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Entrevista – ConeCrewDiretoria retorna com dois singles, casa nova e promessa de disco inédito
Mesmo que você não tenha acompanhado o hip hop brasileiro nos anos 2000, deve se lembrar da ConeCrewDiretoria. Formado pelos MCs Ari, Batoré, Cert, Maomé e Rany Money com o beatmaker Papatinho, o grupo surgiu em 2006, conquistou o país com suas rimas e virou uma referência para muitos artistas da cena que vieram depois deles.
Apesar de nunca ter anunciado oficialmente um hiato e de, em 2022, ter se apresentado em alguns palcos pelo Brasil, o sexteto deixou que quase seis anos se passassem desde o lançamento de seu último álbum de estúdio, intitulado “Bonde da Madrugada pt. 2” (2017). Mas, nesta terça-feira (24), retornou triunfante com dois singles inéditos, casa nova e promessa de mais um disco.
“’Bug do Milênio’ é uma música que é a cara da ConeCrew clássica que todo mundo conhece. Estou muito feliz e cheio de expectativas com essa música, mas é 2023 e a galera sempre tenta evoluir musicalmente, busca renovação, então ‘Hino’ já tem uma pegada mais moderna”, contou Papatinho ao Papelpop.
O premiado beatmaker explicou que, na hora de escolher a música para marcar a volta do coletivo, “não podia faltar ‘Bug do Milênio’ por ser bem ConeCrew, mas a gente também achou que seria legal que ‘Hino’ chegasse para completar”. Para a sorte dos fãs, o lançamento duplo foi a saída perfeita.
“Bug do Milênio” ainda veio acompanhado de um videoclipe dirigido por Phill Mendonça. O registro audiovisual brincou com os rumos que os seis integrantes da ConeCrew poderiam tomar se resolvessem parar totalmente as suas atividades coletivas.
Ari, Batoré, Cert, Maomé, Rany e Papatinho se imaginaram como vendedores de sorvete, professores de yoga, motoristas de aplicativo e outros profissionais, mas apenas na produção. Na vida, os artistas não pensam em ser outra coisa. “Foi só uma brincadeira nossa, uma ideia da rapaziada”, garantiu Ari.
Mas não são só as duas faixas que pavimentam os novos caminhos do grupo. Essa fase também é impulsionada pela assinatura dos músicos com a Sony Music, que promete trazer-lhes muitas oportunidades ao longo de 2023. “Trabalhar com uma das maiores gravadoras do mundo, que abrange um catálogo gigante e artistas gigantes… estar do lado dessas pessoas, para a gente, significa bastante”, disse Ari.
Uma dessas oportunidades dentro da casa é um novo álbum de estúdio, que deve ser antecedido por mais um single em março e, finalmente, ganhar o mundo. “Não posso falar o mês exatamente, mas vai sair no meio do ano”, revelou Papatinho.
Ele evitou dar muitos spoilers, mas adiantou que o trabalho inédito traz parcerias com nomes consagrados e novatos do hip hop. “Sempre fomos um grupo que abre portas, que mantém o microfone aberto para artistas locais para fazer uma rima, e vamos continuar sendo. E, hoje, a gente tem muita opção. Está muito legal a cena, com muita gente boa”, refletiu.
A cena realmente só cresce desde o surgimento da ConeCrewDiretoria e outros grupos dos anos 2000. Basta dar uma olhada nos principais charts musicais, sintonizar uma rádio ou ir a um festival para notar a presença e a força do rap, trap, drill, grime e outros subgêneros por todo o país.
Para Ari, “é muito legal ver isso acontecer porque a gente batalhou bastante para sair daquele nicho mais underground, quebrar barreiras, alcançar o público nacional e tocar em vários festivais, inclusive o Lollapalooza e o Rock in Rio”.
“A gente conseguiu conquistar bastante coisa e fãs, a gente marcou uma geração inteira. E é muito legal ver que nessa nova geração, muitos cresceram ouvindo e agora estão fazendo música. E hoje tem bastante espaço para todo mundo”, concluiu.