Vencedora da primeira edição do “The Masked Singer Brasil”, Priscilla Alcantara lançou o disco “Você Aprendeu A Amar?” no final de outubro. O registro chega para fincar os dois pés da artista na era guiada pelo pop, algo que foi apresentado previamente no EP “Tem Dias (Expansão)”.
Em conversa com o Papelpop, a cantora afirmou estar muito feliz com essa nova conquista. “Eu vejo a minha vida profissional como uma construção de um legado, de uma história, que faça sentido para as outras pessoas”, explica. “Esse é mais um desses momentos em que eu sinto que tenho apresentado algo, tenho feito aquilo que eu realmente acredito que tenho que fazer no tempo de hoje. Tenho me divertido muito no processo, acho que isso também é muito importante, e desfrutado de cada detalhe, pois acredito que o grande sucesso está nos detalhes da jornada.”
Com nove faixas liberadas e uma a ser lançada em breve, o projeto conta com parcerias de Emicida, Lucas Silveira e Projota. “Boyzinho”, “Correntes”, “Eu Não Sou Pra Você” e “Tem Dias” são algumas das faixas liberadas pela cantora ao longo dos últimos meses.
A música que dá nome ao projeto é uma colaboração com o rapper responsável pelo grandioso “AmarElo”. Sobre a composição, Priscilla afirma: “Essa faixa vai trazer realmente a descrição perfeita do que esse título significa. Acho que vai ficar mais claro para as pessoas quando elas ouvirem”, conta.
Ela continua: “É uma canção muito impactante, então a gente decidiu separar ela das outras pra ter esse intervalo de um mês pra galera curtir as outras músicas e depois todo mundo voltar a atenção nessa, que é muito importante e tem uma temática um pouco mais politizada. Ela aborda pautas e temas de debates que me atentei muito nesses últimos dois anos. Procurei estudar sobre e trouxe uma faixa que representasse toda essa jornada. É uma faixa de muita reflexão e tem os versos do Emicida, que você consegue estudar cada linha. É assustador. Em cada linha você pode ficar 40 min pensando em uma só frase. É uma música muito rica que precisava de um momento só pra ela.”
Como o EP introdutório ao pop, o disco é tomado por inúmeras expressões do amor. Durante o bate-papo, a cantora afirmou que a ideia do projeto era justamente trazer “desde as alegrias do amor até as tristezas” que o sentimento pode manifestar. “Eu realmente quis dar um 360 nessa temática através das experiências humanas, das mais diversas, desde o amor próprio até amar alguém”, detalha. “Testei possibilidades e experimentei muitas coisas para descobrir o que eu realmente quero produzir.”
O lançamento realizado em 22 de outubro veio acompanhado do registro audiovisual de “Você é Um Perigo”. O vídeo tem coreografias, é enérgico, tem otimismo e frescor. A narrativa acompanha a artista dançando, cantando e curtindo a vibe de um amor irresistível. Além desses fatores, uma versão mais jovem de Priscilla é apresentada criando conexões com os sonhos de infância da cantora.
“Esse clipe é uma celebração, porque eu tive o privilégio de me tornar o que eu disse que seria quando eu era criança. Desde que eu tinha 6 anos de idade eu falava que ia ser uma cantora, que ia ser famosa e tudo mais. E eu tive o privilégio da vida me permitir viver o meu sonho, me tornar o meu sonho. Foi uma celebração e também uma forma que eu encontrei de incentivar as outras pessoas a acreditarem nos seus sonhos”, diz uma sorridente Priscilla. “Primeiro a gente precisa acreditar, esse é o primeiro passo. Sem o primeiro passo, jamais a gente chega lá”.
Ainda sobre a faixa que guia o videoclipe, a artista reitera a escolha do single para ganhar um registro no lançamento do álbum: “Ela é a música mais pop do álbum na estética, na sonoridade. Ela é bem próxima do que eu quero continuar apresentando a partir de agora”.
Priscilla acredita que suas próximas canções serão semelhantes a “Você é Um Perigo”. “Ela sintetiza bem o que eu quero continuar produzindo a partir desse álbum. É uma música que representa sentimentos que eu queria levar para as pessoas e é a cara do verão. Aproveitar que está chegando!”, disse.
Em ritmo intenso de trabalho, a artista venceu a primeira temporada de “The Masked Singer Brasil”, reality exibido na TV Globo. Além da experiência prática e pura como a Srta. Unicórnio, houve tempo para ela refletir sobre sua perspectiva quanto ao trabalho na indústria musical. “Revivi muitos sentimentos da minha infância durante o programa, em que eu só tinha um sonho e nada mais. Nem uma porta aberta eu tinha. Tinha só mesmo o sonho. Aquilo me fazia feliz, aquilo me motivava, era meu propósito. Eu resgatei muitos desses sentimentos que acredito que me deram um novo gás pra poder seguir minha profissão enxergando ela com toda a magia que o unicórnio me ensinou a reviver.”
Todas as conquistas recentes da carreira corroboram com o que foi dito em uma entrevista anterior ao Papelpop. Priscilla enxerga estar em sua fase mais madura. “Eu tenho a convicção de que eu já me encontrei há muito tempo. Agora é questão de verbalizar e talvez transformar isso em arte para que as outras pessoas me enxerguem como eu me vejo. A arte é uma ferramenta para a gente fazer isso. Na verdade, acho que agora tá mais sendo sobre a música em si. Tenho descoberto através da minha autenticidade que tipo de som, interpretação e música eu realmente quero oferecer para o mainstream pra ser algo novo. Não só mais uma versão de algo que já existe. Esse momento é muito sobre isso.”
Ela acrescenta: “Tem muita gente boa fazendo muita coisa. Meu segredo tem sido descobrir os vácuos, os gaps que ainda podem ser preenchidos. Eu tenho feito uma pesquisa muito grande desde consumir muita música até enxergar como está o mercado para encontrar um gap que eu realmente poderia preencher para ser algo inédito dentro do mainstream, que já é recheado de tanta coisa, de tantas formas diferentes.”
A era pop de Priscilla Alcantara está apenas começando. Quanto ao futuro, ela espera dar entrada nos festivais de música, algo que sempre quis e que tem começado a acontecer agora através da nova fase. “Além da música, que a gente ainda tem muito material para lançar, acho que essa coisa do ao vivo, da estrada, que agora a gente volta. É crescer muito nisso, uma parte muito importante pra mim, os shows ao vivo. E quem sabe retomar a carreira na TV”, revela a artista.
De volta ao título do disco, questionada sobre como aprende-se a amar, a artista é enfática: “A gente aprende a amar quando olhamos pro nosso mundo e conseguimos enxergar outras coisas além de nós mesmos.”
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