Quando uma artista com a experiência de Avril Lavigne sobe ao palco, a expectativa dos fãs fica lá em cima. Primeiro, por ser uma das grandes cantoras de rock internacional, símbolo de décadas passadas. Segundo, pelo fato de que ela lá alguma representatividade especial no Rock In Rio por resgatar sua essência – a despeito de críticas mais puristas, nada agradáveis.
Headliner do Palco Sunset nesta quinta-feira (9), a artista brilhou e fez do evento uma experiência mais entusiasmada do que que proporcionou, em São Paulo, na última terça (7), para uma legião de admiradores no Espaço das Américas. Com setlist diferente da estreia da turnê “Love Sux” no Brasil, Avril mais uma vez apostou em clássicos para afagar o coração. As novidades terminaram apagadinhas, no fim das contas.
Lançado em julho, seu novo LP traz a artista numa empreitada em que ela própria realiza uma espécie de atualização do discurso e da estética roqueira que ajudou a consagrar lá atrás.
Milhares de jovens que cresceram ouvindo sucessos como “I’m With You”, “Sk8er Boi” e “Girlfriend”, esta última escolhida pra abrir o espetáculo da noite, atravessaram gerações. Hoje à noite, Avril tentou mais do que nunca contemplá-los – muitos destes emocionados, vendo a artista favorita pela primeira vez.
Embora tenha parecido em vários momentos pouco expressiva em cena, inclusive contando histórias sobre as canções que escolheu para o show, já conhecidas de cabo a rabo, a artista tentou agradar e devolver o afeto que recebeu.
Driblando o atraso que impediu o início pontual da apresentação e a presença de influencers no fosso do palco, garantindo uma visão livre para os fãs, ela se disse surpresa quando soube do bom desempenho da faixa “Avalanche” em plataformas de streaming por aqui. O material, que não chegou a ser single, muito menos a integrar o setlist em outros países, foi mais uma vez interpretado. Agora, com mais ritmo e química do que se viu em São Paulo, quando Avril demorou a entrar no tom.
Foi uma pena que pelo curto tempo destinado à artista no evento, o repertório tenha deixado de fora “Cannonball” e “Bite Me”, ambas do novo álbum e sinônimo de presente.
A sensação que fica é que, tendo uma trajetória tão ampla e expressiva, seria impossível contemplar todos os desejos, a saudade e a trajetória – o que já pressupõe um convite pra voltar.
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