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Entrevista: Sub Urban e AURORA falam sobre novo single, estereótipos e amor pelo Brasil

Foi na última sexta-feira (19) que “Paramour”, primeira parceria entre o americano Sub Urban e a norueguesa AURORA, foi lançada. O single com aspectos sombrios, estética pela qual os fãs já estão habituados, marca o último lançamento do artista em 2021 e também a primeira vez que a cantora divide os vocais em uma faixa.

“Eu nunca fiz isso com nenhum artista antes”, comenta AURORA sobre a experiência. Na conversa, os músicos contam que não faz muito tempo desde que se viram pela primeira vez, mas que já estão prestes a embarcar em uma turnê em conjunto, denominada como “um espaço seguro para todos os ‘malucos’”. Ainda, demonstrando grande afeto pelo Brasil, a cantora mostra descontentamento com a política atual e afirma que somos “muito mais”.

“Nós nos conhecemos ontem, em uma entrevista”, disse Sub Urban ao contar sobre a relação com Aurora. Por conta da pandemia, os cantores ainda não haviam estado presencialmente no mesmo ambiente e iniciaram o contato por meio dos empresários. O americano diz que é um grande fã do trabalho de AURORA, “Me sinto honrado em ser, ao que parece, a primeira colaboração dela. Isso é verdade?”, ele questiona.

A cantora diz que sim, reafirmando que nunca havia entrado em uma parceria em que houvesse depositados seus vocais. “É a primeira vez que eu ouço uma faixa e me perguntam se eu gostaria de cantar junto”, responde o colega. Ela diz que já esteve em parcerias, mas apenas durante o processo de composição. “Nunca me senti interessada em me inserir em uma música”, completa.

Ela diz que houve algo em Sub Urban que a fez sentir-se diferente para dividir uma canção e que ela gosta das vibrações do parceiro. “Eu gosto das suas vibrações também”, ele respondeu rindo. Eles concordam que a parceria simplesmente aconteceu pois fazia sentido no momento. 

Sobre a criação da faixa, Sub Urban diz que havia algumas lacunas em que ele desejava vocais femininos e angelicais, e que logo cobiçou AURORA para as honras. O artista continua dizendo que o resultado o deixou muito satisfeito. “Inicialmente, eu imaginava que os vocais seriam performados de maneira mais seca, mas ela adicionou algo como um coral. Foi exatamente o que pensei que a canção precisava”, afirma. AURORA concorda.

A norueguesa, que irá lançar seu próximo álbum, “The Gods We Can Touch”, em 2022, revela que gosta de confundir os fãs: “Eu gosto de confundir as pessoas com as músicas que são lançadas antes do álbum, eu não gosto da ideia  de que todos saberão como o álbum irá soar”. Ela diz que ama brincar com a sonoridade e misturar diversas personalidades em cada trabalho. “O próximo álbum será muito experimental e legal, mas todos são”, finaliza.

Sub Urban, por sua vez, revela que seu próximo trabalho irá conter materiais diferentes de tudo que as pessoas já ouviram, como modificações em sua voz que o farão parecer com características mais femininas, além de alguns sons parecidos com o que o cantor denomina de ‘coral infantil’. Sobre os estereótipos masculinos que vêm quebrando por meio de sua música, ele afirma que a arte vem se moldando para uma forma andrógina. “Quero fazer e divulgar minha arte em qualquer meio, de qualquer forma”, finaliza.

Após duas de suas turnês terem sido canceladas por conta da pandemia de Covid-19, Sub Urban irá dividir o palco com AURORA em uma turnê que acontece na América do Norte, passando pelos Estados Unidos e Canadá, entre maio e junho de 2022. “Vai ser maravilhoso. Acredito que irá trazer um espaço seguro para todos os ‘malucos’ lá fora, que se sentem um pouco perdidos. Eles sempre podem vir para nós e se sentirem bem-vindos e compreendidos”, diz AURORA. 

A cantora continua dizendo que, um ponto em comum entre os artistas, é que a arte de ambos conversa muito com pessoas que se sentem deslocadas da sociedade. “As pessoas podem esperar shows em que iremos nos celebrar, será uma experiência muito interessante para elas”, completa.

Quando perguntados sobre uma turnê no Brasil, AURORA, que já esteve no país, disse que adoraria voltar e trazer o colega para cantar também. Por fim, ela demonstra descontentamento com a situação política do país: “É horrível como as coisas estão para a comunidade gay aí, com o Bolsonaro, então precisamos nos unir e ir ao Brasil com mais frequência para lutar com amor contra todo o ódio”. 

Ainda sobre o atual presidente, a cantora finaliza com um recado aos brasileiros: “Logo ele não estará mais no poder. Ele é apenas uma pequena parte da história. O Brasil é muito mais. É lindo! Que país lindo!”

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