Gal Costa teve clipes inéditos banidos por viúva, diz produtor

Dessa vez doeu demais…

Clipes inéditos de Gal Costa (1945-2022) teriam sido vetados pela viúva da cantora, Wilma Petrillo, sob acusações de transfobia. Os registros, feito para a faixa “Quando Você Olha Pra Ela”, do disco “Estratosférica” (2015), terminaram sendo engavetados, a princípio, por contar com a presença de uma artista não binarie no elenco e pelo fato de Wilma não gostar da aparência de sua companheira em cena.

Quem relatou a situação à revista Quem nesta terça-feira (12) foi o ex-empresário e responsável pelo marketing da artista, André Pacheco. Ele trabalhou com Gal durante sua curta estadia na gravadora Sony Music, entre os anos de 2015 e 2016. Ele fez um relato em que detalha ainda outras diversas situações de sabotagem por parte da empresária.

Na última semana, Petrillo foi alvo de críticas após ter sido acusada, em uma reportagem da revista Piauí assinada pelo repórter Thales Braga, de ter mantido um relacionamento abusivo com Gal. As tais interferências impactaram os últimos anos de sua carreira, prejudicando trabalhos nas mais variadas frentes. O texto também traz denúncias de golpes aplicados em pessoas próximas.

Ao ser questionado sobre a forma com que a cantora via as atitudes da ex-esposa, Pacheco afirmou que o comportamento era outro.

“Na frente da Gal, a Wilma era a pessoa mais doce do mundo. Eu até estranhava muito quando as pessoas falavam dela. Não é que ela entregava a carreira na mão dela… É que a Wilma fazia uma coisa de “cortina de fumaça” na frente. Não à toa todo mundo que tentou ajudar conseguiu ajudar. Mas todo mundo teve um limite. Eu tive. O Preto teve. E ela [Wilma] mostrava um amor por pessoas que convivia… Ela nunca me fez nada. esta fase eu nunca vi a Gal trabalhando tanto como ela estava. O Gabriel [filho da cantora] ia em tudo quanto é canto com ela. A Gal não fazia tarde de autógrafos há anos porque ela falava “ninguém me quer”. “Como não te quer?”, eu perguntava. “Eu queria tanto fazer o Serginho Groisman, mas ele não me quer”. O Serginho Groisman pedia ela toda semana para o programa, quem negava era a Wilma. Depois eu recebi um sim [pra que ela fosse ao Altas Horas]. Eu não sei como que era a conversa delas. Eu ligava pras pessoas, perguntava se tinham algum feedback [dos trabalhos]. Aí a Gal me ligava cobrando, por exemplo, a estreia do clipe e eu não sabia o que dizer. A partir disso a Sony pode falar melhor. O final foi assim. Eu me demiti da Sony, do stress, e o presidente botou a Wilma pra correr.

Após sua saída da gravadora, Petrillo também teria interferido na relação da cantora com o ex-empresário.

“A Gal meio que me deu uma bloqueada momentânea… Até eu perguntar para a Wilma o que é que estava acontecendo. A Wilma… Já devem ter te falado isso: você manda uma mensagem para ela super séria e ela te responde com emoji, com vários emojis. Ela não se compromete. Ela não assina, literalmente, embaixo, sabe? E mesmo quando a Wilma liberava, no dia seguinte ou horas depois vinha para a gente: “ah, a Gal desistiu”. “Mas desistiu do quê?” “Do show, da turnê”. Mas como? E quando a gente falava com a Gal, a Gal respondia: “ué, mas não foram os músicos que desistiram?” E a gente falava: “não, Gal. Você desistiu de ensaiar, você não foi ao ensaio e os músicos desistiram”. E ela dizia: “não, o que me disseram foi que os músicos não queriam fazer a turnê comigo”. E aí começava tudo de novo… Começa uma mentira atrás da outra que eu já não tenho condições de te falar o que é verdade e o que é mentira. (…) Vou te falar: a Gal é uma pessoa maravilhosa. A expressão que eu posso usar, talvez, é que ela foi iludida e tinha um certo medo da solidão. Da solidão, que eu falo, que a Wilma criou em sintomas nela. Porque a Gal nunca seria solitária. Nunca seria uma pessoa sozinha. Mas tudo o que a Wilma fez isolou a Gal”.

Procurada pela Quem, Wilma não atendeu às ligações. “Estratosférica”, penúltimo disco de inéditas lançado por Gal, está disponível em todas as plataformas de streaming.