de dúvida não poderia faltar num eventual show no Brasil.
Influência máxima de artistas como Shirley Manson (Garbage), Siouxsie Sioux é outro nome que os festivais, tranquilamente, poderiam convidar para se apresentar no Brasil. A líder do grupo Siouxsie and the Banshees, autor de hits inesgotáveis nas décadas de 1970 e 1980, moldou o rock e retomou suas atividades nos palcos em 2023.
Por enquanto, só shows no Hemisfério Norte, mais precisamente no Reino Unido e Irlanda. Talvez, sendo bem honesto, neste último caso as chances sejam bem pequenas, mas não custa relembrar discos icônicos como “Juju” (1981), “Tinderbox” (1986) e “Mantaray” (2014), este último um excelente trabalho solo.
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