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Billy Porter fala sobre abuso sexual na infância e o poder transformador da arte
Nesta quinta-feira (7), em uma entrevista para a People, Billy Porter se abriu em relação ao abuso sofrido quando ainda era criança, seu papel social enquanto negro e LGBTQIA +, e sua trajetória para se tornar uma estrela no cinema e da música.
Aos 52 anos, o astro acredita estar acessando as partes mais profundas de sua sua história. “Estou tendo um renascimento — nos meus próprios termos”, disse. Criado em Pittsburgh em uma comunidade pentecostal e muito conservadora, o vencedor de um Emmy por ‘Pose’ sempre manteve sua autenticidade, mesmo sofrendo preconceito.
Porter afirma que sua voz sempre o salvou. Inicialmente, a encontrou na igreja em que frequentava, mas logo foi silenciado, diziam que seu estilo era uma ‘vergonha diante de Deus’. Com isso, virou alvo de homofobia na escola, nas ruas e também em casa.
A mãe de Billy Porter se casou novamente quando ele tinha sete anos, foi aí que se deu início aos abusos sexuais de seu padrasto que, segundo o ator, se prolongou por cinco anos. “Ainda criança, me tornei um homem adulto. Na minha mente, eu vivi aquela experiência como um affair. Porque era afetuoso, era estimulante e era confuso”, disse o artista, que confessa: “Ainda assim, até hoje, eu não estou bem”.
Porter iniciou a terapia aos 25 anos e retomou o tratamento durante a pandemia, mas casado desde 2017 com Adam Smith, revela que ainda sofre problemas em sua vida sexual e em suas relações mais íntimas. “É muito difícil no casamento, quando você está tentando descobrir como ser íntimo com alguém. Mas estamos crescendo juntos e nos curando juntos. É um trabalho muito difícil, mas tenho que dizer que vale à pena”, completou.
O artista ainda revela que, se não fosse pelos espetáculos de teatro, não sabe se estaria vivo. “Se eu não tivesse assistido esse tipo de coisa, como ‘The Wiz’ e ‘Dreamgirls’, eu nunca seria capaz de sonhar fora das minhas circunstâncias.
Empenhando-se no ativismo, Porter, que revelou recentemente conviver com o vírus HIV, também estrelou um remake de Cinderella em que aborda questões comportamentais por um outro viés. “Minha vida agora é um serviço, e meu serviço é minha autenticidade queer negra”.