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(Foto: Divulgação/TV Globo)
(Foto: Divulgação/TV Globo)
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“Nos tratam de forma pejorativa”, diz Renato Góes sobre preconceito por ser nordestino

Após brilhar como José Leôncio na primeira fase do remake de “Pantanal”, Renato Góes se prepara para atuar em mais uma novela da TV Globo. Em “Mar do Sertão”, nova trama das 18h da emissora, o ator vai dar vida ao vilão Tetuliano, um papel completamente diferente de seu último trabalho.

Embora ele tenha mostrado versatilidade e muito talento, Góes conta que não foi fácil chegar onde está hoje. Em entrevista ao Extra, publicada neste domingo (21), ele revelou que, por ser nordestino, teve que enfrentar muito preconceito ao longo de sua carreira.

“O fato de ser nordestino sempre foi um problema em relação a piadas, brincadeiras… Falam do sotaque, da forma de vestir, brincam com a forma que você chama o nome das coisas. Conviver com isso sempre foi um problema. Até hoje ainda vejo uma forma pejorativa de nos tratarem”, disse ele.

Para fazer parte de uma produção, ele precisava ficar sempre atento às histórias ligadas ao Nordeste.

“Perguntavam de onde eu era, e, quando eu dizia que era pernambucano, tinha uma coisa de ‘Ah, vão dominar tudo’, ‘Mais um’, ‘Vocês estão querendo tomar tudo’. Por muitos anos, tinha que ficar ligado em quais eram as novelas, filmes ou qualquer trabalho que tivesse a temática Nordeste para tentar participar, porque era muito rotulado e só éramos escalados para fazer um trabalho de nordestino. O pior disso é que personagens nordestinos eram muito ocupados por pessoas do Sudeste. A gente ficava numa de ficar implorando para fazer um papel que cabia a nós. E os que cabiam a nós eram interpretados por outros”, explicou Renato.

Neste novo personagem, o ator confessa achar “forte” e “emblemático” conseguir sair dos esteriótipos que a indústria impõe.

“Sou um pernambucano que interpreta um carioca. Isso pode acontecer. É emblemático e forte você colocar um nordestino para interpretar um personagem que seria de outras origens do país. A gente tem que desequilibrar a balança para o lado que sempre foi mais baixo e colocar em alta para que em algum momento a gente consiga a equidade”, completa.

Góes ainda opina: “Ninguém mais quer ver essa cegueira seletiva, essa acomodação de deixar tudo como está. Já era hora de a teledramaturgia fazer isso. A gente está vendo reflexos de uma batalha de anos, mas ainda existe um caminho muito longo a ser percorrido para mais mudança”.

O primeiro capítulo de “Mar do Sertão” vai ao nesta segunda-feira, dia 22, logo após “Vale a Pena Ver de Novo”.

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