Em sua 30ª edição, o Prêmio Multishow 2023 cumpriu com a função de entregar uma noite inesquecível e que faça jus à diversidade da música popular brasileira. A cerimônia começou celebrando o funk carioca e meio que dando o tom do que seria o formato escolhido: com muitos medleys e uma sequência alucinante de atrações.
O primeiro deles trouxe o DJ Pedro Sampaio elevando o astral e intercalando sucessos de Gabriel O Pensador (“Cachimbo da Paz”), Samuel Rosa (“Vou Deixar”); NX Zero, (“Razões e Emoções”); Tati Quebra Barraco (“Boladona”); e Joelma (“Voando Pro Pará”).
A mensagem? Cabe TUDO na música do Brasil.
Além de subir ao palco para cantar seus próprios sucessos e pra agradecer pelos prêmios de Show e Voz do Ano, Ludmilla, que ainda assumiu a função de apresentadora ao lado de Tatá Werneck e Tadeu Schmidt, decidiu dar um “cala a boca” nos haters. Como? Interpretando o hino nacional, ali mesmo, acapella.
É que, no fim de semana, ela foi convocada para cantá-lo durante o GP de Fórmula 1, em São Paulo. Lud afirmou que o som falhou, enquanto os críticos deram a versão de que ela havia se esquecido da letra. A resposta, claro, tá na ponta da língua! Talento? Tem de sobra, no pop, no pagode, e qualquer gênero!
Um outro momento emocionante da cerimônia, sem dúvida, foi aquele em que, em tributo, as criações de Gal Costa, Erasmo Carlos e Rita Lee foram honradas por jovens nomes da MPB. A musa Liniker, que já tinha interpretado o clássico “Gente Aberta” no disco “Acorda, Amor”, de 2019, voltou com tudo ao abrir o set resgatando esse sucesso do tremendão.
Em seguida, foi a vez de Pitty entoar “Esse Tal de Roque Enrow” – faixa que, aliás, lá nos anos 2000, teve a oportunidade de cantar na companhia da própria Mãe do rock, Rita Lee. Por último, foi a vez de Gloria Groove que, servindo vocais, emprestou seu talento a uma performance de “Vaca Profana”, composição de Caetano Veloso eternizada por Gal Costa. Juntas, elas mostraram que a obra desses ícones permanece viva e cada vez mais aderente ao passar do tempo.
A gente falou em medley lá atrás, né? O pop brasileiro brilhou e não foi pouco. Manu Bahtidão abriu os trabalhos de uma performance que ainda contou com Duda Beat, Marina Sena e Pabllo Vittar com “Sem Ti”, sua versão para o hit de Adele “Easy On Me”. A popstar mineira Marina Sena veio logo depois, cantando e dançando “Tudo Pra Amar Você”.
Já a diva Duda Beat chegou à festa com “Meu Jeito de Amar”, seguida por Pabllo Vittar com “Triste com T”. Todas se juntaram no final, dando mais uma palhinha de “Sem Ti”. Fechando o ciclo!
Não parou por aí. Seguido a lista de apresentações da noite, Lulu Santos uniu sua voz com Jão, IZA e Melly em um pot-pourri com “Assim Caminha a Humanidade”, sucesso do cantor. Mas, antes disso, os cantores entoaram ainda um pouco dos seus maiores sucessos!
Jão cantou a intro de “Rádio” e “Alinhamento Milenar”, sucessos do álbum “SUPER” (2023), com uma estética P&B bem hollywoodiana. Já IZA assumiu o palco da premiação com o hit “Fé Nas Malucas”, sua parceria com MC Carol, para o álbum “Afrodhit” (2023). Por fim, Melly trouxe leveza e calma com “Azul”.
Madrugada adentro, mais medleys! Carlinhos Brown, BaianaSystem e Rachel Reis, a sua vez, levaram a Bahia ao palco do evento, ostentando energia. Foi Brown quem deu início ao show, cantando “Quixabeira” ao lado de um balé todo vestido de branco para contrastar com seu look preto. O BaianaSystem surgiu logo em seguida, continuando a festança ao som de “Duas Cidades”.
O vocalista do grupo baiano, Russo Passapusso, não só puxou o hit em cima de uma estrutura de metal, como também homenageou brevemente Marielle Franco e Mestre Moa do Katendê, dois símbolos da luta por justiça social neste país. Reis, lindamente, fechou a performance com “Beija-flor”, clássico da Timbalada eternizado no Carnaval de Salvador.
O gran finale, como não poderia ser diferente, ficou nas mãos de Xande de Pilares e Caetano Veloso. Juntinha pela primeira vez após a estreia do LP “Xande Canta Caetano”, vencedor neste 7 de novembro do troféu de Álbum do Ano no Prêmio Multishow 2023, a dupla emocionou! Em cena, os ídolos encerraram a cerimônia interpretando uma das principais faixas do repertório do divo baiano.
De microfone em punho, Pilares atualizou de vez a mensagem da faixa, que segue mais atual do que nunca, além de ser um lembrete de humanidade e amor em tempos de ódio.
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