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“Divã pop”: livro explora obra de Madonna a partir da relação entre sexo, culpa e religião
Ao mesmo tempo em que Madonna anuncia uma turnê para celebrar seus quarenta anos de carreira, o psicólogo Pedro Nava, fã da cantora, publica um livro centrado em sua obra.
Em junho de 2019, ele defendeu pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) uma dissertação de mestrado em que se dedicou a discutir, a partir de trechos de espetáculos da artista, como ela utiliza a culpa para abrir discussões a respeito do sexo e da religião.
Selecionado por um edital de apoio a publicações da Editora UFMT, “Divã Pop”, como foi batizado, teve seu lançamento em formato físico comprometido por cortes orçamentários feitos nas universidades. Diante da restrição, foi necessário abrir uma campanha de financiamento coletivo, já em andamento neste link.
“Lanço esse projeto porque faço parte do time de pessoas que ainda prefere o contato com o papel para poder marcar, rabiscar, pensar junto com o livro”, diz Nava, em nota.
A obra é uma tentativa de mostrar como as produções culturais ostentam elementos fundamentais na estruturação das sociedades e, portanto, auxiliam na compreensão da maneira com que os indivíduos se colocam no mundo. Com uma linguagem simples e acessível, o leitor tem acesso tanto às produções de Madonna quanto ao simbolismo que busca empregar ao evocar estéticas e discursos que se entrelaçam às pautas de comportamento.
Nesse sentido, analisar as obras sob o escopo da psicologia e da psicanálise se faz fundamental, conforme explica o autor.
“Nessa jornada, tomei autores como Michel Foucault e a antropóloga Gayle Rubin, além do próprio Freud”, conta. “Eles ajudaram a construir um caminho que explica as relações que sexualidade e religião constituem na sociedade ocidental, seja pela via da filosofia, da psicanálise e da antropologia e como elas moldam uma moral e condutas de comportamento”.
