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Entrevista – Shania Twain fala sobre novo álbum, revela qual música cantaria com Harry Styles e o desejo de colaborar com Anitta
A saúde de Shania Twain foi um tópico de muita atenção, nos últimos anos. Em 2019, submeteu-se a uma intervenção cirúrgica na garganta por complicações da doença de Lyme, a qual contraiu em 2003, mas foi diagnosticada tardiamente, apenas anos mais depois. Durante a pandemia, ainda, a cantora travou uma difícil e quase fatal batalha contra a Covid-19.
Nesse caminho, a ideia de levantar os ânimos e retomar as rédeas da própria vida, após os traumas da grande estrela do country, foram o fio da meada do disco “Queen Of Me”, que chegou mais pop que nunca às plataformas digitais, no início de fevereiro.
Em uma entrevista ao Papelpop, Twain revelou que compôs mais do que nunca, durante o período de seis anos em que ficou longe dos estúdios. “Lá pelo meio da pandemia, eu tinha tantas músicas para gravar […] Eu estava construindo um material que valeria por uns três álbuns”, disse.
Aos 57 anos, a artista contou, ainda, que, além da faixa-título do disco, que é mega empoderada sob um ponto de vista pessoal, a autoapreciação também está na perspectivas de canções melancólicas, assim como em “Brand New Me”, em que canta sobre se priorizar após o fim de um relacionamento.
“Começo uma música com uma melancolia, mas nessa fase específica de usar a composição para me levantar, essa música se tornou algo mais festivo, do tipo: ‘tudo bem, sobrevivi a isso e me sinto bem, me sinto ótima na minha própria pele, estou em um lugar melhor agora’” — Shania Twain
Com uma carreira brilhante, Shania é a ídola dos ídolos. No último ano, ela subiu ao palco de Harry Styles no Coachella 2022 para apresentar “Man! I Feel Like A Woman” e “You’re Still The One”, dois dos grandes hits que a consagraram na indústria. Agora, ela revelou qual faixa do vencedor do Grammy 2023 de Álbum do Ano ela apresentaria se o convidasse para sua futura turnê.
Mas, no último ano, a cantora que retornou à ativa pôde sentir todo o calor brasileiro ao assistir a um show de Anitta na Suíça, país em que passa a maior parte do seu tempo. Durante a conversa, Shania não poupou elogios à Girl From Rio e revelou estar disposta a uma colaboração.
“Eu não sabia que ela iria saber quem eu era, mas ela foi tão maravilhosa […] Nós nos encontramos no backstage e ela me tratou como família, foi apenas sincero e genuíno. Ela é linda por dentro e por fora” — Shania Twain
Abaixo, leia a entrevista na íntegra:
PAPELPOP — Já fazem seis anos desde que você lançou o seu último disco. Eu quero saber por que este é o momento de lançar um novo e o que mudou artisticamente para você desde seu último lançamento?
Shania Twain — Bom, com o fim da turnê (2018), comecei a escrever músicas naturalmente, é o que gosto e sempre estou fazendo. Estava construindo um catálogo para voltar ao estúdio, mas então o Covid chegou e nós não podíamos estar no estúdio juntos. Tudo aconteceu, mas continuei escrevendo. Lá pelo meio da pandemia, tinha tantas músicas para gravar, que comecei a gravar sozinha, apenas com as minhas próprias ferramentas, com apenas um engenheiro, desta maneira. Estava construindo um material que valeria por uns três álbuns, uma vez que começou a acumular [canções] nos últimos seis anos.
Finalmente, perto do fim da pandemia, consegui ir ao estúdio com duas ou três pessoas. Logo, nos tornamos cinco. Começou a funcionar, depois de um tempo. O covid começou a perder forças e o álbum veio com isso, este é o motivo pelo momento.
Agora, em relação a como as coisas mudaram… Quando estava escrevendo este disco, nós estávamos ansiosos, incertos sobre o que iria acontecer, por quanto tempo o isolamento continuaria, se alguém que conhecíamos ficaria doente. Eram tantas incertezas e estresse. Eu olhei para a composição como o meu refúgio, então usei isso para ser o meu momento de me colocar para cima, usando a composição para coisas felizes e comecei a fazer todas as faixas como músicas as quais eu dançaria. Começou a soar muito pop, dance e inspirador, todos os efeitos de ser a própria inspiração. Algo que a música “Queen Of Me” fala sobre tomar conta das minhas próprias atitudes e tomar responsabilidade pela liberdade da minha mente. Sabe, tomar desafios pessoais, como se manter otimista em um momento muito pesado no mundo.
PAPELPOP — Sim! “Queen Of Me” e “Brand New Me” são faixas que falam sobre se colocar em primeiro lugar, como sua prioridade. Esse é um assunto que tem vindo à tona recentemente, principalmente para as mulheres. Como foi o processo de se abraçar e se colocar em primeiro lugar?
Shania Twain — Mais uma vez, isso foi por conta do Covid, porque o peso de ter as relações que você tem com as pessoas é diferente para todo mundo. No meu caso, sou esposa e sou mãe, sou uma dona de casa, gosto de natureza, gosto de ter certeza que todos estavam felizes. Então, durante o Covid, tudo isso foi muito desafiador, mas gostaria de continuar sendo aquela pessoa que parece um exemplo de ser produtiva e não de ficar para baixo. Tomando conta de tudo e sendo a rainha de mim mesmo, dizendo: “não vou deixar isso me afetar, vou entrar no comando e não vou deixar as notícias me assustarem e a me perder”. Eu digo tomar conta de mim mesma, mas não é nem sobre um ponto de vista feminino. É mais pessoal. Eu uso o termo “Rainha de Mim” porque não seria realista usar “Rei”. Então foi sobre isso.
Agora, sobre “Brand New Me”, eu escrevo muitas músicas de coração partido, algo numa vibe Adele. Começo uma música com melancolia, mas nessa fase específica de usar a composição para me levantar, essa música se tornou algo mais celebratório, do tipo “tudo bem, sobrevivi a isso e me sinto bem, me sinto ótima na minha própria pele, estou em um lugar melhor agora”.
PAPELPOP — “Best Friend”, o próximo single, fala sobre amizade e parceria. Sabemos que em relacionamentos mais antigos temos algumas histórias divertidas e clássicas, que sempre nos fazem rir como se fosse a primeira vez. A música foi inspirada por alguma amizade específica? Você tem alguma história assim que a música te faz lembrar?
Shania Twain — Eu me lembro de que tinha 12 anos de idade e tinha uma amiga que era de espírito muito livre, nós vivemos muitos momentos intensos juntas, nessa idade — entre 12 e 13 anos — você realmente gera uma conexão mais profunda com suas amizade do que, talvez, qualquer outra idade. Nós éramos muito, muito próximas e de repente, nos mudamos para longe uma da outra. É uma daquelas histórias de partir o coração. Eu chorei muito e me lembro de perceber o quanto aquela amizade era importante e como isso continuou comigo, essa coração partido de ter que deixar a minha melhor amiga. Então, quando estava escrevendo essa música, eu pensava muito em como esses momentos vulneráveis em que você tem uma amiga como essa, quando você está no seu momento mais bobo e você pode ser totalmente você mesmo, ser inteiramente você, sem julgamentos. Essa música é sobre olhar para trás e relembrar dessa amizade de quando eu tinha 12 anos. Mas é, claro, também sobre as pessoas que conheci em Las Vegas e as pessoas que vieram comigo até hoje.
PAPELPOP — Já que estamos falando de amigos, você cantou “Man! I Feel Like a Woman” e “You’re Still The One” com Harry Styles no Coachella do ano passado. Se você tivesse a chance de convidá-lo para o seu show, mas agora para cantar uma música dele… qual seria?
Shania Twain — Ai, meu Deus! Ontem mesmo eu estava aquecendo minha voz cantando uma música do Harry, que é “Falling”. Você conhece? Não é uma música muito animada, é uma balada (risos).
PAPELPOP — Não é nada animada, eu já estou chorando aqui!
Shania Twain — Eu cantaria essa com ele, sabe? Bem, ele adora cantar a minha música “You’re Still The One”, então talvez eu faria “Falling” com ele. Eu acho que seria uma boa backing vocal para Harry Styles, faria isso muito bem. Poderia fazer uma harmonia, ou então eu e ele alternamos entre os versos. Ok, é isso, eu faria “Falling” com ele. Seria tão lindo!
PAPELPOP — Então, por favor, ligue para ele e faça esse convite! (risos)
Shania Twain — Vou mandar uma mensagem para ele! (risos)
PAPELPOP — Os fãs brasileiros se sentiram um pouco mais próximos de você desde que você foi ver o show da Anitta meses atrás. Você lembra como conheceu o trabalho dela? O que você pode nos contar sobre a experiência do show?
Shania Twain — Você sabe, eu passo grande parte do meu tempo na Suíça, então ouço a música dela lá e, durante o verão, teve este festival em que ela iria se apresentar. É um festival com muito gêneros e muito prestigiado, e ela iria tocar lá naquele ano. Então falamos: “nós vamos para ver a Anitta!”. Pedimos para falar “oi” para ela depois do show e ela foi muito graciosa, eu não sabia que ela iria saber quem eu era, mas ela foi tão maravilhosa, o irmão dela também estava lá. Nós nos encontramos no backstage e ela me tratou como família, foi apenas sincero e genuíno. Mas assisti ao seu show antes, então aquilo foi muito… eu não acho que tenha visto alguém com tanta energia no palco. A plateia estava ficando louca, ela é uma dançarina incrível e seus bailarinos são, sério, atletas! Encontrei ela depois e ela foi uma pessoa amável, ela é linda por dentro e por fora.
PAPELPOP — E nós podemos esperar uma colaboração entre vocês?
Shania Twain — Quero dizer, essa não seria uma boa ideia? Estou disposta a fazer isso!
PAPELPOP — Há muitos anos atrás você fez uma mudança de gênero do country para o pop. Algo que, décadas depois, Taylor Swift fez sob pressão negativa de sua gravadora. Já faz algum tempo, a forma como você vê esse momento da sua carreira mudou de alguma maneira? Você faria algo diferente se pudesse?
Shania Twain — Eu adoro evoluir e tentar coisas novas, tenho tantas músicas que escrevi e que pertencem a gêneros diferentes. Tenho tantas outras músicas para gravar e músicas para experimentar. Então, a resposta é sim, me vejo me envolvendo em coisas e surpreendendo meus fãs, eu sempre vou ser eu, acho que independente dos álbuns que fiz até agora, é bem óbvio que sou eu, certo? Não acredito que o gênero faria alguma diferença, porque a minha composição e o meu estilo vocal sempre irão continuar assim, mas, sim, gosto de ter espaço para crescer e evoluir, surpreendendo até a mim mesma.
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Com 12 faixas que variam entre a autodescoberta, a superação e o clássico romantismo da rainha do country, “Queen Of Me”, de Shania Twain, pode ser ouvido em todas as plataformas digitais.