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Foto: Leo Franco/AgNews
Foto: Leo Franco/AgNews
música

Ludmilla faz show com referência a Beyoncé e Rosalía e mostra que merecia horário nobre

Ludmilla fez um showzão no palco principal do The Town, na tarde desta quinta-feira (7), no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.

Com estrutura grandiosa, que contou com passarela, 30 dançarinos, um cofre descendo do céu e três trocas de figurinos, a cantora de Duque de Caxias levou referências diretas a shows de estrelas pop internacionais, como Rosalía e Beyoncé.

A transmissão e os telões do palco principal contaram com câmeras que filmavam Lud diretamente do palco, além de equipamentos de mãos que os dançarinos se autogravavam. É impossível não se lembrar de qualquer vídeo da “MOTOMAMI World Tour”, que tomou conta do TikTok. Não era parecido, era igual.

Ludmilla chegou içada em um cofre que desceu lentamente ao som de um pout pourri de helicóptero com “Nasci Pra Vencer”, do disco mais recente “Vilã” (2023), e saiu ao chegar no chão, tomando conta do palco com o hit “É Hoje” e a excelente pop trap “Sou Má”, faixa com as gêmeas Tasha e Tracie.

Acompanhada dos bailarinos, fez “Onda Diferente”, sem a parte de Anitta, como de costume. “Que delícia estar tão cheio às 16h da tarde pra prestigiar a gente”, disse a cantora, visivelmente emocionada enquanto observava a multidão que a aguardava ansiosa.

Em “Socadona”, os bailarinos mostraram por completo o poder para criar uma atmosfera perfeita da apresentação.

Saindo do ápice para um momento mais intimista, Lud mostrou alcance vocal, depois de sofrer com problemas técnicos no microfone, ao cantar “Sinto Raiva” no piano de cauda com Castilhol.

Na sequência, o ballet volta a brilhar ao entrar com looks bem similares ao que Beyoncé e sua trupe usa na gigantes “Formation”, com os chapéus vermelhos cobrindo o rosto.

O show seguiu com um bloco de pagode, ritmo em que Ludmilla se aventura gloriosamente. Brunna, sua esposa, entrou no palco para “Maldivas” e “Sintomas de Prazer”. Tesão puro no ar.


O convidado surpresa ficou por conta de Lulu Santos, que surgiu dentro na caixa dourada no centro do palco, e cantou “Toda Forma de Amor” com a cantora. Foi um momento bonito e sensível e acertado, pensando na carreira do cantor e na representatividade que Ludmilla tem, hoje em dia, para a comunidade LGBTAQIP+.

Passada a emoção, o show esquentou novamente com dançarinos em destaque em roda em uma clara inspiração à “Renaissance Tour”, de Beyoncé, que roda o mundo. Ludmilla surge de novo para o hit “Rainha da Favela”, antes de perguntar se estava muito cedo para legalizar — clara referência a pose de maconha no Brasil — para o smash hit “Verdinha”. Aqui, era mais fácil ouvir o som da plateia em vez do microfone da cantora, provando a força da música.

“O funk chegou e, a partir de agora, vai começar a putaria”, disse a carioca antes de decretar que o The Town viraria um baile de funk. O público pula, canta e vai junto à ela, que emendou “Fala Mal de Mim”, “Din Din Din”, “Não Encosta No Meu Baseado”, todas de Mc Beyoncé, alcunha que respondia antes de virar uma artista mainstream. Esse bloco mostra a força das raízes da cantora e como o funk é uma das versões que o público mais pira.

Ela voltou a falar sobre o turnê do projeto “Numanice” no navio. No entanto, dessa vez, incentivou as pessoas a procurarem um agiota ou o banco Itaú, em clara propaganda a um dos patrocinadores do evento.

É o segunda vez que Ludmilla faz uso do palco para promover marcas com as quais se relaciona. No Lollapalooza, ela chegou a abrir uma long neck da cervejaria patrocinadora do evento. Diante de um show tão enérgico, sensual e forte, citar patrocinadores é algo bem anticlimático para uma artista do tamanho dela. Pra quê isso, Lud?

Terminou com “Favela Chegou”, faixa que divide com Anitta e que não contou com vocais da artista, assim como o outro feat.

Com este show no The Town, Ludmilla se firma, mais uma vez, como uma figura pop que transita em muitos ritmos, carregando consigo uma multidão de fãs. Merecia, no mínimo, ganhar um horário nobre no palco principal pela representatividade, olhar atento, vontade de fazer algo atual e, claro, talento — que tem de sobra.

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