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Vance Joy fala ao Papelpop sobre novo single, demonstrações de amor e estereótipos
“Missing Piece” foi a primeira música solo lançada por Vance Joy em três anos. O australiano, dono do hit “Riptide”, escreveu a letra junto com Joel Little, que já trabalhou com Lorde, Taylor Swift (para qual Vance abriu shows em uma turnê) e outros grandes artistas. Para saber mais sobre a canção, nós fizemos uma entrevista com ele por Zoom.
Na conversa, o artista entregou respostas bem reflexivas sobre recentes aprendizados, tempo livre, o estereótipo do cara legal e a forma como trabalha. “Sempre quero fazer algo de qualidade e algo assim leva tempo, mas, por outro lado, existe o pensamento de só fazer vários lançamentos, se divertir e dar aos fãs todos os tipos de coisa”, confessou.
Enquanto Vance Joy continua preparando o novo álbum, “Missing Piece” vem como um presente para os fãs. Lançada em maio, a canção ganhou um clipe super divertido e romântico que retrata uma bela demonstração de amor. Ao Papelpop, o cantor disse que um fã já fez algo assim por ele na América do Sul.
Antes de ler a entrevista, vem conferir o clipe de “Missing Piece”:
Papelpop: Qual é a sensação de lançar uma nova música solo depois de três anos?
Vance Joy: É, já faz um tempo… A sensação é boa! É engraçado que, quando eu lanço uma música, parece um aniversário especialmente quando são ditas coisas boas sobre ela. É bom quando as pessoas falam “eu gosto da sua música nova”. Eu também fico verificando como está o andamento, vendo se alguém ouviu e esse tipo de coisa — o que é engraçado porque acabo muito envolvido nisso.
E como foi a experiência de compor com Joel Little, que já trabalhou com Lorde, Taylor Swift, Imagine Dragons e vários artistas tão grandes?
Ele é tão talentoso! Eu estava bastante animado e um pouco nervoso para trabalhar com Joel. Eu queria fazer isso há algum tempo e ele tem trabalhado com alguns dos maiores artistas do mundo. Então, quando finalmente consegui essa oportunidade, eu fiquei tipo: “Uau, ok!”. Foi pelo Zoom. Fizemos uma ligação como esta. Ele trouxe tantas ideias ótimas. O belo riff de guitarra que abre a música me conquistou direto e nós meio que deixamos rolar. Eu apenas amo as músicas dele. As canções que Joel tem escrito sem outros artistas são tão boas. Ele faz uma ampla inspeção das músicas e cria boas batidas. É, ele é um cara muito talentoso.
O clipe de “Missing Piece” já está no Youtube, né? Ele mostra uma demonstração de amor maluca, que também é fofa e engraçada. Algum fã já fez algo assim por você?
Eu amo esse clipe porque é super saudável, engraçado e descontraído… Eu já recebi ótimos presentes de fãs, como um boneco em um show que talvez fizemos no Chile. Um fã que me deu uma versão minha em miniatura em Santiago. Na verdade, me assusta um pouco ter uma pequena versão minha na minha casa, já que a coloquei em um armário. Sinto que… Não sei. É só um pouco esquisito, mas foi um presente muito atencioso, adorável e feito lindamente. Obviamente, eu admiro isso.
Vi que “Missing Piece” foi usada como trilha sonora de um momento importante em “Grey’s Anatomy”. Você acompanha a série? Como reagiu quando soube que sua música seria usada em um dos episódios?
Fiquei tão feliz! Essa é uma série tão famosa. Honestamente não tenho acompanhado, mas tenho amigos e companheiros de casa que estava assistindo no ano passado. Eu sabia que era algo grande. E a música foi tocada em uma cena linda na qual o doutor que tinha sido parte da série por 12 anos ou 12 temporadas estava se despedindo. Eles escolheram a minha canção para o momento final dele e tocaram por cerca de 2 minutos. Foi muito impressionante! Eu assisti a cena há alguns dias e fiquei tipo: “Muito bom! Me sinto feliz vendo isso!”. Quando você está prestes a lançar uma música, nem dá para focar na canção e no momento por estar apenas muito animado. Agora que assisti a cena de “Missing Piece”, sinto que foi um momento bonito.
Em termos de séries, livros ou filmes, o que te acompanhou no período de isolamento social por causa da Covid-19? O que usou para se distrair?
Fiz algumas chamadas no Zoom com amigos. Fizemos uma noite de quiz. Todos eram divididos em times e bebemos. Eu e a minha irmã tomamos algumas bebidas e cervejas. Foi divertido. Também assisti todas as temporadas de “Família Soprano” com a minha irmã mais nova. Aprendi a cozinhar alguns pratos, mas não muitos. Andei um pouco de skate, algo que tinha parado de fazer, mas voltei em 2020. Bom, é isso! Fico muito feliz curtindo o tempo. Se não tenho nada para fazer, fico bem contente em só ler um livro e fazer outras coisas. Nunca tive problemas com ficar entediado porque vou ler livros ou assistir séries. Talvez eu seja sortudo por isso.
E você usou esse tempo de isolamento para compor novas músicas? O que quero saber é: você escreveu canções suficientes para lançar um álbum em breve?
[Risos] Adoraria fazer isso! Gostaria de lançar um álbum a cada poucos meses e começar a trabalhar mais rápido, mas tenho poucas músicas das quais gosto e realmente me sinto orgulhoso. Eu quero apenas mais algumas para estar pronto [para um álbum]. Sempre quero fazer algo de qualidade e algo assim leva tempo, mas, por outro lado, existe o pensamento de só fazer vários lançamentos, se divertir e dar aos fãs todos os tipos de coisa para ouvirem. Não consigo decidir sempre sozinho se uma música vai ser amada. Preciso pelo menos compartilhar com o meu time, agentes, amigos e família. Talvez tenha uma nova perspectiva crescendo sobre apenas compartilhar mais as coisas, mas não sei se vai ter um novo álbum em breve.
Durante o processo de criação das novas músicas, você aprendeu algo?
Sinto que já sabia isso, mas é algo bom para se reforçar, reafirmar ou aprender de novo. Fiz algumas sessões de composição por Zoom e poderia ter tido uma atitude do tipo: “Por que fazer isso? Não vai ser a mesmo coisa que pessoalmente”. Só que funcionou bem. Eu escrevi essa música com Joel pelo Zoom. Sempre funcionou começar a mostrar coisas, tentar conversar com as pessoas e propor colaborações em qualquer campo que seja. Você não sabe o que pode acontecer. Alguma mágica pode acontecer de apenas dar as caras e tentar. Às vezes você consegue algo em troca. Sinto que essa é uma boa lição que tirei do processo.
O estilo das suas músicas está muito associado ao estereótipo de cara legal e gentil. O que acha disso? Acha que existe alguma parte da sua personalidade que as pessoas não preveem a partir do seu som?
Claro! Vejo isso também em outros artistas, atores e até comediantes. Eu gravito ao redor de um certo estilo de música que é muito eu verdadeiramente. A minha música é um reflexo de mim, mas também não sinto que sou essa pessoa feliz e doce que está fazendo as canções. Acredito que é preciso encontrar o tipo de música que você gosta e acabar dizendo não para muitas coisas. Quando estou escrevendo uma música, muitas ideias acabam não entrando para a letra. Você precisa ter uma ideia muito clara do que está fazendo e do que não gosta, mas isso é outra história. Basicamente, não sei se sou tão legal. Acho que sou uma pessoa boa e decente. Gosto de pensar que não sou alguém idiota ou falso. Não estou tentando ser super doce o tempo todo tornar real alguma ideia que têm sobre mim. Apenas penso que é legal ser gentil, carinhoso e poupar os sentimentos das pessoas. Você não precisa dizer algo maldoso, mas gosto quando falam as coisas como são. Acho renovador. Espero que, quando as pessoas falem comigo, elas sintam que tenho uma visão revigorante das coisas. Talvez soe meio arrogante dizer isso, mas é como quando estou ouvindo uma pessoa falar e ela diz “é isso que eu penso”. Se for uma perspectiva que respeito, é revigorante.
Para fechar, me conta alguma memória boa que tem do Brasil porque sei que você já nos visitou mais de uma vez.
Ok! Quão boa tem que ser? Sinto que todas as minhas histórias não vão ter um grande conflito no meio. Elas não tiveram um começo, um acontecimento marcante no meio, com todos nos tornando melhores no fim. Elas são meio assim: “Eu fui para o Brasil, um lugar lindo. Fizemos um ótimo show…”. Em São Paulo, eu toquei em um festival. Qual foi? O Lollapalooza?
Sim!
Foi em uma pista de corrida. Foi simplesmente o melhor! Honestamente, as plateias do Brasil são as mais barulhentas e animadas para as quais já tocamos. Diria que gosto da paixão das pessoas brasileiras. Elas agitam tudo. É a melhor coisa de todas! Essa foi uma pequena historia. Eu fiz alguns amigos em São Paulo anos atrás. Tenho também alguns amigos próximos de família aí. Sinto uma ligação, uma conexão com vocês.
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