Um grupo de aproximadamente 15 pessoas, entre atores, atrizes, roteiristas, diretores e produtores que trabalham na TV Globo, se reuniu para denunciar a atriz Cássia Kis junto à compliance da emissora.
O motivo, de acordo com informações obtidas pelo site Notícias da TV, publicado nesta sexta-feira (4), seriam situações de homofobia dentro e fora do ambiente de trabalho, além de comportamentos inadequados nos bastidores da novela “Travessia”, de Gloria Perez.
Situações envolvendo a série “Desalma”, da qual ela também integra o elenco, foram citadas. A reunião ocorreu logo após Kis ter feito falas preconceituosas durante um bate-papo com a jornalista Leda Nagle, via YouTube.
Os colegas, que não foram identificados, decidiram reforçar o pedido de uma atitude mais pungente da emissora em relação às situações e questionar sua permanência na equipe.
O Notícias da TV afirmou, também, ter tido acesso a conversas em um grupo de WhatsApp em que há relatos de reprodução das mesmas falas homofóbicas da entrevista em pelo menos duas situações durante as gravações da novela de Glória Perez. Ambos os casos ocorreram às vésperas do primeiro turno das eleições presidenciais.
Há também menção a uma conversa entre Kis e uma camareira, em que a intérprete de Cidália teria se mostrado preocupada com “uma possível implantação do comunismo no Brasil”. Ela também teria dito que iria “orar dia e noite para que Lula não vencesse, esperando que a camareira fizesse o mesmo”.
A profissional fez uma reclamação com outros atores e disse que a conversa era recorrente, causando constrangimento. Outro colega, com quem contracena diretamente na trama, relatou via mensagem estar “cansado” e que sua presença “pesa o clima durante o trabalho”.
Nos bastidores da série “Desalma”, produção original da Globoplay, Cássia teria tratado com grosseria uma produtora e um dos diretores durante as gravações da última temporada, que ocorreu sob rígidos protocolos de contenção da Covid-19, em 2021.
Em nota enviada ao site, a TV Globo disse que apura as situações relatadas, mas que não comenta detalhes.
“Como você sabe, não comentamos questões de compliance. A Globo tem um Código de Ética, que deve ser seguido por todos os colaboradores e igualmente por todas as áreas da empresa – e em nenhuma delas é tolerada qualquer forma de discriminação. Da mesma forma, tem uma Ouvidoria pronta para receber quaisquer relatos de violação, que são apurados criteriosamente”.
Kis não se pronunciou sobre o assunto. Na última quarta-feira (2), ela esteve rezando na companhia de golpistas em atos antidemocráticos que se instalaram no centro do Rio de Janeiro em oposição à vitória do presidente Lula, do PT.
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