O show de 2023 foi marcado por festivais dos mais diversos portes, sejam eles pequenos, médios ou gigantescos. Independentemente do tamanho, quem brilhou na maioria esmagadora deles foram os artistas nacionais!
Sem comparação, o pop entrou de cabeça na brincadeira e transformou os palcos brasileiros em oportunidades memoráveis para impulsionar suas carreiras, seja com investimentos milionários, revelações da vida pessoal, repertórios especiais e estruturas napoleônicas!
De IZA a Gloria Groove, passando por mainha Pabllo Vittar, Pedro Sampaio e Matuê, a gente mergulha no ano e traz os feitos de cada um, em ordem aleatória. Vem conferir!
A primeira artista que deve ser mencionada nesta lista – e também como abertura – é Ludmilla. No cenário musical brasileiro, Lud se destaca não apenas por sua voz poderosa, músicas com grande identificação com público, mas também por suas performances gigantescas.
Seja em shows ao vivo, programas de televisão ou grandes eventos, ela domina o palco com uma combinação única de talento vocal, coreografias envolventes e uma autenticidade que ressoa com seus fãs.
Depois de incendiar o Palco Sunset no Rock in Rio 2022 e mostrar o seu lado “Vilã” no Lollapalooza deste ano, a cantora provou, mais uma vez, ser uma das maiores da A-List nacional com um grande espetáculo no edição de estreia do The Town.
Ao todo, a voz de “Numanice” investiu mais de R$ 3 milhões de reais para a criação do show, além de precisar reforçar a estrutura do palco para garantir que o show atingisse não só as expectativas dos fãs, como as dela própria.
A apresentação contou com passarela, 30 dançarinos, 13 câmeras adicionais, LEDs, inteligência artificial, um cofre descendo do céu e três trocas de figurinos. A cantora de Duque de Caxias levou referências diretas a estrelas pop internacionais, como Rosalía e Beyoncé, e fez um show no palco principal do evento digno de headliner, pela representatividade, criatividade, pelos desafios e, claro, talento — que tem de sobra.
Sua presença marcante e capacidade de se conectar com o público são aspectos que a destacam como uma verdadeira artista de palco. Seja em grandes festivais, arenas lotadas ou eventos mais intimistas, o talento de Ludmilla no palco é inegável, deixando uma marca duradoura no cenário musical brasileiro.
A estrutura grandiosa se tornou uma característica importante nos trabalhos e turnês de Jão, soando como uma representação clara e direta de como o cantor busca explorar a mente e expressão artística.
Independentemente do álbum ou música que está trabalhando, a letra carrega o público que acompanha fielmente o cantor, contribuindo para que suas músicas ganhem vida em apresentações ao vivo e transformem as arenas, seja em show solo ou em festivais, numa imensa e coletiva sala de karaokê.
Para a primeira edição do The Town, o cantor do interior paulista levou elementos do disco mais recente, o “SUPER”, que explora o elemento fogo na obra.
A dificuldade, segundo o estafe do artista, foi conciliar a megaestrutura pensada com o tempo de montagem do festival. Tudo correu bem, e o gigante dragão do Jão (que esperava-se que cuspisse fogo) foi a sombra do cantor durante toda a apresentação.
A metamorfose explosiva de Jão é personificada nos seus quatros discos já lançados, que se completam e reforçam a construção da sua nova turnê, a SUPER TURNÊ, prevista para estrear em janeiro no Allianz Parque esgotado, em São Paulo.
Juntos, essas quatro fases, de acordo com o cantor, trouxeram não apenas o palco, mas principalmente o público para a sua vida. Dessa forma, surge a ideia de transformar todo esse contexto em uma turnê grandiosa. Estaremos lá!
É Vittar, mainha! Pabllo Vittar nocauteou e fez 2023 se tornar um grande ato. Assumindo o legado de “a maior drag queen do mundo”, a cantora entregou um dos maiores shows do ano também no palco secundário do The Town.
Investindo com arranjos inéditos ao lado de uma BANDA e um corpo de bailarinos afiadíssimos, a artista do Maranhão levou uma multidão a cantar os seus maiores hits numa tarde nublada, no dia derradeiro do evento.
A cantora levou ritmos nordestinos, batidas eletrônicas, muito talento, visual robótico e expressões diversas — reafirmando e explicando aos artistas como um show de drag queen, em essência, pode figurar num ambiente mainstream.
Um dos assuntos mais discutidos após o show de Pabllo Vittar e Ludmilla foi: por que escalar atrações nacionais tão aguardadas em palcos secundários e em horários da tarde, deixando o maior palco e os melhores horários para os gringos?
A grandiosidade da apresentação de Vittar, por talento, repertório e representatividade, se adequaria perfeitamente ao palco principal do The Town, garantindo uma experiência ainda melhor ao público.
O ano também foi dela! Marina Sena foi a grande arroz de festa dos festivais em solo brasileiro esse ano e com razão! Atualmente, a voz mineira percorre as principais cidades do país com a turnê do disco “Vício Inerente”, lançado em abril em que versa sobre amores, tesão e desilusões dentro de vários ritmos.
A versatilidade de Marina Sena é evidente em sua capacidade de transitar por diferentes estilos musicais, incorporando elementos do trap, funk, reggaeton e até mesmo nuances mais experimentais.
Foi essa a grande virada de chave para ela conquistar seu espaço e assumir palcos de festivais importantes. Dois shows marcaram o ano de Sena: ela cantando Gal Costa, ainda no The Town, e a arrebatadora e tragável apresentação no Primavera Sound São Paulo.
No primeiro, ela percorreu pelas várias personalidades de Gal, de fatal à profana, passando pela divindade e Gabriela. Chorou e fez jus ao legado da maior cantora do Brasil ao cantar faixas deste século e desafiar a guitarra ao vivo no refrão de “Meu Nome é Gal”.
Já na segunda, trouxe sua voz, anasalada e envolvente, que tem o poder de transmitir uma variedade de emoções, desde a melancolia até a alegria, deixando uma marca indelével em cada nota.
A balada potente “Mande um Sinal”, em que a artista faz, ao sentar no palco ou em um ato íntimo artista-fã, revelam uma profundidade de alma que ressoa com uma audiência diversificada e presente.
Tanto para o palco ou em estúdio, ela consegue transmitir uma autenticidade que conecta instantaneamente com o público. O que, em modestia parte, a transforma em uma artista presente e superando níveis internacionais.
No cenário musical brasileiro, Marina Sena emerge como uma figura inspiradora para aspirantes a artistas, provando que a autenticidade e a paixão são ingredientes essenciais para o sucesso duradouro.
Do nordeste para o mundo! Matuê abriu os trabalhos no palco The One, seguindo o fluxo de shows nacionais marcantes do The Town, e provou ser ser voz de uma geração.
Apesar do atraso e do horário “cedo”, o artista levou uma multidão a cantar os seus maiores sucessos. E aqui, a multidão era diversa: em sua maioria representantes da geração, meninos, meninas, casais diversos.
O cantor foi um dos responsáveis pela popularização do trap no Brasil. Ele foi a grande plataforma para a consolidação do ritmo no cenário brasileiro, influenciando outros artistas a explorarem o sub-gênero do hip hop em suas produções.
Com pose de popstar e com investimentos em estruturas para o palco, o cantor merece – mais do que nunca – destaque e um espaço como headliner.
Com letras hedonistas, Tuêzin (como é chamado pelos fãs) extrapola o alcance da música e rege uma geração como uma das principais vozes. No entanto, o que o torna um dos maiores nomes da música atual é a versatilidade artística, na qual suas músicas muitas vezes incorporam elementos de diferentes estilos musicais, indo além do tradicional rap e explorando fusões com o pop e outros gêneros.
Além da música, Matuê também é reconhecido por seus videoclipes inovadores e estética visual única. Isso contribui para a experiência global do ouvinte, amplificando seus álbuns, músicas e vídeos, trazendo, também, um impacto cultural significativo, influenciando não apenas a cena musical, mas também a moda e o estilo de vida associados ao universo do trap.
IZA se consagrou como uma das principais vozes brasileiras. A artista, que estreou o melhor álbum nacional do ano, o “AFRODHIT”, se tornou uma uma grande inspiração às novas artistas. E, assim como Ludmilla, merecia um espaço no horário nobre dos grandes festivais.
Diferente de grandes artistas internacionais, a voz de “Dona de Mim” (2018) contagiou a multidão do “The Town” com sua voz poderosa e convidados especiais, como Djonga, Mc Carol, L7nnon, que compuseram um espetáculo de exaltação à negritude e às mulheres.
Em uma apresentação, de mais ou menos 1h30, o público que esteve presente ainda pôde aproveitar para conhecer um pouco das referências e criações da artista carioca.
Em questão de minutos, o público entendia a importância da mulher, especialmente as mulheres negras, na indústria da música, sendo vista como uma fonte de inspiração para mulheres.
Na comparação com outras estrelas internacionais que lançaram novos shows no mesmo palco do palco, a artista, com certeza, se destacou e escalou mais um degrau para o estrelato pop.
Essa lista tem que constar Gloria Groove e suas “Noites de Glória”. O espetáculo, que estreou no festival The Town, é um show classudo no qual a drag queen faz uma ópera-pop em que mescla elementos do mundo pop, do funk paulista e do coral de igreja para passear por um vasto repertório.
Logo no início do show, dividido em quatro partes, é possível notar que Gloria tem referências do mundo pop internacional: a ordem de repertório parecido com o que a rainha Beyoncé faz, a pose de Madonna, a tecnologia de Rosalía e sua “Motomami”, e por aí vai.
Mas nada teve “ctrl c + ctrl v” aqui. Vinda da Vila Formosa, um bairro da Zona Leste de São Paulo no qual a cultura periférica é farol para jovens como ela, tanto em som quanto em visual, Daniel Garcia pega esse balaio de referências, colocou em um mixer e traduziu para a realidade em que vive.
Para encerrar nossa lista, Pedro Sampaio foi uma das grandes atrações do universo pop nacional que subiu ao palco do Lollapalooza daqui, neste ano.
O show, que contou com a participação de Pabllo Vittar e muita pirotecnia, foi marcante na carreira do DJ e produtor carioca, pois ele usou o espaço para tocar remixes de grandes artistas internacionais, como Rosalía e Katy Perry, celebrar hits chiclete da carreira e contar que é bissexual.
Na época, um rumor sobre um namoro dele com um modelo pairava pelo jornalismo de celebridade. Pedro, então, pegou a narrativa para si e celebrou toda forma de amor como Lulu Santos canta na faixa homônima.
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