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(Divulgação/UHGO)
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música

Uana expande a própria atmosfera no EP “Vidro Fumê” e reúne referências de Beyoncé e Gloria Groove

Marcada por uma estética que vai na contramão dos visuais acoplados no cenário musical, a cantora Uana fez a estreia de sua carreira com o lançamento de alguns singles no último ano. Preparada para dar um novo e maior passo, a artista decidiu encarar o desafio proposto pelo EP “Vidro Fumê” que, com três faixas, passeia entre ritmos nacionais e internacionais, mas que foram ‘abrasileirados’ pela mesma.

Em uma entrevista ao Papel Pop, a artista pernambucana contou um pouco mais sobre suas referências musicais e estéticas, falou sobre as parcerias que fortaleceu durante a produção do EP, sobre a meta de levar a cultura de Recife para os holofotes do mainstream brasileiro. Lançado na última quinta-feira (14), o projeto chegou acompanhado de um videoclipe para faixa-título que, assim como a entrevista na íntegra, você pode conferir abaixo:

Depois de alguns singles, você finalmente dá um passo maior e lança seu EP. Por que este é o momento para um projeto maior?

No ano passado vim experimentando sonoridades e parcerias de trabalho e quando entendi que queria fazer uma pesquisa pelo brega e bregafunk, quis mostrar um trabalho mais sólido, que realmente mostrasse minha relação com esse universo e as possibilidades de composição. Sinto que muita gente ficou curiosa pra entender o que viria depois de Mapa Astral, meu primeiro single, e quis poder saciar essa curiosidade do que eu estava pensando e produzindo, musicalmente falando.

 

Por que exatamente a escolha do título “Vidro Fumê”? 

Vidro Fumê é o single principal do Ep, é o single desfecho da história que criei pro ep, das tramas de paquera, sedução e diria até sofrência, que fazem muito parte do universo do brega. Vidro Fumê é aquele vidro que a gente não vê direito, onde atrás do mesmo tem espaço pra tanta coisa, pra algo que não se revela logo de cara e é isso que queria passar. 

 

Você vem chamando muita atenção pela estética diferenciada, algo que não vemos em muitos artistas. Quais são suas principais inspirações?

Impossível não citar Beyoncé, acredito que a rainha foi a escola de muitas artistas pretas da música por sua preocupação com a música, audiovisual, moda e a relação entre todos esses elementos. Hoje tento fazer uma pesquisa que vai desde o que é mainstream até o que é cultura local e muitas vezes invisibilizada e tento fazer uma ponte entre isso, adaptado à minha realidade e ao que posso fazer sendo uma artista independente de Recife. Outras artistas que me inspiram muito por sua musicalidade e construção de imagem são: Glória Groove, SZA, Tanerelle, Erykah Badu, Doja Cat.

 

Existem muitas possibilidades criativas. Qual seria para você a estética dos sonhos em um videoclipe, ou um ensaio fotográfico?

Transformar a estética recifense brega em algo macro, mainstream e comercial. Como “Vai Malandra” de Anitta, mas pensando a cultura periférica de Recife.

 

Além do brega, suas músicas trazem uma inspiração da música internacional. Como você faz para “abrasileirar” estas referências?

Acaba sendo muito natural esse “abrasileiramento” porque eu fui uma criança/adolescente que consumiu muito MTV e cresci amando música internacional, divas do pop, rock internacional sabe? Então acho que a sonoridade mais pop, mais rnb já é uma coisa que tenho e que nesse momento achei que casaria com as minhas referências locais e com meu jeito de cantar que vem muito desse lugar mais popular e “regional” também.

 

Teremos videoclipes para todas as faixas? Como você pretende desenvolver o conteúdo visual dessa era?

O Videoclipe de Vidro Fumê já tá no ar e contou com uma equipe incrível que quero levar pra vida e poder fazer outros trabalhos com mais tempo e recurso. Sonhei com você a gente optou por fazer um visualizer mesmo, entender esse formato que cria uma narrativa visual mas que não demanda a mesma produção de um videoclipe e também já tá no ar. E Entre Quatro Paredes a gente tá querendo fazer algo diferente, em outra plataforma de vídeo, que tenha foco na dança já que é um bregafunk feito pra pista, pra dançar mesmo. 

 

Uma das músicas que tem te projetado Brasil afora é justamente a sua parceria com FBC (que está entre as mais tocadas do disco “Baile”). Como vocês dois se tornaram amigos? Além disso… Com tantas coisas boas acontecendo, o que Uana quer daqui pra frente? 

Essa parceria foi bem inusitada porque sempre admirei muito o trabalho do FBC, ouvia e ouço de verdade, sei cantar as músicas e tive muitas músicas que me acompanharam em momentos-chave. Quando lancei Mapa Astral mandei a música para alguns artistas que admiro, alguns responderam, outros não e outros até ouviram, que foi o caso de FBC que ouviu e compartilhou no twitter. Depois disso tomei coragem e mandei uma mensagem dizendo “se um dia precisar de uma voz feminina, de qualquer coisa, seria uma honra poder colaborar com você” e ele respondeu dizendo “me chama no whatsapp, vou te mandar uma faixa”. Essa faixa já foi Quando o DJ Toca, que eu gravei no home estúdio de Barro, meu parceiro de trabalho e que foi esse sucesso. Só vim conhecer pessoalmente o Padrim FBC quando ele veio cantar no Festival Guaiamum Treloso Rural no início de Abril. 

Daqui pra frente quero me concentrar em gravar um disco de estúdio, que seja um desdobramento dessa relação com o brega que eu iniciei e fazer meu trabalho circular pelo país, quero tocar em festivais grandes, pequenos, quero circular com esse trabalho e trocar com o público, foi muito tempo sem poder fazer show aberto e agora tem sido um dos maiores prazeres do meu trabalho.

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