Dua Lipa aterrissou sua nave no Distrito Anhembi, na noite da última quinta-feira (8), numa passagem rasante da “Future Nostalgia Tour” por São Paulo. Em show único, a britânica esgotou os ingressos e colocou 66 mil olhos atentos para cada um de seus passos firmes, milimetricamente ensaiados e hipnotizantes, na apresentação que durou um pouco mais de uma hora e meia. Além da capital paulista, a cantora se apresenta no Palco Mundo do Rock In Rio 2022, neste domingo (11).
Em sua segunda passagem pelo Brasil, a cantora sai de um espaço fechado como a casa de shows Audio (local onde fez o show, em 2017) para se firmar, por aqui, como uma diva pop em plena atividade, em uma arena lotada, a espreita de ouvir os grandes hits do disco “Future Nostalgia“, lançado em março do primeiro ano pandêmico.
Além de carregar muito bem uma multidão durante todo o tempo, a alcunha que recebe vem, também, da confiança em cima do palco; das quatro troca de looks; do cat walk digno de uma supermodelo internacional, sob a passarela que “levitava” pelo público; e dos dançarinos que formavam corpo único, liderados por uma maravilhosa chefe de patrulha.
Falando no ballet, o show de Dua começou — pontualmente, às 20h35 — com seus companheiros de palco sendo apresentados, num filme que foi transmitido nos telões de LED, como se estivéssemos vendo personagens de uma sitcom estreante, inspirada nos vídeos de malhação oitentistas. Ali, foi aquecimento para a elétrica “Physical”, que aqueceu a multidão ansiosa para sair sem voz aquela noite, seguido da divertida “New Rules”, que contou com guarda-chuvas para completar o visual deslumbrante do palco.
A sequência de faixas “Love Again”, “Cool”, “Pretty Please” (a queridinha da Academia por muito fãs) e “Break My Heart” comprovaram o poder do segundo álbum da cantora, por não serem os principais hits do disco, que foi companhia no isolamento social para muitos e muitas.
Ao ouvir coro em “Be the One”, faixa do álbum estreante homônimo, de 2017, Dua Lipa não conteve a emoção e caiu em lágrimas tímidas, com voz embargada e fala acelerada. “Da última vez que estive aqui, o lugar era tão pequeno, e, agora, eu olho, olho, olho, e a multidão não tem fim. Obrigada por sua energia, seu amor e por dançar”, disse a estrela.
Sem perder o pique e nem a plateia, o show seguiu com “We’re Good”, “Fever”, “Boys Will Be Boys”, “One Kiss”, “Electricity”, “Hallucinate” e “Cold Heart” até chegar na santíssima trindade que fecha o show em clima catártico: “Future Nostalgia”, “Levitating” e “Don’t Start Now”.
Aqui (e não só na faixa final), Dua Lipa se mostra muito além de um “tamborzinho” — popularizado por Manu Gavassi no “BBB20”. É uma das vozes das pistas atuais, buscando referências antigas e mostrando como se dita o futuro daqui para frente. Como numa espécie de plano contra-plongée, o público deixou o Anhembi com a sensação de que ela cresce cada dia mais. Artista com A maiúsculo.
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