Como uma boa fã, Daya Luz gosta de dançar, treinar e namorar ao som de Drake. Certa vez, ouvindo as canções do artista canadense pelo que deveria ser a milésima vez, a cantora e compositora paulistana decidiu usá-lo como inspiração para compor. “Já que faço tantas coisas ao som do Drake, por que não fazer uma música também?”, ela se perguntou.
Foi assim que surgiu “Ao Som do Drake“, lançado nesta sexta-feira (23) como seu primeiro single do ano, em parceria com o DJ Guuga. Trata-se de uma música tão dançante que, ao invés de colocar Daya como protagonista de um clipe com narrativas e cenários mirabolantes, ganhou um video dance completamente focado em uma coreografia enérgica.
Gravado na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro, o registro tem um objetivo claro: chamar o público para dançar ao som de Daya Luz em casa e nas redes sociais. Além disso, a canção em si já prepara o terreno para seus próximos trabalhos.
Animada, em entrevista ao Papelpop, Daya falou sobre o novo lançamento e a inspiração em Drake. Também compartilhou histórias de sua jornada artística, reflexões sobre suas experiências internacionais e planos para o futuro.
Antes de falarmos sobre “Ao Som do Drake”, queria saber um pouco mais sobre sua trajetória. Quando você se interessou pela música?
Desde criancinha, eu queria muito ser artista. Eu ficava na frente do espelho cantando, dançando, lendo os rótulos do shampoo para fingir que estava fazendo um comercial. Meus pais achavam que isso era uma realidade muito distante porque a gente morava em uma comunidade de São Paulo chamada Americanópolis. Lá, no nosso mundo, isso era praticamente impossível. Comecei a trabalhar e estudar. Entrei na faculdade de Administração e trabalhei na área financeira, mas chegou um momento, aos 19 anos, que eu falei: “não, eu vou investir nesse negócio de ser artista porque eu não tenho vergonha e gosto de cantar”. Aí um amigo me falou sobre o teste para o balé do Faustão. Fiz na cara de pau porque eu nunca tinha feito dança, profissionalmente falando, mas acabou dando certo. Passei no teste, saí da casa de meus pais em São Paulo porque as gravações eram no Rio de Janeiro e minha vida mudou completamente.
Então a carreira musical surgiu com uma ajuda do acaso?
Pois é. Tive que pensar muito bem se era isso que eu queria para a minha vida porque eu perderia minha bolsa da faculdade, meu emprego, minha graninha. Mas era um sonho muito forte, eu queria muito ser cantora. Eu já gostava de dançar, fiz o teste [para o Domingão do Faustão], passei e aí eu falei: “bom, vou cantar pelos corredores para que alguém me veja” [risos]. Meu objetivo não era ser bailarina, então pensei que, se eu estaria na Globo, faria minhas apresentações nos camarins, nos corredores da vida para alguém me ver. E viu! Depois de dois anos, eu recebi a proposta para gravar minha primeira música, “Olha Pra Mim”. O clipe, inclusive, foi filmado por Neville Page, que é um super diretor de criaturas que trabalhou em “Avatar“, “Star Trek” e vários filmes legais. Fui para Los Angeles para gravar o clipe e aí tudo aconteceu. Pedi demissão do balé do Faustão: “agora sim vou realizar meu sonho, vou cantar, beijo” [risos].
E deu certo, né? Em 2019, você chegou a se apresentar em Portugal e, um ano mais tarde, lançou o remix de “Digo Sim”. Como foi essa experiência internacional?
Eu sou uma pessoa que acredita muito em energia. Acho que quando a gente acredita nas coisas, elas acabam acontecendo de fato, então tudo na minha vida foi assim. Minha segunda música, por exemplo, saiu no Just Dance, que é um jogo mundial de dança, por acaso. Aí eu recebi uma proposta de uma grande empresa portuguesa para gerenciar minha carreira e pensei: “não, espera, eu vou à Portugal para estudar o mercado de lá”. Eu teria que investir em outro país e isso é uma decisão muito séria. Fiquei em Portugal por uns três, quatro meses. Acabei fazendo shows por lá, me apresentando no Villa Mix Lisboa, lançando um clipe e um remix para “Digo Sim” – minha primeira balada romântica, totalmente diferente do pop. Foi muito importante ir para outro país e vivenciar, conhecer a cultura porque eu nunca tinha morado fora [do Brasil]. Às vezes a gente fica pensando “ah, a Europa…”, mas tem coisa que a gente sabe fazer muito melhor. Então não fechei [o acordo]. Acho que, em primeiro lugar, como eu canto em português, nada mais justo que disseminar meu trabalho no meu país de origem. Por isso, eu voltei. Mas foi uma experiência maravilhosa.
Além dessa temporada em Portugal e do primeiro clipe gravado em Los Angeles, você participou de uma campanha mundial da Samsung e já trabalhou com Alfredo Flores, que faz parte da equipe de grandes artistas como Justin Bieber e Ariana Grande. Você acha que o maior sonho do artista brasileiro ainda é conquistar o mercado internacional? Você acha que, hoje em dia, isso ainda é necessário para que ele se sinta consolidado?
Eu não tenho essa necessidade. Tive ótimas experiências em Los Angeles, que é a cidade do entretenimento, e fiz quatro clipes com Alfredo, com quem eu tenho uma parceria muito bacana. Amo todas as vezes que vou para lá, sinto que volto cheia de ideias diferentes, mas eu amo o meu país e morar aqui, perto da minha família. Então não tenho essa necessidade, mas também não fico vibrando contra [risos]. Agora, por exemplo, o momento não está tão propício para viajar para gravar e tudo mais. Meus próximos trabalhos vão ter uma cara mais brasileira, vamos dizer assim. As próprias músicas estão mais populares para conquistar o que o povo quer e pede. Já tenho maturidade suficiente para entender que sou uma intérprete, que posso interpretar músicas para as pessoas porque o que me faz feliz é levar alegria para elas. Estou muito aberta, livre, segura para fazer isso. Eu pensava que “ah, vou lançar uma balada romântica porque eu quero lançar”, mas agora estou mais aberta para “não, a galera está querendo ouvir isso, então eu quero levar essa alegria”. Mas estou aqui, sabe? Disponível. Se o universo disser “carreira internacional, Daya”… a gente só vibra positivo.
E agora você lançou “Ao Som do Drake” com DJ Guuga. Me conta, como foi o processo de criação dessa faixa? Como você a descreveria para o público?
“Ao Som do Drake” é um bom exemplo do que está por vir. A nova Daya Luz, vamos dizer assim. É uma música mais popular, com um ritmo muito envolvente para a galera dançar e curtir. É uma música que fala sobre ter atitude, disposição e energia. Também estou muito feliz com a parceria do Guuga, que já emplacou vários hits em plataformas como TikTok e conseguiu escrever uma letra que casou muito bem com o que eu já tinha feito. Ele transformou a música em um potencial muito maior, trazendo a voz e o suingue dele.
Queria saber também, por conta do título da música, qual é a sua relação com Drake?
Eu sempre gostei muito das músicas do Drake. Sou fã dele. Um dia, eu estava de bobeira ouvindo as músicas dele e falei: “cara, vou fazer alguma letra que tenha o nome do Drake”. Só veio o Drake na minha cabeça [risos]. Aí comecei a esboçar uma letra e deixei guardadinha no bloco de notas do meu celular. Aí, um dia, eu estava no estúdio com uma galera compondo e falei: “tem um negócio que pode funcionar no que a gente está criando aqui”. Mostrei tudo que eu tinha escrito e todo mundo gostou muito do apelo ao Drake. Eu realmente tenho Drake nas minhas playlists para treinar, para dançar, para namorar, para tudo. Aí eu falei: “bom, já que faço tantas coisas ao som do Drake, por que não fazer uma música também?”. Então o sentido partiu daí, do tanto que eu ouço e curto ele.
Vi que você lançou algumas coreografias para músicas de Drake através de vídeos no Instagram. Como “Ao Som de Drake” veio totalmente coreografada, podemos esperar um challenge para as redes sociais?
Essa música foi criada justamente para isso, para esse apelo viral, para as pessoas se divertirem dançando e fazendo challenge. Eu adoro, não vou mentir, fico horas dançando [risos]. Agora, “Ao Som do Drake” tem challenge. A gente fez uma coreografia que não é tão difícil, para que todo mundo possa realmente dançar e criar seu conteúdo. Acho que vai ser legal.
Esse é seu primeiro lançamento em 2021 e eu queria saber o que mais você está planejando para esse ano. Podemos esperar músicas, clipes ou um álbum de Daya Luz?
Essa música [“Ao Som do Drake”] vai ser o início de uma sequência que a gente tem para este ano. Já tem tanta música pronta que eu até poderia lançar um álbum, mas não sinto que este é o momento ainda. Então, depois de “Ao Som do Drake”, tem muitas parcerias por vir. Tem clipe com grandes nomes da música atual, tem música com duas mulheres incríveis que todo mundo sabe quem é. A minha pretensão é lançar uma música por mês até o final deste ano.
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