Oito encontros em festivais nacionais que lacraram e arrebataram nossos corações

A música popular brasileira sempre rendeu grandes encontros: de Gal Costa e Caetano Veloso a Liniker e Céu, entre muitos outros exemplos. Isso acontece não apenas porque fomos abençoados com músicos talentosos mas, também porque, em cena, não há como esconder o momento exato em que se dá a alquimia entre dois ou mais artistas. Sem química, nada adiantaria.

Neste 2023, é verdade, fomos surpreendidos por uma série de uniões que nos fez sorrir, chorar, mas, sobretudo, imergir em um estado de encantamento. Algo que, a todo momento, nos lembra da potência do Brasil.

Neste texto, você pode relembrar conosco momentos em que lendas da música subiram ao palco para dividir com o público sua força e sinergia. Quer um spoiler? Rolou muita elegância e paixão. Vem com a gente!

Marisa Monte e Roberto de Carvalho

Quando Rita Lee ainda estava entre nós, Marisa Monte fez questão de homenageá-la interpretando o sucesso “Doce Vampiro”, uma composição da mãe do rock e que marcou sua relação com Roberto de Carvalho. Meses após a partida de Rita, Roberto encontrou nas artes uma forma de se reerguer.

A voz da turnê “Portas“, uma das grandes vozes brasileiras quando o assunto é amor, convidou o músico para acompanhá-la em duas ocasiões: a primeira, no festival Primavera Sound São Paulo. Na sequência, foi a vez da Jockey Arena, no Rio, em dezembro, presenciar essa bonita homenagem. Onde quer que esteja, Rita estaria orgulhosa.

Marina Lima e Fernanda Abreu

MÃES! O Coala Festival deste ano ficou pequeno quando Fernanda Abreu e Marina Lima subiram ao palco para apresentar um show inédito, que perpassava as carreiras destas duas divas que abriram portas no pop nacional.

O beijo que as duas deram durante uma das faixas entrou pra história e nos fez entender, mais uma vez, a grandeza de mulheres na história da música, sempre libertadoras e donas de um discurso sagaz. Tempos depois rolou repeteco no festival Mada, em Natal. A verdade é que queríamos essa turnê rodando por outras capitais… Fica registrado aqui o desejo!

Caetano Veloso, Jards Macalé, Ângela Ro Ro e mais em “Transa” 50 anos

Atendendo a pedidos, Caetano Veloso resolveu virar a página do festival Doce Maravilha e fazer uma série de apresentações em que revisitou, na íntegra, o disco “Transa”, lançado em 1972, durante o tempo que ficou exilado em Londres. Os shows rolaram no Rio de Janeiro e em São Paulo, com ingressos esgotados.

O projeto, que contou com nomes como Jards Macalé, Ângela Ro Ro, Tutty Moreno, Áureo de Sousa e a própria Gal Costa em suas gravações, no Reino Unido, foi interpretado pela primeira vez ao vivo com membros presentes na banda original, exceto Moacyr Albuquerque, morto em 2000. O resultado, claro, não poderia ter sido mais interessante e potente. Destaque para a apresentação de “Nostalgia”, com Angela na gaita, de tirar o fôlego!

Pabllo Vittar e Liniker

Pabllo Vittar subiu ao palco do festival The Town, que estreou suas atividades em São Paulo neste ano, com uma série de convidados. Entre elas, esteve a cantora Liniker, com quem dividiu os vocais ante a grande expectativa do público.

Para tornar essa surpresa especial, as divas interpretaram “Baby 95” e “Disk Me”, hits que marcaram suas respectivas gerações. É claro que o público se rendeu à emoção, mas sem nunca se esquecer da importância de dançar.

Além de Lili, a voz de “Noitada” recebeu também a gigantesca Jup do Bairro para botar pra ferver a tarde nebulosa do The Town com a faixa “Descontrolada”.

Pabllopalooza Vittar

Mais um grande festival para a conta de Pabllo Vittar e, no Lollapalooza 2023, ela sequer foi escalada. Isso mesmo! Mesmo não tendo sido incluída na grade regular do evento, a diva subiu ao palco QUATRO VEZES, sendo a primeira delas durante o set do DJ Pedro Sampaio, no primeiro dia de evento.

Além de lotar o espaço, tocar Rosalía e se declarar bissexual, o DJ e produtor musical convidou a drag queen para cantar o conhecido refrão “Se tem Sol, tem Praia / Se tem Praia, tem Sal” da faixa “Sal”, que a dupla assina em conjunto.

Depois, no dia seguinte, sábado, foi a vez de aparecer durante o show do duo sueco Sofi Tukker, com quem interpretou a faixa “Energia”, gravada lá em 2017.

Pensa que acabou? No show de Lil Nas X, como contamos aqui, ela precisou ativar seu arquétipo Ayrton Senna para correr do palco Perry para o palco Chevrolet, onde entrou dando piruetas e cambalhotas no ar, mesmo estando com uma bota de salto alto. Ainda esperamos pra saber o que rendeu desse encontro… Cadê um registro em estúdio, gente?

No domingo, pra fechar a programação, a queen participou da apresentação de ninguém menos que Tove Lo.

Juntas, elas interpretaram “Disco Tits”, hit perfeito para uma noite de domingo com seu martini em mãos. A plateia? Enlouqueceu! Já podemos dizer que Vittar merece ter o próprio festival…

Maria Bethânia e Tim Bernardes

O festival Vozes do Amanhã rolou no Rio de Janeiro, mais precisamente no Museu do Amanhã. Uma das atrações foi a Abelha Rainha, Maria Bethânia, que trouxe para perto de si o talentoso Tim Bernardes.

Nesta ocasião, além de “Prudência”, composição do jovem artista gravada por Maricotinha em “Noturno” (disco de 2021), foram interpretadas outras duas canções: “Mel” e “Fera Ferida”.

Tão interessante é essa colaboração, que atravessa qualquer convenção de tempo e gerações, que arriscamos dizer: seria bem interessante vê-los gravando juntos um disco inteiro só com canções inéditas.

Rubel e MC Carol

Alô, Minas Gerais! Só que viveu esse aqui sabe! O festival Sarará trouxe para o palco em 2023 um encontro fervente entre Rubel e MC Carol. Se eles já tinham se dado superbem no clipe da faixa “PUT@RIA!”, a faixa ao vivo foi ainda mais incrível. Uma pena que os únicos registros dessa noite sejam em foto… Às vezes, não dá pra conservar as melhores memórias.

O fato é que a indissociabilidade existente entre música popular brasileira e sensualidade ficou mais forte com os dois. Se alguém duvida, talvez seja preciso rever conceitos.

Majur e Gaby Amarantos

A agora Grammy winner Gaby Amarantos já tinha feito seu show no festival AFROPUNK Bahia 2023. Mas, contudo, porém, todavia, atendendo ao convite da amiga Majur, ela retornou ao palco para interpretar um dos clássicos de sua carreira: “Xirley”. Em suas vozes, o tecnobrega, nunca esteve tão mágico!

No fim das contas, o show de Majur parecia mais um ballroom, que arrancou gritos incessantes da plateia. Nada de posturas blasés no Parque de Exposições, de Salvador!