Em entrevista exclusiva para o jornal O Globo, a ex-primeira dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, desconstruiu o mito de que ela e o marido, Barack, tem uma relação perfeita.
À coluna Gente, do caderno Ela, publicado neste domingo (13), ela afirmou que os dois sempre trabalharam duro para construir o amor que possuem hoje.
“Não é fácil. Definitivamente não é só sol e arco-íris. A maior lição que aprendi com ele é que um parceiro nunca será a solução para todos os seus problemas, embora queiram que a gente acredite que sim. Na realidade, não é verdade. Temos que perseverar em busca de nossas próprias soluções para os problemas. Parceiros ajudam, mas não fazem nada sozinhos”.
Obama disse, também, que os dois tem suas rusgas.
“Sim, Barack e eu brigamos, brigamos e discutimos muito ao longo dos anos. Mas se tem uma coisa que aprendi é: estar em um relacionamento longo não significa que vocês são duas metades da laranja que se encaixam perfeitamente. Não tem essa coisa de estar constantemente terminando as frases um do outro, antecipando sentimentos antes que eles surjam. Para nós, estar junto é estar disposto a voltar para redescobrir coisas que ficaram no caminho. Mesmo nos dias em que você está com tanta raiva que nem consegue olhar na cara do outro, confiar na parceria e no processo contínuo de descobrir a vida é a chave da relação”.
Michelle, acaba de lançar um novo livro chamado “Nossa Luz Interior: superação em tempos incertos”. No Brasil, a obra foi publicada pelo selo Objetiva, da Companhia das Letras, e traça uma espécie de estratégia para manter a esperança e o equilíbrio em dia.
Por isso, a autora não se esquivou quando foi questionada sobre o fato de, eventualmente, sofrer com autossabotagem.
“Em muitos momentos na minha vida, precisei lutar demais para sentir que era boa o suficiente. Como filha de um bombeiro hidráulico e uma dona de casa da Zona Sul de Chicago, como orientanda de um professor que disse que eu não era digna de uma universidade de elite (formou-se em Sociologia em Princeton e em Direito em Harvard), tive muitas dúvidas sobre mim desde cedo. E muitas dessas inseguranças voltaram quando as luzes brilhantes da política foram direcionadas para mim e minha família. Então, sim, ainda hoje me questiono se estou à altura. Nunca esperei essa vida para mim. Quando se é a a primeira mulher negra a assumir o papel de primeira-dama em um país como os Estados Unidos, é natural sentir como me senti, como se eu não pertencesse”.
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