O rapper Emicida anunciou, nesta terça-feira (30), em coletiva realizada em São Paulo, a estreia de uma turnê de despedida para o disco “AmarElo”. Intitulado “AmarElo – A Gira Final”, o espetáculo tem passagem confirmada por doze capitais até o momento.
A novidade, que encerra o bem-sucedido projeto, veio a público com a presença do artista na Casa Francisca, espaço de eventos e música localizado no centro de São Paulo. “Posso dizer que aqui é o meu lugar favorito no mundo para tocar”, disse Emicida, que ainda relembrou sua importância para a cultural nacional. A casa chegou a receber shows gratuitos do sambista Adoniran Barbosa.
“AmarElo” (terceiro álbum do rapper Emicida, lançado pela Lab Fantasma) coleciona feitos, desde sua estreia no segundo semestre do ano pré-pandêmico, 2019, em um álbum que mescla dores da vida cotidiana e de relacionamentos com sonhos sentimentais, dentro de um lirismo sóbrio e bastante eficiente.
“A pandemia chegou no meio da turnê, lembro de fazer dois ou três shows antes do isolamento. Essa suspensão gerou um sentimento muito estranho entre nós e quando a vacina veio, não sabíamos como voltaríamos”, contou Leandro. “Eu não queria gravar um disco na pandemia, pois quando faço música, guardo emoção em mim e não queria que aquilo me acompanhasse. Escolhemos seguir com ‘Amarelo’, e acho que foi acertado”.
Se no final de 2021, Emicida havia se desencanado da vida na estrada, transformando-se em um “tiozinho que dava aulas” na Universidade de Coimbra, em Portugal, o chamado aos palcos acabou sendo mais forte. O público pedia o show e, três meses depois, o cantor decidiu que era hora de voltar a encarar multidões.
“Me questionei se as pessoas queriam ver esse show, se já não tinha passado o tempo. Quando esgotamos duas datas no Espaço Unimed, eu entendi que o show era um acalento”, explica.
“Voltamos agora, para o que chamamos de Gira Final, porque, na gravação do teatro tem a cena final, o espetáculo final. Eu abro a geladeira e me perguntam de um novo álbum. E de fato tá demorando, porque eu demoro. Mas vamos entrar nestes próximos seis meses para abaixar as cortinas, para encerrar o espetáculo mesmo, e entrar numa nova fase”.
Além de alçá-lo ao posto de vencedor de um Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Rock ou Música Alternativa em Língua Portuguesa, o referido LP o levou a subir ao palco do Theatro Municipal de São Paulo, em novembro do ano estreante, para um show histórico — tanto por seu discurso, quando pela forma escolhida para expô-lo.
O registro, então, se transformou no filme “AmarElo – É Tudo Pra Ontem”, documentário disponível na Netflix que mescla cenas da noite e seus vitrais (muito conhecidos nesta fase musical do artista) com bastidores que narram a trajetória e os feitos da cultura afrobrasileira nos últimos cem anos.
“Um artista grande é um artista que fala de seu tempo, dizia Nina Simone. E eu acho que é isso. O sincretismo do álbum passeia pelo mundo atual e fala como as pessoas são, que fazem e como enxergam a vida”, diz o rapper sobre unir ideais do budismo, das religiões afrobrasileiras e catolicismo no disco.
Inicialmente, Amarelo seria um disco duplo que funcionaria como uma espécie de experimento social. Mas no meio do caminho, o rapper notou que esta era, na verdade, a síntese de sua carreira. “É o fim do projeto, mas a música continua. O disco é pra sempre. O nome ‘gira’ tem o viés religioso, mas também brinca com o nome que os artistas latinos usam. Estaremos numa gira nesses próximos seis meses e convidamos vocês para essa catarse”.
Leandro Roque de Oliveira, o Emicida, rodou o Brasil com o show deste disco, sendo headliner de festivais, como o Lollapalooza Brasil, lotando praças públicas, como no Recife e no Rio de Janeiro, e casas noturnas abarrotadas com repertório inebriante e capaz de expurgar, por meio de vastas lágrimas, todas as dores e medos de quem se emociona com o artista, que passeou por faixas como autointitulada “AmarElo”, com Pabllo Vittar e Majur, “A Ordem Natural das Coisas”, com MC Tha, “Quem Tem Amigo Tem Tudo (Tem Tudo)”, junto à Zeca Pagodinho.
Agora, a ideia é visitar lugares maiores e que nunca receberam o show deste disco por falta de estrutura. Um destaque é a cidade de Manaus (AM). “É uma outra dimensão de estrutura e acho que é uma conquista do artista, da empresa e do rap, especialmente. E é bom para inspirar a molecada que tá começando”.
Belo Horizonte – 09/03 – Arena Hall
Porto Alegre – 06/04 – Pepsi On Stage
Brasília – 12/04 – Arena BRB Mané Garrincha
Goiânia – 13/04 – Arena Multiplace
Recife – 26/04 – Classic Hall
Salvador – 11/05 – Concha Acústica
Rio de Janeiro – 18/05 – Jeunesse Arena
São Paulo – 25/05 – Parque Ibirapuera
Florianópolis – 21/06 – Arena Opus
Curitiba – 22/06 – Live Curitiba
Manaus – 28/06 – Studio 5
Belém – 30/06 – Espaço Náutico Club
A pré-venda será exclusiva para clientes do cartão Elo e começa a partir desta quarta-feira, dia 31 de janeiro. O público geral poderá adquirir entradas, a sua vez, no dia 02/02. “AmarElo”, o disco, está disponível em todas as plataformas digitais.
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