Ganhando grande repercussão, a frase “Free Britney” foi projetada no Congresso Nacional na última segunda-feira (28) como parte de uma ação comemorativa do Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+. Ao contrário do que tínhamos dito, a ideia não partiu de deputados e senadores, mas sim de Ella Nasser — que nos deu mais detalhes sobre o ocorrido.
A artista foi ao local para acompanhar um amigo que tiraria fotos da projeção do arco-íris, organizada pela Associação Brasília Orgulho junto com legisladores. Ali, ela conversou com os responsáveis sobre a possibilidade de exibir “algo que protesto”, o que não era permitido, e teve uma sacada: “Se não podemos usar do protesto, podemos usar da solidariedade para com os nossos”.
“Lembrei na hora do que aconteceu na Parada LGBT de Paris, onde as pessoas que estavam presentes levaram o #FreeBritney para as ruas e foi uma movimentação de grande impacto no mundo”, contou. A expectativa era viralizar um momento semelhante no Brasil para levar a mensagem da nossa comunidade LGBTQIA+ a outros lugares.
Segundo Ella, o caso da princesa do pop tem intersecções com a luta LGBTQIA+: “Apesar de não fazer parte da comunidade, ela sempre foi uma das maiores apoiadoras além de um grande ícone. O que ela está passando fala muito sobre direitos humanos e liberdade, que era basicamente o que já estava sendo projetado”.
Embora reconheça a importância do movimento #FreeBritney, o que a artista de Brasília realmente quis fazer foi frisar a importância de conversar com outras esferas e “publicizar” os atos para que tenham ainda mais visibilidade. Para ela, as projeções no Congresso não estavam recebendo a devida atenção. “Me assustei com a ausência da mídia”, confessou.
Com a ideia pronta, a articulação foi feita com a equipe de projeção. Ella disse que não enfrentou burocracias: “Mostrei as redes sociais, expliquei o que representa esse movimento, a importância da solidariedade entre nós e perguntei sobre a possibilidade de projetarem. Cada palavra ficava em média 10 segundos. Por ser apenas algo simbólico, a equipe acatou”.
Diante do sucesso da ação, “pessoas que têm mais poder quiseram tomar posse da ideia”. A artista, então, decidiu tomar uma atitude. “Todos os dias travestis são invisibilizadas e silenciadas, tendo as histórias reescritas por pessoas que não fizeram parte daquilo. Expus o ocorrido, pois tivemos um ato histórico a nível mundial e não é justo que oportunistas levem o crédito”.
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