Encantando a todos com sua identidade suave e romântica, Silva está prestes a se apresentar nesta edição do Lollapalooza Brasil. O cantor se junta ao incrível grupo de brasileiros que irão tomar conta do festival no sábado (26), sendo eles: Jão, Clarice Falcão, Emicida, Jup do Bairro, além dos nomes internacionais, como Miley Cyrus, Alessia Cara, A$AP Rocky.
Em entrevista ao Papel Pop, o astro contou sobre as surpresas que prepara para sua apresentação (spoiler: teremos convidados!), além de como se preparou para tal. Silva também falou sobre as novas parcerias que deseja fazer, assim como a sonoridade que quer incrementar nos trabalhos que ainda virão.
Confira:
Você vai se apresentar no Lollapalooza Brasil em breve. Para você, qual a diferença entre se apresentar em uma turnê e em um festival, além do tempo?
Show em festival é desafiador porque não é um jogo ganho. Você está em um espaço em que as pessoas estão para ver várias atrações e talvez nunca nem tenha ouvido falar de você. Às vezes a pessoa vai para ver “The Strokes” e se depara com você. Eu não encaro como uma coisa competitiva, não gosto dessa conotação e a música nunca deveria estar em um lugar de competição, mas ele [o festival], te coloca num modo de ‘tenho que mandar bem’.
Quando você faz um show seu, você só curte aquele momento porque as pessoas gostam de você. Um festival é como um cartão de visita do seu trabalho e então requer um esforço um pouco maior. Ainda mais vindo de um momento de pandemia, sem show, vai ser super difícil. Tem músicas que vou tocar e que não toco há muito anos e que agora representam outras coisas pra mim. São vários desafios juntos.
E o que os fãs podem esperar desse show? Como você se preparou?
É estranho falar isso de si mesmo, mas eu acho que eu arrasei na escolha de repertório. Foi uma coisa que me preocupou bastante e gastei muito tempo pensando. Eu já tenho bastante tempo de estrada e, em uma hora só de show, foi difícil escolher o que entraria.
Quem gosta do meu trabalho vai ficar satisfeito porque tem coisas que foram importantes para o público que gosta de mim. Tem algumas coisas lá de trás que eu peguei que até mesmo musicalmente combina com o que eu faço hoje. Consegui construir uma história musicalmente e esteticamente que combinasse.
Você tem parcerias com Marina Sena, Gal Costa, Anitta, Criolo e outros. Sei que o show será mais breve, mas teremos alguma participação especial?
Vai ter uma participação! Não posso contar porque é surpresa do festival, vai ser uma coisa bastante legal e estou honrado em ter essa pessoa comigo.
Quem do cenário pop brasileiro falta no catálogo do Silva? Já conversou sobre uma parceria com algum desses nomes?
Tem vários! Tem as figuras que, para mim, são os orixás da música brasileira e que eu ainda não colaborei. Caetano e [Gilberto] Gil, nunca fiz nada com eles, apesar de conhecê-los bem, eu diria. Marcos Valle também, que eu amo e acho super legal, tem um tipo de música que envelheceu muito bem e eu admiro muito quem conseguiu passar por mudanças de tempo e gerações e a música permanece intacta.
Tenho vontade de flertar com a música latina também. A única pessoa que já flertei foi Julieta Venegas, já cantei em um show com ela. Quero expandir porque é um mercado muito legal com artistas muito talentosos. Acho que vai ser um desafio legal.
Já iniciei uma ideia com Marcos Valle, ele mandou umas harmonias e eu fiz uma melodia, junto com meu irmão fiz parte da letra. Tem sempre uns papinhos, gosto de manter os flertes.
No mesmo dia em que você canta, também temos o show da Miley, de A$ap Rocky, Emicida e outros. Qual artista você quer ver?
Quero assistir A$AP Rocky com certeza, acho ele maravilhoso. “LSD” foi uma das músicas que mais ouvi, amo demais a música e o clipe e me pegou demais. Nunca vi Miley ao vivo, mas tenho vontade de ver porque ela é uma super performer. Eu tô há tanto tempo sem ver shows, trancado em casa em Vitória. A parte legal do meu trabalho é ver artistas diferentes de mim.
Você lançou em outubro do último ano o disco, “De Lá Até Aqui”, que é muito reflexivo sobre os dez anos de carreira. Na época, você falou sobre mudar o som que faz conforme sente a necessidade. Você acredita que nos trabalhos seguintes vamos ouvir um novo Silva? Já tem uma ideia de como gostaria de soar?
Eu sei hoje que se eu quisesse, embora não seja o que eu queria, eu tenho uma fórmula que se eu quiser repetir, para mim, mercadologicamente, vai ser muito bom. Mas eu acho que essa coisa de repetir algo que você já falou ou fazer aquilo daquele mesmo jeito e da mesma fórmula é muito cansativo. eu fico entediado de fazer a mesma coisa sempre e eu detesto. Essa busca por mudança é para não me sentir entediado. No meu show do Lolla, você vai ver que eu mudo arranjos de muita coisa, mudo o sopro, o beat. Acho que isso deixa mais interessante.
Quando parar pra fazer meu próximo álbum, eu com certeza vou usar elementos que nunca tenha usado e que seja surpresa, senão é melhor ouvir a playlist “This Is Silva”. Construir algo novo dá muito trabalho, tem uma questão de pesquisa, testar coisas que combine ou não com a sua voz. É um trabalho de formiguinha.
Dessa vez eu vou ter colaborações interessantes, não só de feats, mas de quem constrói o instrumental e a estética também. Gosto de fazer sozinho, sou meio control freak, mas sei como é importante dar espaço para mentalidades diferentes e que pense em coisas que você não pensaria.
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