Já parou para pensar o que as pessoas ouviam há 30 anos? Este não é, necessariamente, um cenário muito difícil de ser desenhado.
A maioria das artistas que dominava as paradas de sucesso àquela altura segue mantendo sua relevância nos dias atuais, tendo, inclusive, servido de inspiração para trabalhos de nomes contemporâneos. Justamente pelo fato de terem sido tão marcantes, esses nomes merecem ter sempre que possível suas criações celebradas.
Madonna, Sade, Annie Lennox, Whitney Houston, Cássia Eller… todas elas brilharam ao exaltar as particularidades de seus discursos e decidirem peitar a indústria a fim de se firmar como símbolos de liberdade, no mais amplo sentido da palavra.
Não importa a geração: seus trabalhos transcenderam os limites do tempo, tornando-se ícones de atemporalidade. Bateu a nostalgia? O Papelpop te ajuda a relembrar alguns de seus LPs mais icônicos que, em 2022, completaram três décadas de existência.
Dona de uma das vozes mais belas que a música pop contemporânea viu surgir, a nigeriana Sade Adu reuniu sua poderosa banda e atualizou a sonoridade que vinha entregando ao longo dos anos 1980. Com a estreia de “Love Deluxe”, ela compartilhou canções que marcaram toda uma geração de apaixonados entre sentimentos complexos como o desejo e o rancor.
A partir daí, seu som se modernizou expandindo os caminhos trilhados até então por entre referências do jazz e do R&B. Podre de chique e há boatos de um comeback em 2023. Será?
Faixas preferidas: “No Ordinary Love”, “Kiss of Life” e “Mermaid”.
Um marco na cultura pop, “Erotica” chegou com estardalhaço, chutando as portas do conservadorismo. Com produção de Shep Pettibone, o projeto ainda hoje é considerado um divisor de águas na indústria fonográfica por trazer pela, primeira vez, uma mulher narrando suas próprias fantasias sexuais.
Aliado às batidas inconfundíveis do hip hop, o LP foi por anos considerado “o disco de sexo” da Madonna, uma realidade nem tão justa assim.
Ao longo de suas 14 faixas, ele expõe várias outras questões como a tristeza provocada pela pandemia de AIDS/HIV, a introspecção da grande diva que ela vinha se tornando, a intolerância contra pessoas LGBTQIA+ (afinal, nunca houve maior aliada da causa), bem como a ironia com que a artista tratou suas desilusões. Narrativa atemporal!
Faixas preferidas: “Erotica”, “Bad Girl” e “Waiting”.
O álbum de jazz dela! Embora a figura de Sinnéad O’Connor esteja um tanto distante das novas gerações, nos idos anos de 1990, ela era uma sensação. Em 1992, durante uma aparição no Saturday Night Live, a artista rasgou ao vivo uma foto do Papa João Paulo II em protesto contra uma série de denúncias de abusos sexuais cometidos contra crianças e acobertados por entidades religiosas.
Embora seu nome tenha ficado no limbo após a atitude, dado o clima de conservadorismo da época, ela seguiu fazendo música e entregou o disco “Am I Not Your Girl?”, um dos trabalhos mais disformes e “estranhos” da carreira.
Estranhos porque após o êxito conquistado por sua versão de “Nothing Compares 2 U” e o apelo pop do disco anterior, “I Do Not Want What I Haven’t Got” (1990), ela mergulhou de cabeça na elegância do jazz. Não significa que ele seja ruim, pelo contrário. Só levaria tempo para que as pessoas pudessem apreciar a obra e entender sua densidade.
Acompanhada por uma suntuosa banda, O’Connor gravou uma coleção de faixas que que vai da sutileza à agressividade para tratar de temas como luxúria, desespero e paixão. Como escreveu o crítico Greg Sandow para a revista EW à época, ela “desconstrói seus interesses para expor camadas ocultas de dor sem fim”.
Faixas preferidas: “Bewitched, Bothered and Bewildered”, “Secret Love”, “Success Has Made a Failure of Our Home”.
CeCe Peniston estreou com o pé direito na indústria. Em 1991, ela lançou o single “Finally”, que seria o carro-chefe de um disco homônimo previsto para o ano seguinte. Uma pena que ele tenha sido escanteado pela força de sua primeira amostra. Ela foi o maior hit da carreira, alcançou o topo das paradas de música dance da Billboard e ainda se consagrou como um símbolo máximo da sonoridade noventista.
Seu maior trunfo foi, sem sombra de dúvida, integrar a trilha sonora de “Priscilla, a Rainha do Deserto”, filme que conta as desventuras de duas drag queens e uma mulher trans pelas estradas da Austrália. Vale a pena escutar a obra como um todo e redescobrir algumas pérolas, ofuscadas pelos anos.
Faixas preferidas: “Finally”, “Keep On Walking” e “Virtue”.
No ano em que completaria 60 anos de vida, Cássia Eller soa ainda mais contemporânea. Com “O Marginal”, segundo disco oficial da carreira, ela ainda não tinha o status de superestrela conquistado com “Malandragem”, mas caminhava em direção a isso.
A faixa de abertura, com seus vocais rasgados e produção não trazia grandes hits, ou mesmo intenções comerciais. Passeando por compositores como Cazuza, Luiz Melodia, Itamar Assunção, Beto Guedes e Jimi Hendrix, ela abandona os solos e coloca toda sua potência na voz. Um registro histórico da estrela que despontava.
Faixas preferidas: “Caso Você Queira Saber”, “If Six Was Nine” e “Teu Bem”.
Ainda pensando no Brasil, outro destaque daquele 1992 foi “O Canto da Cidade”. Segundo álbum da carreira de Mercury, o projeto trouxe uma combinação de samba-reggae que ensaiava se popularizar naquele momento.
Deu tão certo que foi eleito o álbum mais importante da música brasileira lançado na década de 1990 por uma enquete feita pelo site do jornal Folha de S.Paulo.
É histórica a apresentação que a artista fez no vão livre do MASP (Museu de Arte de São Paulo) reunindo 20 mil pessoas meses antes da estreia. Expectativa e admiração tão grandes que a polícia foi chamada após representantes do posto de turismo para dispersar a multidão após terem ficado preocupados com a estrutura do museu.
Faixas preferidas: “O Canto da Cidade”, “Bandidos da América” e “Exótica das Artes”
Após brilhar por mais de uma década no duo Eurythmics, que fazia uma pausa naquele momento, Annie Lennox entrou em estúdio e gravou 8 faixas. Ao fim das contas, elas formariam “Diva”, seu primeiro disco solo.
Um dos trabalhos mais bem-sucedidos daquele ano no Hemisfério Norte, o material trouxe uma sonoridade inovadora e que mesclava o pop ao soul, de modo que a intensidade dos vocais da artista buscava levá-la em direção a espaços ainda inexplorados.
A balada “Why” se tornou pedida obrigatória nas rádios. As letras, que refletem amor, revisão de dilemas da juventude e armadilhas da fama, são um deleite.
Faixas preferidas: “Why”, “Walking On Broken Glass” e “Legend In My Living Room”.
As duas primeiras faixas da trilha sonora de “O Guarda-Costas”, filme estrelado por Whitney Houston em 1992, são registros sublimes daquela que, quiçá, foi a maior intérprete de seu tempo. Só essas duas gravações já seriam capazes de dar uma dimensão do que essa obra abarca, mas… é possível ir ainda além.
Com foco total na voz e na afinação, o projeto foi uma verdadeira metralhadora de hits em que as faixas dialogam entre si ao passear por entre as baladas e as batidas do hip hop, àquela época muito bem-vindas nas paradas de pop.
Outros nomes compõem a tracklist, mas fica difícil competir com Houston. Ela foi e sempre será a maior, com o perdão do uso excessivo deste meme.
Faixas preferidas: “I Will Always Love You”, “I Have Nothing” e “Queen of the Night”.
Lá nos primórdios da internet, o número 411 se tornou uma das poucas formas de descobrir o telefone de alguém. Nos Estados Unidos, bastava você discar para acessar o serviço de assistência às listas telefônicas (lembra delas?).
Em “What’s the 411?”, disco que marcou a estreia solo de Mary J Blige, esse toque irônico serviu para conduzir uma narrativa que recebeu grandes elogios da crítica por ter combinado hip hop, R&B e soul a partir de letras reveladoras e um cover de Chaka Khan, “Sweet Thing”.
Faixas preferidas: “Leave a Message”, “Real Love” e “Sweet Thing”.
Começar é preciso! O No Doubt, banda que elevou Gwen Stefani ao posto de ícone pop norte-americano, foi outro que lançou seu primeiro LP em 1992. Ainda que este não seja o melhor trabalho feito ao longo dos últimos 30 anos de atividade da banda, é interessante observar como os vocais de Gwen se preservaram praticamente iguais aos da gravação original.
Entre as 14 faixas não há exatamente um grande hit que estivesse à espera de uma consagração perante o público, mas a fórmula pop já estava ali presente. Não tinha como dar errado.
Faixas preferidas: “Let’s Get Back”, “Ache” e “Sad For Me”.
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