Informações obtidas pelo jornal Folha de S. Paulo dão conta de que o rapper Drake mentiu na justificativa que deu para o cancelamento de seu show em São Paulo, no último fim de semana. Ele seria o headliner do festival Lollapalooza Brasil no domingo (26), mas desistiu de subir ao palco horas antes da apresentação.
Sob a condição de anonimato, pessoas envolvidas na produção do evento afirmaram à publicação que parte da equipe contratada pelo rapper estava no Brasil e passou a madrugada anterior ao concerto fazendo a montagem de aparatos técnicos, entre eles cenário, equipamento de áudio, painel de LED e estruturas.
Drake afirmou à ocasião que a desistência de se apresentar no evento se deveu a “circunstâncias imprevistas”, visto que estava “sem membros de sua equipe de som e produção, essenciais para a realização do show do Lollapalooza” – algo que, infelizmente, estava “fora de seu controle”.
A equipe, ainda de acordo com as fontes ouvidas, estava hospedada no hotel Hilton e só soube que ele não viria mais ao País junto com membros da T4F, empresa que organizava o Lolla até esta última edição.
Procurado, o festival afirmou em nota que não é responsável pela justificativa do artista e que somente reproduziu a mensagem enviada por sua equipe. Nenhuma das outras partes envolvidas quis comentar a decisão.
Nesta que seria sua primeira passagem pelo Brasil em quase quatro anos, Drake tinha solicitado reservar cerca de 30 quartos no hotel Tangará, que receberia empresários, gerentes de turnê, membros da gravadora e parte de seus seguranças. As reservas custaram algo em torno de R$ 500 mil – dos quais R$ 108 mil foram destinados apenas à suíte em que o rapper se hospedaria. A diaria sai pela bagatela de R$ 27 mil.
Até um dia antes da apresentação, mesmo alegando que havia por parte de sua equipe uma comunicação truncada e pouca flexibilidade, a equipe do Lolla seguiu trabalhando como se o show fosse de fato acontecer.
“O comunicado foi o ápice de um processo que envolveu a justificativa falsa, um chá de cadeira e quebra de contrato”, diz a Folha.
Além do cachê que receberia pelo show em São Paulo, a empresa DL7 Pagamentos desembolsou cerca de R$ 1 milhão para ter a presença do artista em uma after party. Ingressos que custavam cerca de R$ 550 chegaram a ser anunciados, mas o evento terminou sendo cancelado.
O contrato em questão prevista que Drake ficasse no ambiente por cerca de 90 minutos, em um ambiente reservado acima do palco. Ele também deveria fazer dois chamados divulgando a festa em seu perfil no Instagram, onde acumula mais de 134 milhões de seguidores.
No entanto, conforme a data foi se aproximando e a equipe do artista se negava a fazer as postagens no período combinado, a DL7 decidiu cancelar o evento por quebra de contrato. A devolução do dinheiro também foi solicitada, mas não tinha acontecido até a última sexta-feira (31).
Outras pessoas envolvidas na produção da festa relataram inconstância da equipe de Drake, que desaparecia durante os contatos e retornava com novas exigências ou mesmo postergando prazos.
Drake tinha se apresentado dias antes na Colômbia, no festival Estéreo Picnic. A mesma equipe de cerca de 50 pessoas que organizou a apresentação foi a única parcela de seu time a se desculpar com os funcionários da T4F.
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