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Streaming no Brasil: uma análise sobre o crescimento das plataformas em 2021

Os serviços de vídeo por streaming chegaram oficialmente no Brasil em 2011. Dez anos depois, o país figura uma importante posição no consumo mundial de tais plataformas. Um levantamento da consultoria Netscribes retirado do relatório Beyond Borders 2021/2022 mostra que o mercado de streaming na América Latina deve alcançar cerca de US$ 7 bilhões (US$ 5,5 bilhões o de vídeo e US$ 1,2 bilhão o de áudio) até o final de 2021. Brasil e México são os grandes consumidores da região (via LabNews).

Em sintonia, outra pesquisa aponta algo semelhante. Atrás apenas dos Estados Unidos, o público brasileiro é o 2º que mais assiste a filmes e séries online no mundo, de acordo um estudo do CumpomValido com base nos dados das plataformas Statista e JustWatch. Na sequência estão Reino Unido, Alemanha, França, México, Canadá, Austrália, Argentina e Japão.

Fonte: Statista /JustWatch / CupomValido.com.br

Sobre o consumo brasileiro, de acordo com relatório da JustWatch sobre o primeiro semestre do ano, a Netflix ocupa o primeiro lugar de serviços pagos. Ainda segundo o estudo, o popular Prime Video fica em segundo lugar representando 23% de presença no mercado. Disney+, a recém-chegada HBO Max e o Globoplay figuram, respectivamente, o terceiro, quarto e quinto lugar. Por fim, o Telecine Play, que logo passará a integrar o streaming da TV Globo, representa 5% da fatia com o Star+ na sequência (via gkpb).

Para 2022, sabe-se que tais informações sobre o consumo das plataformas no Brasil ficarão mais evidentes. Até abril de 2022, o Kantar passará a revelar a audiência dos serviços de streaming e vídeo, assim como faz para as principais emissoras de TV abertas e pagas do país. No entanto, de acordo com o colunista Ricardo Feltrin, do Splash UOL, isso será feito de maneira consensual, ou seja, a medição será realizada apenas sob autorização das empresas.

Neste segundo ano de pandemia, a “guerra dos streamings” ganhou importantes componentes pelo bem da oferta de entretenimento. Abaixo, confira os destaques das principais plataformas disponíveis no Brasil.

Disney+

(Divulgação)

Em 17 de novembro de 2020, o Disney+ fez a alegria de muitas famílias brasileiras ao fazer a sua aguardada estreia no país. Cerca de um ano depois, após chegar em novos países e territórios, a plataforma conquistou um grandioso número de assinantes: 118.1 milhões de assinantes, um aumento de 60% em relação ao ano anterior (via LabNews).

De acordo com a JustWatch, ferramenta alemã que estuda, mensura e fornece detalhes sobre serviços de streaming, a Marvel foi um dos grandes destaques da plataforma em seu primeiro ano de navegação no Brasil.

No ranking de séries mais vistas no país até novembro de 2021, metade da lista contempla produções inspiradas nos quadrinhos da Casa das Ideias, 42,4% da audiência brasileira deste Top 10. São elas: “WandaVision”, “Loki” “Agentes da S.H.I.E.L.D.”, “Falcão e o Soldado Invernal” e “What If…?”. É possível concluir que um público massivo passou, pelo menos, seis horas em frente à televisão com tais atrações.

A outra metade da lista é mais diversa. Com “The Mandalorian” em 1º lugar, com 40,8% da audiência, os demais programas orbitam entre produções da Disney Channel, ABC e Fox. No caso, “Os Simpsons”, “A Casa da Coruja”, “Gravity Falls” e “Once Upon a Time”.

via GIPHY

No cinema, o Top 10 não é dominado pela Marvel da mesma forma. A empresa comandada por Kevin Feige ocupa a 5ª colocação com “Viúva Negra” e a 8ª com “Vingadores: Ultimato”.

Os dois primeiros lugares da lista são da Pixar. Enquanto “Soul” é o longa mais visto na plataforma, com 18,7% da audiência, “Luca” fica em segundo lugar. Outro filme queridinho do Brasil e do mundo é “Divertida Mente”, que ocupa o nono lugar do ranking, e o emocionante “Viva – A Vida É uma Festa”, que está na nona posição.

Filmes originais do Walt Disney Studios, “Cruella”, Frozen 2″ e “Raya e o Último Dragão” também integram o Top 10 brasileiro.

Top 10 Filmes Disney Plus – Brasil

Soul – 18,7%
Luca – 17,7%
Cruella – 17%
Raya – 10%
Viúva Negra – 8,7%
Mulan – 6,4%
Coco – 5,7%
Os Vingadores: Ultimato – 5,4%
Inside Out – 5,3%
Frozen 2 – 5,2%

STAR+

Anunciado em dezembro de 2020, durante o Dia do Investidor da Disney, o Star+ surgiu como um alternativa para as produções adultas da empresa do Mickey Mouse.

Tendo o Disney+ como um espaço destinado a produções infanto-juvenis, com classificação indicativa abaixo dos 16 anos, era preciso encontrar um lugar para incluir as filmes e séries da FX, 20th Century Studios, 20th Television, ABC, Searchlight Pictures,entre outras propriedades da empresa.

Em alguns países, o Star+ foi incluído no Disney+ como uma sessão, assim como acontece com a Marvel e Star Wars, por exemplo. Porém, na América Latina e em outros países mundo afora, o serviço foi lançado como uma plataforma de streaming isolada.

Na estreia, em 31 de agosto, o catálogo já contava com sucessos como “Pose“, “This is Us“, “Deadpool 2“, “How I Met Your Mother“, “American Horror Story“, Grey’s Anatomy“, entre outros. As inéditas “Only Murders in the Building”, “Big Sky”, “Helstrom”, “Love, Victor”, “Solar Opposites” e “Chucky” também foram disponibilizadas nos últimos meses. Apesar de não ser uma regra, vale observar que muitas produções do Hulu, que está disponível apenas no exterior, se tornam produções originais do Star+ no Brasil.

Netflix

via GIPHY

Mesmo com a chegada de novas concorrentes e a consolidação de outras plataformas, a Netflix se manteve como o serviço de streaming mais acessado do Brasil e do mundo em 2021. Ganhando destaque com adaptações e sucessos como “Round 6”, a marca continua a dominar os números de audiência e participação no mercado.

Com 19,5 milhões de assinantes brasileiros até setembro deste ano, segundo o portal NaTelinha, a empresa conquistou cerca de 250 mil novos usuários até o final do terceiro trimestre do ano. Segundo o veículo, a Netflix fatura cerca de R$ 665 milhões por mês e, em meio à crise da pandemia, mesmo com algumas perdas, a marca ainda é líder.

Em conjunto da entrada dos serviços de streaming de vídeo no Brasil, a Netflix também completou dez anos em solo nacional neste ano. Por mais que, gradualmente, a marca tenha passado a investir em inúmeras produções brasileiras, a empresa selou o compromisso de incluir mais conteúdos produzidos aqui durante o Festival TUDUM, realizado em setembro. A iniciativa chega como resposta à falta de representatividade do país no catálogo da plataforma. Assim, com projetos já anunciados para 2022, a ideia é que a pluralidade cultural brasileira se expanda para as suas produções.

Além das questões de mercado e audiência, o primeiro passo da empresa no mundo dos games foi dado neste ano também. Depois de realizar um teste na Polônia, a gigante dos streamings disponibilizou uma aba de jogos para dispositivos Android e iOS. o público poderá acessar os títulos cadastrados sem anúncio ou compras externas. No momento, os assinantes podem se divertir com títulos como “Stranger Things: 1984”, “Stranger Things 3: O Jogo”, “Shooting Hoops”, entre outros. Segundo anúncios anteriores, futuramente a plataforma também deve explorar jogos em realidade virtual.

Em 2021, os destaques originais da empresa incluem “La Casa de Papel”, “Bridgerton”, “Lupin”, “Sex Education”, “Sweet Tooth”, “O Gambito da Rainha”, entre outros.

Prime Video

Disponível no Brasil desde 2019, o Prime Video é a plataforma mais acessível da lista. Dois anos após sua estreia no país, o serviço se mantém como o segundo mais acessado entre os brasileiros.

Apesar de ter uma agenda menos intensa do que seus concorrentes, o catálogo misto e diverso pode agradar gregos e troianos, além das novidades que também fazem a revitalização da marca. Em 2021, o público teve contato com o remake de “Cinderela” protagonizado por Camila Cabello, a segunda temporada de “Modern Love”, o terceiro volume do “Savage X Fenty Show”, a estreia de “Roda do Tempo”, o retorno de “Hanna”, a primeira temporada de “Invincible” e “Manhãs de Setembro”, entre outras atrações.

Além dos lançamentos, o serviço de Jeff Bezos também adquiriu uma loja. Disponibilizado anteriormente em outros lugares do mundo, o projeto chega com o intuito de ofertar longas-metragens de grandes estúdios, incluindo lançamentos recentes dos cinemas. Destinado a membros Prime e também não assinantes, o recurso conta com grandes produções de estúdios como Sony, NBCUniversal/Universal Pictures, Paramount Pictures, Lionsgate, Sofá Digital, Telefilms, Imagem Filmes e Under the Milky Way.

Em setembro deste ano, o Prime Video Channels completou um ano. Agora consolidada, a ferramenta permite que o usuário assine outro serviço através da plataforma da Amazon. Hoje, os seguintes “canais” estão disponíveis: Paramount+, Starzplay, MGM, Looke, Love Nature, Stingray, Noggin e o Premiere.

2022 promete ser um ano de intensas estreias no Prime Video. A lista é encabeçada por duas produções de “The Boys”, a terceira temporada da série regular e a animação “Diabolical”, “Reacher”, a série nacional “Novela”, o quarto ano de “The Marvelous Mrs. Maisel”, a volta de “Manhãs de Setembro” e a 2ª temporada de “Roda do Tempo”.

HBO Max

Outra estreia de peso em 2021 foi o lançamento da HBO Max no país. Ocupando o lugar da HBO Go, a plataforma chegou causando forte impacto no mercado dos streamings.

O serviço da WarnerMedia estreou com um catálogo de peso, reunindo produções da HBO, Warner Bros., DC Comics, Max Originals e Cartoon Network. Entre filmes, séries, documentários, shows e programas especiais, o público já dispunha de mais de 15 mil horas de conteúdo durante o lançamento.

Além da reunião de cinco marcas em um único streaming, a HBO Max latino-americana chegou com outro diferencial: todos os lançamentos da Warner Bros. nos cinemas tem uma janela de aproximadamente 35 dias para chegar ao catálogo do streaming. Filmes como “Duna”, “Maligno”, Invocação do Mal 3”, “Esquadrão Suicida”, entre outros grandes lançamentos do ano, já estão disponíveis na plataforma. Alguns, inclusive, com opções em 4K.

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Assim como o Star+, a empresa destinou um alto volume de investimentos em produções nacionais. Os lançamentos para o ano que vem são muitos. A lista inclui “Onda Boa com Ivete”, “Queen Stars”, “Jornada Astral” e até telenovelas. Diversos artistas, inclusive, firmaram acordos exclusivos com a plataforma. Por trás da câmera, por exemplo, o elenco de diretores, produtores e roteiristas já conta com Silvio de Abreu (“Guerra dos Sexos”, “Rainha da Sucata”), Raphael Montes (Bom Dia, Verônica), Joana Jabace (Segunda Chamada), Flávia Lacerda (Mister Brau) e Patrícia Andrade (“Por Toda a Minha Vida”).

De acordo com Jason Kilar, CEO da WarnerMedia, pelo menos dez filmes originais da HBO Max devem ser lançados em 2022. “Evil Dead Rise”, “Batgirl” e “Camp” estão nesta lista.

Globoplay

Qualquer um que queira definir o ano do Globoplay pode encontrar o caminho a partir das palavras “crescimento”, “expansão” e “consolidação”.

Para começar, de acordo com relatórios da Rede Globo divulgados em outubro, o serviço de streaming teve um crescimento de 42% de assinantes ao final do segundo trimestre de 2021. Isso representa 193 milhões de horas de conteúdo consumidas entre abril e junho deste ano. No mesmo período, o faturamento da plataforma foi 68% maior do que o registrado anteriormente, com um lucro de R$ 113 milhões. Segundo tais relatórios, o aumento também se deve a parcerias com outras empresas, como Deezer, Apple TV+ e Amazon (via Splash UOL).

Desde outubro, o Globoplay pode ser acessado em países da Europa e no Canadá. O público dessas regiões já pode assistir novelas, filmes, séries e conteúdo ao vivo disponibilizado pela plataforma. Vale dizer que essa não é a primeira expansão internacional do serviço de streaming. No início de 2020, norte-americanos passaram a receber os conteúdos da plataforma da TV Globo.

Para 2022, a marca vai investir em séries sobre o universo sertanejo e coproduções internacionais, como “Rio Conection”, parceria com a Sony Pictures gravada inteiramente em inglês. E se você estiver pensando em acompanhar o Big Brother Brasil 22, saiba que a TV Globo está preparando uma nova estrutura para a exibição do reality show para evitar erros de reprodução no ao vivo.

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Com 350 milhões de horas assistidas em live streaming e 2,4 bilhões de plays no ano passado, de acordo com o jornalista Guilherme Ravache, do UOL, a empresa decidiu fechar um acordo com o Google para usar a tecnologia e os serviços de nuvem do buscador para a próxima edição. Ainda segundo o veículo, “o aumento de infraestrutura, otimizações de código, mudanças na arquitetura dos serviços e o desligamento de sistemas nos horários de pico” vão melhorar a experiência dos usuários no consumo do programa.

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