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Gal Costa: playlist resgata 20 gravações raras da musa
A ETERNA RAINHA!
A saudade de Gal Costa (1945-2022) é grande, mas tem sido possível amenizá-la a partir de uma série de projetos que celebram sua vida e obra. Nesta semana, os jornalistas e pesquisadores Renato Vieira e Danilo Casaletti estreiam a playlist “Gal Costa: raridades”.
Disponível exclusivamente no site da rádio Batuta, ela apresenta 20 gravações desconhecidas da musa da Tropicália. Todos os registros estão fora das plataformas digitais e trazem histórias por trás. São destaques versões gravadas em espanhol, descartes de discos e composições realizadas para trilhas sonoras de novelas.
Abaixo, você confere o itinerário completo, com detalhes sobre a captação e o contexto em que cada um dos registros se deu.
1) Ai, pirada (Sérgio Dias e Nelson Motta), com Sérgio Dias. Do disco “Sergio Dias” – CBS, 1980
Gal Costa e Sérgio Dias se conheceram no período da Tropicália. O ex-guitarrista dos Mutantes convidou a amiga para cantar “Ai, pirada” em seu primeiro disco solo, lançado em 1980.
2) Pegando fuego (Pegando Fogo) (Francisco Mattoso e José Maria de Abreu/versão em espanhol de M. Palomo). Single Philips 812619-7, 1983
O show/disco “Gal tropical” (1979) impulsionou a carreira internacional de Gal Costa, que viajou por vários países e se apresentou até mesmo no Japão. Aproveitando o sucesso da marchinha “Pegando fogo”, a Philips da Espanha soltou um compacto jamais lançado no Brasil com uma versão da música vertida para o castelhano.
3) Desafinado (Tom Jobim e Newton Mendonça), da trilha sonora da novela “Bambolê”. Som Livre, 1987
Não era segredo que Gal era uma das cantoras brasileiras preferidas de Tom Jobim. Ela já havia gravado “Desafinado” anteriormente, no disco “Índia”, de 1973. Nesta versão, Gal faz vocalises na introdução com arranjos de cordas. O violão é tocado por Roberto Menescal e o teclado e o arranjo são de Luiz Avellar.
4) Tá combinado (Caetano Veloso), da trilha sonora do filme “Dedé Mamata”. Som Livre, 1988
Gravada inicialmente por Peninha, o mesmo autor de “Sonhos” e “Sozinho”, “Tá combinado” foi incluída na trilha sonora do filme “Dedé Mamata”, dirigido por Rodolfo Brandão. Gal fez uma nova versão especialmente para o longa-metragem, acompanhada pelos músicos Carlinhos Kalunga (guitarra e violão), Ricardo Cristaldi (arranjo e teclados), Rogério Meanda (guitarra), Pedrão (baixo) e Marcelo Costa (bateria), com produção de Aramis Barros.
5) Gente da rua (Toni Costa), com Toni Costa. Do disco “Gente de rua”. Retoque Especial, 1989
Guitarrista que trabalhou com Caetano Veloso e Moraes Moreira, Toni Costa lançou seu primeiro álbum solo em 1989. A faixa de abertura do disco é a instrumental “Gente da rua”, que conta com vocalises de Gal. Uma curiosidade: posteriormente, “Gente da rua” ganhou letra de Orlando Morais e se tornou a canção “Cruzando raios”, tema de abertura da novela “Anjo mau” em 1997.
6) Alguém me disse (Jair Amorim e Evaldo Gouveia), do álbum “Rio Show Festival – Os melhores momentos (ao vivo)”. Som Livre, 1991
O bolerão, lançado originalmente pelo cantor baiano Anísio Silva em 1960, foi recriado por Gal para o disco “Plural”, de 1990, e entrou para a trilha da novela “Tieta”. A versão desta playlist, ao vivo, faz parte do álbum que trouxe os melhores momentos do especial Rio Show Festival, exibido pela TV Globo em 1991. O arranjo ficou a cargo do pianista Cristovão Bastos.
7) Brilho de beleza (versão clipe) (Nego Tenga), de disco promocional para rádios. RCA, 1991
Canção do bloco afro Muzenza, “Brilho de beleza” foi incluída por Gal Costa no disco “Plural” (1990). O clipe da música, no entanto, utilizou outro take de gravação, e esta versão alternativa foi parar em um álbum promocional com faixas da gravadora BMG Ariola, distribuído para emissoras de rádio.
8) Nada além (Custódio Mesquita e Mário Lago), do álbum “Mário Lago: Nada além”. Som Livre, 1991
O álbum “Mário Lago: Nada além” (1991) traz releituras de músicas do compositor, ator e radialista, cada uma com um intérprete. Coube a Gal regravar a faixa-título, um dos clássicos do cantor Orlando Silva, que a registrou em 1937. Marco Pereira, marido de Gal à época, é o violonista da faixa, produzida por José Milton.
9) Jovens tardes de domingo (Roberto Carlos e Erasmo Carlos), da trilha sonora da novela “Zazá”. Som Livre, 1997
Gal criou imediata identificação com a dupla Roberto e Erasmo Carlos, que fizeram para ela a simbólica “Meu nome é Gal”. “Jovens tardes de domingo”, lançada por Roberto em 1977, pouco tinha a ver com Gal (a música fala sobre a Jovem Guarda, movimento do qual a cantora não participou), mas ganhou versão cheia de ternura, gravada especialmente para a novela “Zazá”, de Lauro César Muniz.
10) Força estranha (Caetano Veloso), da coletânea “Gal canta Caetano” (2004)/segunda edição. BMG, 2004 (gravada em 1997). Arranjo e orquestração: Wagner Tiso
Gal cantou a música de Caetano Veloso durante seu “Acústico MTV”, mas o registro ficou de fora do CD e do VHS. Esta versão foi incluída na compilação “Gal canta Caetano”, lançada em 2004, que anunciava a inclusão de sobras do projeto desplugado. Porém, a primeira edição física foi lançada com os registros originais. O erro foi corrigido na segunda edição da coletânea, mas persiste nas plataformas digitais.
11) Vaca profana (Caetano Veloso), da coletânea “Gal canta Caetano” (2004)/segunda edição. BMG, 2004 (gravada em 1997). Arranjo e orquestração: Wagner Tiso
O registro é mais um que foi preterido na edição do CD “Acústico MTV”. Gravado originalmente para o álbum “Profana”, de 1984, o rock teve os riffs iniciais de guitarra da primeira gravação substituídos pelas teclas do piano tocado por João Rebouças. A gravação mantém o pulso de uma das letras mais geniais de Caetano.
12) O amor (Caetano Veloso, Ney Costa Santos, Vladimir Maiakovski), da coletânea “Gal vanta Caetano” (2004)/segunda edição. BMG, 2004 (gravada em 1997). Arranjo e orquestração: Wagner Tiso
Uma das mais emblemáticas gravações de Gal, a canção é aplaudida pela plateia do “Acústico MTV” logo que explode no refrão. A performance da cantora não deixa nada a dever à primeira versão, do álbum “Fantasia”, de 1981. Destaque também para o acompanhamento de João Rebouças ao piano.
13) Folhetim (Chico Buarque), do DVD “Acústico MTV” (1997). BMG, 1997. Arranjo e orquestração: Wagner Tiso
Mais um clássico da carreira de Gal Costa que foi incluído na edição em DVD do programa “Acústico MTV”.
14) Pra você (Silvio César), da trilha sonora da novela “Torre de Babel”. Som Livre, 1998
Os caminhos de Gal Costa e Silvio César haviam se cruzado em 1967, quando os dois cantaram a música “Dadá Maria”, de Renato Teixeira, no histórico festival da Record daquele ano. Mais de 30 anos depois, a cantora foi convidada a interpretar o maior sucesso de Silvio como compositor para a trilha sonora da novela “Torre de Babel”, de Silvio de Abreu.
15) Modinha (Tom Jobim e Vinicius de Moraes), com Toninho Horta, do álbum “From Ton to Tom” – A tribute Tt Tom Jobim. Videoarts Music, 1999
Músico mineiro da turma do Clube da Esquina, Toninho Horta convidou Gal para dividir com ele a faixa de seu álbum dedicado às composições de Tom Jobim. Uma versão voz e violão carregada de emoção. O álbum foi lançado na Europa e no Japão e conta com a participação de Gal em outras duas faixas.
16) Oferenda a mim (Roberto Mendes e Rogério Duarte), do álbum “Canções do divino mestre”. Companhia das Letras, 2001
Projeto de Carlos Rennó sobre a obra “Bhagavad Gita – Canção do divino mestre”, com tradução de Rogério Duarte, o CD vinha encartado no livro de mesmo nome que traz o texto religioso hindu escrito originalmente em sânscrito. Gal gravou a canção (na verdade, um trecho do livro musicado), acompanhada apenas pela guitarra do músico Mou Brasil. Gilberto Gil, Chico César, Wally Salomão e Cássia Eller são outros nomes que participaram do projeto.
17) Merceditas (Ramon Sixto Rios, versão de Fernando Zandonai), da trilha sonora da minissérie “A casa das sete mulheres”. Som Livre, 2003
A versão abria o CD com a trilha da minissérie escrita por Maria Adelaide Amaral e Walther Negrão. O chamamé foi tema da dramatização da história de amor entre o revolucionário Bento Gonçalves e sua mulher Caetana. Gal jamais cantou a canção em shows.
18) Dindi (Tom Jobim e Aloysio de Oliveira), do disco “Lanny Gordin – Duos”. Universal Music/Barravento Artes, 2007
Foi o reencontro de dois tropicalistas – Lanny Gordin tocou guitarra em vários discos do movimento – em uma versão eletrificada para um dos clássicos da bossa nova, gênero que influenciou diretamente o canto de Gal. A gravação tem lindos improvisos de Gal, que acompanha o passeio que Lanny faz pela melodia criada por Jobim.
19) Ruas de outono (Ana Carolina e Antônio Villeroy), da trilha sonora da novela “Paraíso tropical”. Som Livre, 2007
O novelista Gilberto Braga, autor de “Paraíso tropical”, era um entusiasta da música brasileira e fã de Gal. Levou a cantora, inclusive, para cantar “Folhetim” em uma cena de “Dancin’ Days” (1978). “Ruas de outono” foi a única música de Ana Carolina que Gal gravou.
20) Meu romance (My romance) (Richard Rodgers e Lorenz Hart/versão de Carlos Rennó), do álbum “Nego”. Biscoito Fino, 2009
Coube a Gal dar voz a esta versão assinada por Carlos Rennó, gravada com arranjos de cordas conduzidos por Jaques Morelenbaum. O álbum coletivo trazia grandes clássicos norte-americanos vertidos para o português por Rennó. Além de Gal, artistas como João Bosco, Emílio Santiago, Elba Ramalho e Maria Rita também gravaram para o projeto. “Meu romance” saiu em duas versões, uma apenas com Gal, que está aqui, e outra com a participação de Carlinhos Brown.
A íntegra, como você já sabe, pode ser ouvida exclusivamente no site da rádio. Basta clicar aqui.