Conhecido nas noites do underground paulistano, o duo NoPorn (Liana Padilha e Lucas Freire) estreia nesta sexta-feira (2) o disco “Contra Dança“. Com 20 anos de estrada, o projeto proclama uma espécie de resistência clubber em um universo em que pessoas queer lutam pelos mais básicos direitos de existência – uma batalha que se desintegra ao entrar na pista de dança.
Como se tivessem a síntese de uma crônica urbana, moderna e feminista do século XXI, as canções escritas por Liana e produzidas por Lucas são desta vez de contato com o público – um contraste com o projeto anterior, o introspectivo “SIM”. Lançadas em 2021, as canções prometiam fazer “festa em quartos privados”.
“Quando pensamos em lançar o disco #4 do NoPorn, vários assuntos pularam nas nossas cabeças. Pensei nas mulheres deste século, e no meu próprio papel de ser uma mulher há vinte anos criando música, abrindo espaço no charme e no microfone, em festas, bares e mini casas noturnas do começo do século XXI até agora, tocando para públicos, em palcos maiores, nos grandes festivais. A força de criar junto com outras pessoas, de continuar me divertindo, criando mundos únicos e particulares de poesia e som”, explica Liana Padilha, em comunicado.
“Meu encontro com o Lucas Freire (meu parceiro desde 2018), produtor com faro e sensibilidade de buscar essência e ritmo para as minhas frases. E o próprio público do Noporn, cada dia mais jovem, que eventualmente descobre e curte músicas antigas, como se tivessem sido feitas ontem. Enfim, as relações entre pessoas, trocas, territórios, sempre estiveram no meu universo pessoal”.
Abaixo, você confere breves comentários a respeito das músicas feitos pela criadora.
1. Ouriço (Intro)
Sobre oceanos, paixões e Ouriços. Esta música abre o disco com a lembrança do barulho das ondas do mar, misturado com os trens passando na nossa janela na Barra Funda, em São Paulo.
2. Sereia
Ainda no mar, a Sereia não consegue dormir sem gozar. Ela transborda e precisa viver as suas fantasias de rendinhas e derretimento puro.
3. Contra Dança
“Não consigo mudar, tenho que mudar, vou mudar”. A vida não é um programa de tv, você não está num filme. Você não é tão importante. Você está sozinho. Sexo e solidão. O mundo tem cada vez mais gente. O oposto da morte é o sexo. Ninguém pediu a sua opinião.
4. Lilith
A Lilith é uma entidade mitológica “do contra”. Nunca entendemos direito o que significa, mas adoramos o mito da mulher que não veio da costela de Adão.
A letra fala de um encontro de duas pessoas: uma tem Marte conjunto à lua da outra e as duas têm Lilith em escorpião. Encontros do nada que mudam o rumo da sua vida para sempre — e também fala de coisas que têm tudo para dar errado, mas no fim dão certo.
5. Antropofagia do Amor
Tem a ver com Índios canibais, Modernistas de 22 (semana de arte moderna), Zé Celso Martinez Corrêa e seu teatro Oficina. Tem a ver com o amor e a mistura de átomos entre nós e os seres amados, entre nós e todos os seres. Sobre cheiros, gostos, sentidos e movimento. E também sobre Não-Drama. “Tentando aplacar o desejo com o cheiro do suor na camiseta que o objeto do amor esqueceu na sua casa.”
6. Estranha e Louca
E sobre a estranheza de ser Mulher. Para as mulheres livres, nuas, soltas e que ainda acreditam no amor como força de cura. A letra se apropria da pecha da loucura para tratar de uma liberdade ainda estranha para a maioria das mulheres. É mais um desejo de acolher a estranheza, loucura e mágica de ser mulher hoje no mundo.
7. Adoro Djs
Tem gente que tem tesão em drinks, outros em roupas caras, há os que gostam de loiras, os que amam pés, carros. Pessoas que preferem inteligentes, falantes, calados. Eu adoro DJs, adoro.
8. Drinks Ruins
“Eu estava numa festa, um menino tomou um drink com uma bala dentro e a língua dele ficou AZUL!!! Ele me beijou e começou um filme na minha cabeça. As notas da música tocavam dentro do meu corpo.” Também pode falar de alguém que te domina sexualmente e vira um drink ruim.
9. Perigo
É sobre ser mulher e poder andar livremente pelo mundo, sem ter que encarar uma guerra diária de assédio e desrespeito. Sem faca na bota nem canivete no bolso. É sobre mandar no próprio corpo — sobre escolhas.
“Eu vi garotas num verão em Lisboa, andando pelos becos sozinhas sem medo, de top e shortinho, sendo sexy em paz.”
10. A Boca e Mais Nada
É sobre sexo, calor, suor e corpos se esfregando. É sobre desejo de uma parte específica de outro corpo, no caso a Boca. Muito tesão nessas noites quentes, de dormir pelada.
11. Dezembro
Parece, mas não é dezembro, nem é carnaval, mas é sempre quente no lado debaixo do Equador. Verões intermináveis e as festas do Rio de Janeiro.
Essa letra fala do Rio e de como lá é sempre verão. Festas de rua em lugares perigosos, vistas absurdas, tudo ao mesmo tempo, num looping de Dezembro.
12. Nome Sujo
“Qual o valor das coisas? Quanto tempo de vida te resta? Você fica esperando o futuro lá longe pra ser feliz? O futuro é agora. Foge enquanto é tempo.”
Você pode ouvir o material no seu tocador de música favorito.
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