Não é exagero dizer que Shakira é uma das maiores estrelas já vistas na história. A cantora colombiana, que viveu a última década numa espécie de ostracismo e se dedicando a projetos muito aquém de sua capacidade criativa, finalmente retomou as rédeas do que sabe fazer de melhor.
Já faz 22 anos desde que ela tocou pela primeira vez no MTV VMA, apresentando suas primeiras canções em inglês e saindo de mãos abanando. Hoje, entretanto, esse retorno significa o recebimento de uma homenagem conferida a partir do troféu Vanguard, o mais importante da noite, por suas contribuições à indústria – sobretudo, em se tratando da extensa videografia que haveria de construir.
Como é de praxe, a estrela que recebe a referida honraria também se apresenta com um pout-pourri de grandes sucessos – algo abundante nessa trajetória que emplacou o primeiro hit ainda em 1995. Introduzida pelo amigo Wyclef Jean, Shakira abriu o set desta terça-feira (12) ao som de “She Wolf”, uma escolha um tanto simbólica pelo momento de libertação que vive.
Propondo uma combinação explosiva de música e dança, a estrela saiu de uma caixa, onde se via aprisionada na companhia de outras mulheres, em direção à luz. Aos olhos do público, entregou uma sucessão de canções que enterraram de vez o capítulo mais espinhoso de sua trajetória: a descoberta de uma traição por parte do ex marido, por quem abriu mão da própria carreira.
O recado foi claro: não existe anistia para a infidelidade. Após emendar “Te Felicito” e “TQG”, sua parceria com Karol G (que apesar de estar presente na plateia, não subiu ao palco), a cantora preparou uma surpresa: vinte anos depois, resgatou a faixa “Objection (Tango)”, esquecida no repertório, a fim de reviver a primeira apresentação que fez no VMA.
Sem se esquecer de suas raízes libanesas, Shakira também interpretou um trecho do clássico “Ojos Así”, estreando um número inédito de dança do ventre que envolveu a presença de punhais. A “Whenever, Wherever” e “Hips Don’t Lie”, seus maiores hits nas rádios norte-americanas, seguiu-se um número emocionante em que se jogou no público ao som da “Sessão 53” com Bizarrap. Terminou, remetendo ao encerramento do show “Tour de La Mangosta” (2002-2003), elevada ao lugar que sempre lhe foi de direito: o topo.
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