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Almério e Ney Matogrosso celebram a vida de Cazuza em nova versão de “Brasil”
Mais de três décadas depois da morte de Cazuza, ainda rolam Brasil afora festas infames. A desigualdade também corre solta, tal qual o desafio de colocar em ordem um país que parece fadado ao fracasso.
No dia em que o cantor completaria 63 anos, sua poesia segue segundo celebrada. Na tarde deste domingo, 4 de abril, os cantores Almério e Ney Matogrosso liberaram no streaming uma nova versão da faixa.
Lançada 33 anos após a estreia da original, parte do álbum “Ideologia“, a letra conserva no presente os mesmos desafios – um pensamento que os dois artistas compartilham.
Com produção musical e arranjos de Pupillo, a concepção do projeto e o convite para Ney, um dos grandes amores da vida de Cazuza, surgiram a partir de uma ideia da produtora Ione Costa. Foi graças a ela que o artista pernambucano decidiu estudar as minúcias da obra do ex-vocalista do Barão Vermelho.
“Era 1993 quando meu irmão, de mais idade do que eu, começou a trabalhar em Caruaru e lá ele comprou o primeiro CD: era uma coletânea de Cazuza”, lembra ele em depoimento.
“Dois anos depois conseguimos comprar um discman e eu ficava lendo e relendo o encarte com as letras, imaginando a força dele. Um cantor, compositor, poeta do Rio de Janeiro, cenário dos filmes, novelas, livros e músicas que eu consumia, quase inalcançável pra mim. A música do Cazuza veio me beijar e me salvar, atravessando horizontes pra descansar meu coração numa cidade perdida no mapa do planeta”.
Tudo é amor
A nova versão de “Brasil”, disponível ainda no streaming, faz parte do próximo álbum de Almério, batizado como “Tudo é amor”. Contendo canções do compositor carioca falecido em 1990, o material traz entre seus colaboradores o produtor Marcus Preto (que assinou, recentemente, o LP “Nenhuma Dor”, celebração dos 75 anos de idade e 50 de carreira de Gal Costa).
Um segundo single, outra releitura, deve chegar antes da estreia do álbum, editado pela Biscoito Fino. Será “Amor Amor”, composto por George Israel e Roberto Frejat.