“Bem-Vindo ao Clube” é o nome do aguardado álbum de estreia da cantora DAY. Com título convidativo, o disco estreou nas plataformas digitais na noite desta quinta-feira (29). A partir de doze faixas, o potente trabalho cria uma narrativa intensa sobre as tribulações da juventude.
Durante esta semana, o Papelpop conversou com a artista sobre projeto que contempla múltiplas sonoridades como pop punk, rock, emocore, rap e outros ritmos que orbitam esses gêneros.
Atualmente com 26 anos, a jovem cresceu ouvindo Paramore, Pitty, Linkin Park, Fall Out Boy, Green Day, My Chemical Romance, entre outros artistas de destaque dos anos 2000. Inclusive, o desejo de trabalhar com música surgiu depois de assistir ao clipe de “Sk8er Boi“, de Avril Lavigne, de quem é fã declarada. Todas essas referências são intrínsecas ao disco.
Lançado em conjunto do álbum, o clipe de “Clube dos Sonhos Frustrados” carrega uma narrativa lúdica sobre um dos períodos mais desafiadores da adolescência, o Ensino Médio. Num clima de high school, a artista entoa versos sobre expectativas, sonhos e a conturbada realidade.
“Acho que a minha maior frustração foi não poder ter sido eu mesma. Ter aceitado por muito tempo menos do que eu merecia, que era o mínimo”, revela a cantora sobre este período da juventude. “Mas ao mesmo tempo, tudo isso me deu muita bagagem para estar aqui hoje. […] Se eu não tivesse passado por isso, não conseguiria tocar as pessoas. Apesar de ter sido uma frustração, me forneceu maturidade.”
Assista ao registro audiovisual:
Ao lado do trio Los Brasileiros, produtores responsáveis por sucessos de Anitta, Vitão e Jade Baraldo, a artista conduziu as canções no estúdio em ritmo de alta colaboração e trabalho em equipe. “Graças a Deus tenho boas pessoas comigo”, conta. “A gente foi construindo essa identidade juntos e eles viveram muito forte o momento emo. […] Acaba que estou respaldada de uma galera que entende do assunto, que sabe fazer esse tipo de música e que, principalmente, são extremamente conhecidos também pelo pop, né? Então rola essa mistura de ser bem pop, ser bem autêntico e ao mesmo tempo trazer essa nostalgia do que eles viveram na pele. Sou muito grata de como soa esse disco. Muito orgulhosa!”
Descrita como uma “sonhadora que é testada pela realidade ao seu redor e pelas suas autossabotagens”, DAY também teve sua dose de musicais da Disney que contribuíram para sua formação. “Na adolescência peguei muito a fase Disney. Eu era fã de ‘High School Musical’! Eu sempre tive esse aspecto muito idealista, sonhadora, de ‘Ah, eu quero viver um sonho e uma fantasia’ ao mesmo tempo que eu ouvia punk rock e pop punk pra caramba”, conta. O projeto apresenta um mix destes dois universos.
Além da musicalidade, o novo trabalho da jovem é um relato enérgico e suscetível sobre sua vida. A trajetória exposta através das faixas inclui também o período vivido recentemente, de isolamento e autodescobertas.
“Eu quis falar sobre a minha história sabendo que muita gente vai se identificar. E quem tem mais autonomia para falar da minha história?”, brinca a artista. “Foi muito massa escrever, foi massa falar, mas é ainda melhor saber que toda essa textualidade, toda a essa vulnerabilidade aproxima as pessoas.”
Sobre as palatáveis composições, ela reforça a importância da aura emocional do álbum. “O que fica mais nítido e o que eu quero que as pessoas foquem além das histórias são as sensações. As sensações descritas. Eu sou isso, essa tempestade em copo d’água”, explica. “Todo mundo vai poder se identificar com essa romantização dos sonhos, da vida, e ao mesmo tempo com esse exagero, com esses dramas da geração.”
Apesar da densidade, a atual perspectiva de DAY é otimista. “Sim, a vida é isso, não passa disso e tá tudo bem! Tipo assim, eu vou cair, eu vou levantar, eu vou amadurecer, vou ter vivências que eu não tinha até ontem, contar pra você ou até escrever um disco sobre. Quem sabe ganhar um Grammy?”
“Isso Não é Amor”, música com Lucas Silveira, vocalista da Fresno, é a única colaboração do disco. A dupla se conheceu tempos atrás e combinou uma parceria, que agora faz parte da tracklist de “Bem-Vindo ao Clube”. “Acho muito engraçado porque não chamei o Lucas pensando em ter o ‘selo de validação do emo’, mas hoje posso até encarar assim, de que estou fazendo algo dá hora!”, diz a cantora com sorriso no rosto. “Respeito demais a trajetória dele, que está na estrada há muito tempo. Ele representa muita coisa e abriu muitas portas. Ter ele no disco é de uma honra imensurável”.
Em momentos de clamor, a questão “O que você vai ser quando você crescer?” surge mais de uma vez durante a narrativa musical. Ao ser questionada com a mesma pergunta, DAY é direta e tem a resposta na ponta da língua: ” Eu quero ser headline de festival grande! Quero cantar no Lollapalooza, no Rock In Rio, quero estar nestes festivais. Ser aquela cantora que lota shows e tem todo mundo em volta cantando junto. Seja onde for, quero muito cantar esse disco ao vivo!”.
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Ouça “Bem-vindo ao Clube” nas plataformas digitais:
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