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Entrevista – Duda Beat revela que estará “sofrendo, mas animada” em terceiro álbum
Durante seus shows no Carnaval, em fevereiro deste ano, a cantora e compositora Duda Beat colocou as multidões para aprender e cantar um trecho de uma faixa inédita, chamada “Na Sua Cabeça”: “Eu me apaixonei / Mas eu vou ficar na sua cabeça / Na sua cabeça”.
Com esse verso fácil e contagiante, a canção promete abalar os corações — e cabeças — quando for lançada no terceiro álbum de estúdio da pernambucana. E seus fãs não devem esperar muito, pois a produção do sucessor de “Sinto Muito” (2018) e “Te Amo Lá Fora” (2021) está seguindo a todo vapor.
A artista já tem a demo pronta, com todas as letras, melodias e arranjos que precisa para o projeto inédito. Ela adiantou ao Papelpop que, muito em breve, entra no estúdio para gravar os vocais do disco, que promete não só ter sua sofrência pop de sempre, como também mostrar seu lado mais solar, colorido e animado.
“Estou arriscando uma Duda Beat mais animada. Ainda estou sofrendo, mas também estou animada [risos]. Eu sinto que é isso.”
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Por telefone, Duda Beat entregou esses e outros detalhes de seu terceiro disco. A estrela detalhou, também, todo o processo criativo, além de refletir sobre a própria trajetória e a discografia que deixa no mundo.
“São cinco anos de carreira e dois discos que tenho orgulho, o terceiro não vai ser diferente. Eu quero ficar velhinha, olhar para trás e ver que deixei uma discografia que me orgulho no mundo. Acho que o principal objetivo da minha carreira é esse”
Leia a íntegra abaixo!
Papelpop – No Carnaval, você deu um spoiler de uma música ainda não lançada que parece falar de paixão. O que você pode adiantar sobre “Na Sua Cabeça”?
Duda Beat – É uma faixa que eu adoro. É uma faixa que fiz durante a pandemia ainda, então é muito especial para mim. É muito bonita… aquelas, né? [risos] Não, agora falando sério. Não vai ser o primeiro single que vou lançar, mas vai aparecer em algum momento. É uma faixa que eu gosto muito, que tenho muito carinho. E, sim, ela sai no #DB3.
PP – Como anda a produção do #D3, falando nisso?
DB – É muito legal falar sobre isso, apesar de ninguém me perguntar como faz um disco. As pessoas só querem saber quando está pronto e quando vai ser lançado… é uma coisa muito curiosa [risos]. Mas é tão maravilhoso e mágico esse processo de colocar uma coisa que faz a total diferença na canção, no arranjo, na melodia. Primeiro, a gente faz a demo de todas as canções: bota no computador a forma que a gente quer a bateria, o baixo e os teclados e bota uma voz guia. Esse processo já foi, já tenho todas as canções prontas com letra, melodia e arranjo.
Comecei, há uns dias, a gravar o baixo e a bateria de algumas canções. A gente tinha o computador fazendo, agora a gente vai ter o ser humano executando, o que é maravilhoso e muito melhor. Outras, que a gente quer uma pegada mais eletrônica, acabam ficando como na demo. Daqui há umas semanas, entro em estúdio para gravar todas as vozes oficiais – que, na verdade, podem ser oficiais ou não. Se minha voz da demo ser melhor do que a que eu gravar, vai ser a da demo mesmo. Isso aconteceu com várias canções do “Te Amo Lá Fora”, por exemplo. Porque cantar também é vibe, é momento, é interpretação. Às vezes, a gente interpreta de uma forma ali, na ingenuidade de compor a canção, que se perde quando vai para o estúdio. Nos próximos dias, semanas, eu e as backings entramos em estúdio para gravar todas as vozes do disco novo. E estou muito feliz com esse processo acontecendo. A melhor parte do meu trabalho, eu te confesso, é fazer música e ir para estúdio.
PP – Com quem você está trabalhando no #DB3 a nível de produção e composição? Você mantém os mesmos colaboradores de “Sinto Muito” e “Te Amo Lá Fora”?
DB – Nos meus últimos dois discos, quem assina a produção é Lux & Troia. Nesse, não vai ser diferente. Troia é meu marido, Lux é um dos meus melhores amigos, então está tudo em casa. E eu assino as composições. Normalmente, a gente faz uma imersão: eu dou uma desligada das redes sociais, paro um pouco de ouvir música para não me “contaminar” com outras melodias que já existem e alugo um lugar na praia ou no campo, como foi nesse último disco, para poder escrever as canções. É um momento muito meu, em que eu faço meu cafézinho, sento na grama, olho o céu e penso no que eu poderia escrever e as coisas vão vindo.
PP – Sem distrações, né?
DB – Sem distrações. Eu faço letra e melodia e, aí, volto para os meninos: “ó, fiz essa letra e melodia”. Eles me perguntam sempre como eu quero dançar as canções, que é uma comunicação só nossa e muito legal porque eu não toco nenhum instrumento, mas eu entendo muito de música. Para passar para eles como eu quero a batida, eu digo para eles como eu quero dançar e a nossa comunicação vai fluindo. “Eu queria um tananan aqui”, “eu quero um negócio ali” e a gente vai construindo junto. Mas letra e melodia são coisas que eu faço muito solitária, sozinha, e acho que está dando certo [risos].
PP – Com certeza! Uma coisa interessante é que “Te Amo Lá Fora” trouxe uma narrativa de apegos e desapegos, iniciada em “Sinto Muito”, mas com abordagens e sonoridades renovadas. Há muitos pontos de convergência entre os dois álbuns, mas de divergência também. O que há de semelhante e o que há de diferente no seu próximo disco?
DB – Acho que o que há de semelhante é que sou eu ali fazendo, escrevendo. Tem essa coisa da Duda Beat ali, presente. Tem algumas canções que serão sofrência, sim. Eu gosto de escrever coisas tristes, não adianta. Quando é feliz demais… é difícil para mim. Não sei. Eu gosto de dar aquela escorregada no banheiro, dar uma chorada, fingir que estou em um filme, essas coisas.
E isso vai estar no terceiro disco também. Mas também estou explorando sonoridades que nunca explorei antes e, em questão de letra e melodia, que são coisas que dependem muito de mim exclusivamente, estou arriscando uma Duda Beat mais animada. Ainda estou sofrendo, mas também estou animada [risos]. Eu sinto que é isso. Mas acho muito legal você falar sobre a sonoridade e o argumento de cada um dos últimos discos porque eles conversam entre si mesmo. E o “Te Amo Lá Fora” não tinha como ser diferente, né? A gente estava vivendo uma pandemia e eu estava triste, não tinha como ser uma coisa colorida quando o mundo inteiro estava preto e branco, sabe? É por isso que ele tem essa coisa mais dark.
PP – Passado tudo isso, faz sentido trazer algo mais animado, mais solar, no novo disco.
DB – Sim, é isso! Um pouco de colorido para as nossas vidas. Mas um colorido esquisito porque eu gosto do esquisito também. Nada convencional [risos]. Mas acho que esse é o barato da arte, né? Em cada capítulo, em cada era, eu me reinventar. As pessoas que estão esperando meu terceiro disco sabem que eu não vou fazer um negócio igual. Isso cria uma expectativa também: “Vai vir uma coisa diferente. Agora, o que é… ninguém sabe. Ela é doida, então a gente vai adorar o que vir ou a gente vai detestar, preferir as músicas do primeiro ou do segundo” [risos]. Mas eu acho que o importante é a gente se agradar, estar feliz. E eu estou muito feliz com o resultado do meu terceiro disco, gosto de ouvir as minhas músicas. Não que eu escute depois de lançar, só quando vou cantar.
PP – Em abril, “Te Amo Lá Fora” completa dois anos e “Sinto Muito”, cinco. Diante desses marcos, como você avalia sua trajetória até aqui e a recepção do público com seus discos?
DB – Eu avalio de uma forma muito positiva. Pô, eu quebrei barreiras, sabe? Não querendo ser metida, nem me gabar, mas eu furei a bolha do underground e isso é uma coisa que tem que ser celebrada. Eu me orgulho muito de ter feito esse movimento e de tantas pessoas se inspirarem em mim para fazer esse movimento também, furar essa bolha. Eu me avalio cada vez maior, cada vez mais grandona… no sentido de empolgada em escrever. Acho que a coisa que eu mais peço a Deus todo dia é saúde, sabe? Saúde, mente tranquila e criatividade para que eu possa continuar escrevendo as minhas canções e que as pessoas sigam ouvindo, recebendo com amor. São cinco anos de carreira e dois discos que tenho orgulho, o terceiro não vai ser diferente. Eu quero ficar velhinha, olhar para trás e ver que deixei uma discografia que me orgulho no mundo. Acho que o principal objetivo da minha carreira é esse.