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Jão fala sobre sucesso, referências e clipe de “Idiota” ao Papelpop
Quando “Pirata” chegou às plataformas digitais em outubro de 2021, uma faixa chamou mais a atenção que outras. Misturando a voz doce de Jão com uma sonoridade pop leve e nostálgica, “Idiota” conquistou o público com seus versos fáceis, honestos e identificáveis. “Eu vou te amar como um idiota ama / Vou te pendurar num quadro bem do lado da minha cama / Eu espero enquanto você vive / Mas não esquece que a gente existe”.
A música logo se consagrou como viral no TikTok, onde virou a trilha sonora de inúmeros vídeos, e no Spotify, onde os streams cresceram exponencialmente. “Idiota” estreou na 49ª posição do disputado Top 50 Viral Global da plataforma de áudio e já subiu para 31ª, enquanto garantia o 4º lugar no Top 50 Viral Brasil.
Nesta quarta-feira (09), Jão escreveu mais um capítulo dessa história de sucesso de “Idiota” com um divertido e descontraído clipe dirigido por Pedro Tófani. O registro veio carregado de referências a “Dona Flor e Seus Dois Maridos” (1976), “Titanic” (1997), “10 Coisas que Eu Odeio em Você” (1999), “Homem-Aranha” (2002), “Brokeback Mountain” (2005), Ayrton Senna e Xuxa para transmitir a aura romântica de sua canção.
Em entrevista ao Papelpop, Jão falou sobre o processo criativo do novo clipe e revelou sua cena favorita. O cantor e compositor paulista de Américo Brasiliense também comentou as conquistas de “Idiota” e contou as expectativas para a turnê de “Pirata”.
“Idiota” ganha um clima leve e divertido com todas as referências a casais icônicos de obras do Brasil e do mundo, indo de “Titanic” a “Dona Flor e Seus Dois Maridos”. Como surgiu a ideia de trazer essas influências para o registro?
A gente tinha três ou quatro ideias para o clipe de “Idiota”. Desde que fizemos a música, já pensávamos em como seria o vídeo porque sabíamos que ela viraria um single. Eu queria muito fazer um clipe mais divertido e despretensioso, algo menos narrativo de uma história com início, meio e fim. Eu queria fazer uma coisa mais performática, que nunca consegui fazer antes porque sempre optava por fazer o contrário. Acho que escolher essas referências me deu a oportunidade de fazer coisas divertidas, de explorar outras formas de estar em um clipe que não fossem tão Jão. Fizemos uma seleção de casais que tinham a ver com a música e eu queria botar referências brasileiras também. A gente não conseguiu pensar em coisas cinematográficas tão icônicas do Brasil, em relação a casais, aí a gente optou por Xuxa com Senna e por Dona Flor. E pronto, ficou assim [risos].
Imagino que esse tenha sido um clipe divertido e agradável de gravar – principalmente cenas como a do beijo de “Homem-Aranha”, de cabeça para baixo. Qual foi a sua cena favorita do vídeo?
A parte que eu mais gostei foi a de “10 Coisas que Eu Odeio em Você” porque é a mais eu, porque parece que eu estava apenas fazendo um show. Então foi muito natural e gostoso. Não tinha nada muito complicado de fazer, eu estava só me divertindo. Parte da banda era formada por amigas minhas e eu ficava zoando elas, achava engraçado vê-las tocando instrumentos que elas não faziam ideia de como tocar. “Homem-Aranha” não foi tão divertido quanto parece [risos]. Dói demais. Eu falo em todas as oportunidades possíveis o quanto dói fazer aquilo. Você tem um short com cabos muito fortes que te amarram, aí você já fica passando um pouco mal por causa do aperto, e ainda tem que ficar de ponta-cabeça. Sem falar que eu estava com a máscara e chovia. Foram muitas complicações, uma atrás da outra [risos]. Essa foi a cena que eu estava mais preocupado em gravar porque tinha que estar enquadrado e dar tudo certo, então não foi tão legal. Mas acho que é a cena mais bonita.
Além das referências, outro destaque do clipe foi o fato de trazer meninos e meninas para protagonizar o romance com você. Qual é a importância dessa representação na tela?
É muito importante que eu me expresse, que eu expresse a minha sexualidade nos clipes. Acho que, assim como cantores héteros se expressam com seus pares, eu também preciso. As pessoas dizem “ah, ele quer chamar a atenção”, como se eu precisasse desse tipo de coisa e não pudesse expressar minha sexualidade como todo mundo expressa. Eu já li muitos comentários sobre isso. Então é importante para mim que eu faça isso e que eu faça direito. Faço questão disso.
Se você tivesse que definir o clipe de “Idiota” para o público, como definiria?
Ele é pastelão [risos]. Eu uso essa palavra, mas não no sentido pejorativo. Para mim, é no sentido bom porque esse é um clipe que, desde que ficou pronto, eu fico assistindo o tempo inteiro. É um clipe cativante, eu acho, e divertido. Eu gosto muito mesmo.
E o vídeo reflete muito bem a música, não é? Ele retrata o sentimento da letra, que é muito universal. Acho que a maioria das pessoas já pensou que “ama como um idiota ama” em algum momento. Quando você estava produzindo o álbum “Pirata”, você imaginava que “Idiota” seria um sucesso, que viralizaria, que faria tanta gente se identificar?
Eu tinha uma ideia [risos]. A canção mudou muito durante o processo. Ela era de uma maneira que ninguém gostava ou que as pessoas deixavam de escanteio porque era muito diferente. Mas eu acreditava muito no refrão dela e foi isso que se manteve desde a primeira versão. Eu sabia que era muito forte. Eu sabia que, de alguma forma, ela era muito especial. Inclusive, acho que essa é uma música muito eu, uma música que me retrata, uma música que eu gosto que as pessoas identifiquem como minha. Ela é como uma nostalgia de uma coisa nova. Na primeira vez que eu ouvi “Idiota” pronta, parecia uma música que eu já tinha ouvido, que fez parte da minha vida em algum momento, então ela carrega uma certa nostalgia. E esse é um sentimento que eu gosto muito nas músicas que eu ouço e que tento imprimir nas músicas que eu faço também, porque liga as pessoas. Então, é, eu já tinha uma ideia. Ela quase foi o primeiro single de “Pirata”, mas “Coringa” tinha sido lançado quase um ano antes e a gente lançou o clipe de “Não Te Amo” no dia seguinte [do lançamento] do disco. A gente escolheu “Não Te Amo” porque ela é um pouco mais diferente dos meus trabalhos anteriores. Mas a gente sabia que “Idiota” seria forte para vir depois e que provavelmente seria uma coisa mais orgânica.
E foi realmente forte, um sucesso estrondoso. “Idiota” continua sendo querida no TikTok e subindo no Top 50 Viral Global do Spotify. Como você está se sentindo com tudo isso? Como está sendo essa recepção do público?
Está sendo incrível. É muito gostoso ver as coisas dando fruto porque a gente rala muito, existe um esforço que envolve muita gente e muitas ideias. E “Idiota” é uma música está chegando em públicos e lugares que eu não chegava antes. Então acho que ela tem esse poder de alastrar para lugares que eu ainda não conseguia e isso é muito legal para mim.
Com “Pirata” e seus sucessos no mundo, a turnê vem aí. Quais são as expectativas para o retorno aos palcos, para cantar ao vivo de novo e rever os fãs?
Eu não sei como vou reagir na primeira vez que encontrar o público de novo [risos]. Tenho a impressão de que quando eu pegar o microfone e entrar no palco para fazer o show, vai parecer que nada aconteceu antes, vai parecer muito natural, não vai parecer que eu fiquei dois anos sem fazer show. Mas a minha expectativa até lá vai ser meio bizarra. Eu vou ficar pensando: “meu Deus, será que eu sei fazer isso ainda?” [risos]. É um pouco estranho assim, mas a gente está se dedicando muito para esse show. Show, eu sempre falo, é o produto principal do meu trabalho. A gente investe muito para que as pessoas tenham uma experiência legal e marcante. Agora, estou ensaiando bastante para tudo dar certo.
Tem alguma música de “Pirata” que você está mais ansioso para apresentar ao vivo?
Acho que “Idiota”, obviamente. Mas “Santo” também é uma música que eu gosto muito de cantar ao vivo. Ela ficou muito grandiosa ao vivo, muito divertida. Então acho que vai ser um momento que as pessoas vão gostar bastante.