No último domingo (25), durante um show nos Estados Unidos, DaBaby surpreendeu o público com comentários de teor homo e sorofóbico. Desde então, o rapper norte-americano vem recebendo críticas de celebridades e demais internautas.
Agora há pouco, nesta quarta-feira (28), Elton John utilizou as redes sociais para mostrar seu repúdio às declarações de DaBaby. “Isso é o oposto do que nosso mundo precisa para lutar contra a epidemia de AIDS”, escreveu o britânico.
Representando a Elton John AIDS Foundation, o artista fez questão de divulgar informações corretas para combater a desinformação sobre o HIV. Entre os fatos, ele relembrou que o vírus já afetou mais de 70 milhões de pessoas em todo o mundo.
“Você pode viver uma vida longa e saudável com o HIV. O tratamento é tão avançado que com um comprimido por dia, o HIV pode se tornar indetectável em seu corpo, então você não pode passá-lo para outras pessoas”, informou Elton John.
Acompanhando a legenda informativa da publicação, um card frisou que a “desinformação sobre HIV e homofobia não tem espaço na indústria da música. Nós temos que quebrar o estigma contra o HIV e não espalha-lo. Como músicos nosso trabalho é unir as pessoas”.
Anitta também marcou seu posicionamento no Twitter nesta quarta e, apesar de não ter citado nomes, denunciou discursos de ódio contra a comunidade queer. A artista carioca recentemente lançou um remix de “Girl From Rio” com DaBaby.
“Sempre estarei com minha comunidade LGBTQ+. Também mando todo o meu respeito e apoio para acabar com qualquer ignorância e estigma em torno do HIV/AIDS. Eu condeno qualquer demonstração de ódio. Deixe o amor brilhar”, tuitou.
Elton John e Anitta se juntaram a um coro de reprovações, formado, inclusive, pela britânica Dua Lipa. Ela, que formou uma parceria com DaBaby para uma versão do single “Levitating” em 2020, se manifestou sobre o comportamento do rapper por meio dos stories do Instagram na última terça-feira (27).
“Estou surpresa e horrorizada com os comentários de DaBaby. Eu realmente não reconheço ele como a pessoa com quem trabalhei. Sei que meus fãs sabem que estou 100% com a comunidade LGTBQ. Precisamos nos unir para combater o estigma e a ignorância em torno do HIV/AIDS”, escreveu Dua.
Demi Lovato também mostrou seu descontentamento com as palavras proferidas pelo artista, repostando um carrossel com as problemáticas em seu Instagram. “Pessoas gostosas ouvem a versão original de ‘Levitating’”, escreveu na legenda, se referindo à canção de Dua Lipa sem a participação de DaBaby.
A publicação original foi feita por Matt Bernstein. Entre denúncias contra a propagação de estigmas e falsas narrativas LGBTQIA+, reforçou que “HIV não é uma doença de gays”.
A postagem ainda foi parar nas redes sociais do Impact, um perfil voltado para a divulgação de pautas e causas socialmente impactantes. Ariana Grande curtiu a publicação, posicionamento que logo foi celebrado pelos fãs na internet.
Houve também quem saiu em defesa de DaBaby, como o rapper T.I. “Se Lil Nas X pode fazer as merdas dele em paz, então DaBaby também pode. Igualdade!”, escreveu ele no Instagram.
Robert Stafford, pai de Nas X, decidiu não ficar calado e utilizou os stories para se pronunciar. Com uma foto antiga do filho ao lado de DaBaby, ele mandou um recado curto e direto: “Cara, baixe a bola. Você já teve o seu momento”.
Entenda o caso
Todas as reações se referiram às falas de DaBaby durante o festival Rolling Loud, realizado no último fim de semana, em Miami. Ele pediu que o público ligasse a laterna dos celulares, mas apresentou “especificações” para tal momento.
“Se você não apareceu hoje com HIV, AIDS ou qualquer uma dessas doenças sexualmente transmissíveis que vão te fazer morrer em duas ou três semanas, então ligue a luz do seu celular”, disse. “Senhoras, se sua boceta cheira a água, liguem a luz de seus celulares. Rapazes, se vocês não estão chupando um pau no estacionamento, acendam a lanterna do celular”.
Dias depois, ele tentou se retratar por meio do Instagram. Em vídeo, ele disse que as pessoas estavam distorcendo suas palavras e que o assunto só deveria interessar a quem estava no show, não às “vadias amarguradas” da internet.
O artista continuou: “Meus fãs gays não têm a porra da AIDS, seus idiotas. Eles se cuidam. Eles não são gays nojentos. Eles não são viciados. Meus fãs gays têm classe”.
Na noite de ontem, com uma série de tweets, DaBaby voltou a se explicar. “Eu peço para os fãs acenderem a luz dos celulares e vocês iniciam uma Million Man March. Eu disse que vocês entenderam aquilo de forma errada, mas, não vou mentir, estou impressionado. Agora, me mostrem essa mesma quantidade de apoio quando um policial racista mata um negro…”, escreveu.
“Qualquer pessoa que já tenha sido afetada pela AIDS/HIV tem o direito de ficar chateada. O que eu disse foi insensível, embora eu não tenha tido a intenção de ofender ninguém. Então, peço desculpas”, tuitou o rapper pela segunda vez. “Mas a comunidade LGBT… eu não tenho problemas com vocês. Os negócios de vocês são negócios de vocês”.
DaBaby finalizou dizendo que “para quaisquer marcas, redes ou artistas que gostam de lucrar com a influência dos rappers negros na cultura, sem entendê-la ou ter paciência para lidar com o que vem com a posição que desempenhamos, guarde seu dinheiro na próxima vez. Somos humanos também”.
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