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Análise – “O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder” mergulha no universo de Tolkien com visuais fascinantes
[Atenção: este texto contém spoilers]
Se J.R.R. Tolkien revolucionou a literatura ao publicar, ainda na década de 1950, “O Senhor dos Anéis”, tudo o que merecia era uma adaptação à altura. Felizmente, foi isso que Peter Jackson fez. Sob os cuidados do diretor, roteirista e produtor, a alta fantasia virou três filmes nos anos 2000, venceu nada menos que 17 Oscars e teve continuidade com a trilogia “O Hobbit”.
Anos depois, mais especificamente em 2017, apareceram os primeiros vislumbres de uma expansão da aclamada franquia: o Amazon Studios adquiriu os direitos da obra tolkeniana por US$ 250 milhões, a fim de produzir, com aproximadamente US$ 460 milhões, uma série inteiramente nova. Agora, finalmente, é hora de voltar à Terra-média.
Os dois primeiros episódios de “O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder” chegam às telinhas da Amazon Prime Video na noite desta quinta-feira (1º), às 22 horas, acalmando os corações mais saudosistas e dando as boas-vindas às novas gerações de interessados no trabalho de Tolkien. A produção atende os dois lados, expandindo o universo fantástico do escritor.
Sob o comando de John D. Payne e Patrick McKay, a trama é ambiciosa. Tudo começa em uma época de relativa paz, situada milhares de anos antes dos acontecimentos de “O Senhor dos Anéis” e “O Hobbit”. Após a derrota do Grande Inimigo, Morgoth, a luz parece prevalecer na vida dos elfos, anões, pés-peludos e humanos na Terra-média.
Os reinos começam a prosperar depois de séculos de guerra, que deixaram paisagens em ruínas e criaturas enlutadas, mas a destemida Galadriel (Morfydd Clark) ainda não canta vitória. Ela teme que Sauron, braço direito de Morgoth, e seus leais orcs estejam à espreita, esperando o momento certo para retornar e levar o mundo à escuridão.
Logo surgem os primeiros indícios de que a elfa tem razão e que o mal, de fato, está se reaproximando. Enquanto Galadriel tenta manter o juramento do falecido irmão e caçar Sauron, o elfo Arondir (Ismael Cruz Córdova) e a humana Bronwyn (Nazanin Boniadi) se deparam com a misteriosa destruição de uma vila na terra dos homens, ao sul do mapa.
Nori (Markella Kavenagh), uma jovem dos povos nômades conhecidos como pés-peludos, uma espécie de ancestrais dos hobbits, encara outro caso sinistro, quando um homem cai dos céus. Mas, até que os mistérios cheguem a Lindon, capital dos elfos, o Alto-Rei, Gil-galad (Benjamin Walker), celebra o período tranquilo e designa Elrond (Robert Aramayo) para trabalhar com Celebrimbor (Charles Edwards) – na forja dos anéis, talvez?
Aqui, são tantos ambientes, personagens e arcos que é possível perder-se na história. E talvez a ideia seja essa mesma: que o espectador se deixe levar por “Os Anéis de Poder” a todos os cantos e encantos do universo de Tolkien, que é construído sem pressa pelos showrunners Payne e McKay, devido à sua vastidão.
É fácil embarcar na aventura porque cada centavo do orçamento, que aproxima-se de US$ 1 bilhão se contados os gastos da (já confirmada) segunda temporada da série, é visível. Desde as cenas mais trabalhosas de guerra aos figurinos, independente do que é real e do que é CGI, os visuais dos episódios são exuberantes e um dos pontos positivos do projeto extravagante.
O melhor detalhe é que, com uma boa direção de J.A. Bayona e Wayne Che Yip, os episódios retomam as paisagens belíssimas da Nova Zelândia, país em que foi filmada a trilogia “O Senhor dos Anéis”. A vontade mesmo é de assistir às cenas nas telonas, como os longas-metragens de Jackson foram vistos em sua época.
Diante de apenas dois episódios, é difícil dizer se “Os Anéis de Poder” conseguirá a proeza de alcançar o patamar de “O Senhor dos Anéis” e “O Hobbit”. Mas uma coisa é certa: sua premissa de bem contra o mal e luz contra a escuridão, somada aos visuais fascinantes, é digna de uma boa fantasia. Parece ser o início de uma jornada épica. Esperemos, então, o restante da temporada, torcendo para que tenhamos voltado para a Terra-média para ficar.
*A Amazon Prime Video disponibilizou os dois primeiros episódios de “O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder” previamente para que a repórter escrevesse o texto acima.