A voz que se cala. Horas após a morte de Gal Costa, que surpreendeu a fãs, amigos e admiradores nesta quarta-feira (9), a notícia já tinha corrido o mundo. A artista, considerada uma lenda da música popular brasileira, faleceu aos 77 anos – um acontecimento repentino que repercutiu com grande destaque para homenagens que elencaram suas habilidades extraordinárias.
Abaixo, você confere algumas das principais manchetes a respeito do assunto em jornais de diferentes países.
O jornal espanhol El País, um dos mais importantes de lingua espanhola, destacou a amizade de Gal com Gil e Caetano, e seu papel fundamental durante os anos de ditadura, resistindo praticamente sozinha aos horrores e à caretice dos militares.
“Uma das maiores vozes da música brasileira (…). Ao longo das décadas, flertou com vários gêneros e ritmos musicais, desde o tropicalismo de Caetano, Gil e o rock de Cazuza, além do swing de Jorge Ben Jor”.
O argentino Clarín chamou a atenção para a longevidade de Gal, que a levou a estar em plena atividade ao longo de mais de cinco décadas “com sua afinação perfeita e uma voz suave e aguda”. O jornal também a chamou de “magistral cantora brasileira” e atribuiu a ela “uma carreira iluminada”.
Em Portugal, onde se apresentaria no fim deste mês, Gal foi descrita como “um cristal que se quebrou”, marcando “sucessivas gerações com seu canto cristalino até a morte súbita, aos 77 anos”. O jornal também lembra a obra notável, “que o mundo não esquecerá” e foi responsável por influenciar as seguintes gerações.
Os dois mais importantes jornais da França repercutiram o falecimento de Gal Costa. No Le Monde, “a lenda da música brasileira” foi lembrada por suas contribuições ao tropicalismo e pelo timbre de voz “doce”, responsável por encantar “com sua voz inimitável amantes da música muito além das fronteiras do Brasil”.
Na Inglaterra, Costa foi lembrada em um breve obituário publicado pelo jornal The Guardian. A publicação elencou entre outras coisas uma unanimidade entre seus pares: “Gal foi a grande musa da explosiva cena cultural brasileira que se iniciou nos anos 1960, tendo cantado com alguns dos maiores nomes da música brasileira como Tom Jobim, Chico Buarque e Milton Nascimento”.
No The New York Times, uma das mais detalhadas análises sobre a voz de Gal: “A voz da Senhora Costa, uma brilhante mezzo-soprano, foi uma maravilha cheia de graça e vitalidade, igualmente capaz de delicadezas que desafiavam a gravidade e provocações azedas, de agilidade jazzística e intensidade rock”.
A despedida a Gal Costa acontece nesta quinta-feira (9) em São Paulo, no prédio da Assembleia Legislativa, das 9h às 15h. O sepultamento será restrito para a família e amigos.
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