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“Demorou para eu conseguir me sentir forte o suficiente”, diz Marco Pigossi sobre se assumir gay
Marco Pigossi participou do novo episódio do podcast “Calcinha Larga”, disponibilizado hoje (05), no Spotify. Ao lado de Erika Hilton, Monica Benicio e Pedro Henrique França, ele conversou com a apresentadora Tati Bernardi sobre o documentário “Corpolítica” e sobre “sair do armário nacionalmente”.
“Eu me descobri gay muito cedo, mas veio uma fama muito grande também. Tinha o peso de ser galã. Então, sair do armário, para mim, não era só para minha mãe ou para meus amigos. Era para milhões e milhões de pessoas”, relembrou.
O ator contou que “se escondeu no armário” durante muitos anos, pois “tinha muito pânico de qualquer coisa acontecer”. “Isso envolvia a minha carreira também. Não era, tipo, ‘ah, eu saí do armário, mas ali no meu escritório de advocacia ninguém sabe’. Era uma coisa que era nacional”, disse.
Para Pigossi, havia o medo de perder papéis em novelas e outros projetos audiovisuais. “Era uma frase muito replicada na época: ‘Se as pessoas souberem que você é gay, elas não vão acreditar em seus personagens quando eles se apaixonarem por uma mulher’. Isso era falado e exposto”, afirmou.
“Era sair do armário nacionalmente, então demorou muito para eu conseguir me sentir forte o suficiente [para fazer isso]. Aí a gente entra de novo na questão da representatividade: não tinha um ator em quem eu pudesse me espelhar”, completou.
Ele comentou que, antes de se assumir gay publicamente, não haviam muitos colegas de profissão para serem suas referências: “Se eu tivesse alguém em quem me espelhar, teria sido muito mais fácil. E se eu conseguir tocar pelo menos uma pessoa com o meu movimento, pô, já estou no lucro”.
Pigossi ainda falou sobre seu namorado, o cineasta italiano Marco Calvani, no programa. “O único problema é o nome. Quando eu o conheci, ele falou: ‘Me chamo Marco’. Eu falei: ‘Puts, isso não vai dar certo’”, brincou o brasileiro.
Ele disse que se surpreendeu com a recepção do público quando revelou seu romance, mas reconheceu seus privilégios. “Foi uma surpresa. Mas é o padrão, né? São dois homens brancos, bonitos e que podem ter uma casinha. Isso a galera até aceita. Meu processo foi diferente”, refletiu o ator.
Ouça o bate-papo completo: