Foi dada a largada na temporada de premiações. Como de praxe, fazendo as honras, o Golden Globes celebrou neste domingo (28) os talentos da TV e do cinema em mais uma edição marcada pela pandemia. Com os convidados em casa e uma quantidade reduzida de mesas ocupadas por profissionais de saúde que lutam na linha de frente contra a Covid-19, Amy Poehler e Tina Fey dividiram a tela em um diálogo cheio de química.
Enquanto Fey falava direto do Rockfeller Center, em Nova York, a amiga seguia no hotel Beverly Hilton, em Los Angeles.
Apesar de a noite ter transcorrido sem grandes acontecimentos e ter dado espaço a uma espécie de mea culpa em razão da ausência de diversidade, o destaque ficou nas mãos da Netflix, grande indicada desta edição. Das 42 indicações que tinha, a gigante do streaming levou 10, entre elas a de Melhor Série de Drama por “The Crown”. A narrativa, que revisita a história da coroa britânica, venceu todas as quatro nomeações que recebeu.
“O Gambito da Rainha”, que se saiu vitoriosa na categoria Melhor Minissérie, também fez a atriz Anya Taylor-Joy brilhar ao levar a melhor em Melhor Atriz de Minissérie. As vitórias de “Borat: Fita de Cinema Seguinte” e “Nomadland” também renderam comentários, visto que ambos eram favoritos nas principais categorias de comédia e drama.
Entre os feitos da noite cabe destacar a vitória da cineasta Chloé Zhao, segunda mulher da história (e a primeira de origem asiática) a vencer a categoria Melhor Diretora em oito décadas. A atriz Andra Day seguiu regra semalhante ao garantir a estatueta de Melhor Atriz em Série de Drama por “The United States vs. Billie Holiday”. Foi a segunda negra em toda a história do prêmio.
Já quanto aos discursos da noite, cabe destacar dois: Jane Fonda e Taylor Simone Ledward. A veterana foi a homenageada desta edição com o troféu Cecil B. DeMille, honraria prestigia pessoas que tiveram importância e contribuições significativas para a indústria cinematográfica.
Sempre muito contundente, Fonda lembrou de produções esnobadas e falou sobre a importância de se fazer arte em tempos difíceis.
“Meu Deus, obrigada. Obrigada a todos os membros da imprensa estrangeira de Hollywood, estou muito tocada por essa honra recebida. Somos uma comunidade de contadores de histórias e em tempos turbulentos como esse a contação de histórias é central, as historias podem mudar nossos corações, mentes e ajudar a ver o outro sob outra luz. A telepatia existente, o reconhecimento de toda a nossa diversidade, nos torna humanos em um só lugar. Em minha vida vi tanta diversidade e é um desafio enorme entender, às vezes, todas as pessoas q conheci. Mas se meu coração está aberto e eu puder olhar para além da superfície, me sinto bem. É por isso que os condutores de percepção, Buda, Mohammed e Jesus, todos falaram através de poesia e metáfora. As formas não lineares, ou seja, a arte, falam em outra frequência e geram energia capaz de penetrar nossas defesas. O que tínhamos medo de ouvir e ver, por fim, vemos! Todos os filmes tem a minha empatia. “Mirami” me ensinou a sentir o que é humano na América, “I May Destroy You” me ajudou a considerar a violência sexual sob uma ótica diferente. Os documentários mostraram como nossa democracia é frágil. As histórias podem mudar as pessoas. São as vozes as quais respeitamos nesta indústria. Vamos falar de historias em que possamos incluir a todos os setores e fazer um esforço pra expandir essa visão. Que todos mostrem suas histórias e possamos reconhecer o que é verdade e diversidade. De todos que marcham e lutam até hoje. A arte sempre esteve na liderança. Vamos ser líderes! Muito obrigada!
A viúva de Chadwick Boseman, por sua vez, foi quem recebeu em nome do marido o prêmio de Melhor Ator em Filme de Drama.
“Ele [Chadwick] agradeceria a Deus, a seus pais, aos seus ancestrais por serem seus guias e por se sacrificarem. E sua equipe maravilhosa também. Ele agradeceria à equipe do set, diria alguma coisa linda, inspiradora, que amplificaria aquela voz dentro de todos. A voz que diz que podemos e devemos seguir em frente, que nos chamaria de volta ao nosso propósito. Ele agradeceria a Denzel Washington, a tantas pessoas na Netflix, a Viola Davis… Não tenho as palavras dele, mas temos que celebrar todos que amamos. Querido, mantenha tudo isso vivo. Continue isso.”
Nas categorias musicais, “Soul” teve seu devido reconhecimento ao conquistar os prêmios de Melhor Animação e Melhor Trilha Sonora. Ainda sobre a pauta música, a italiana Laura Pausini recebeu em casa o troféu de Melhor Canção Original.
Melhor Filme – Drama
“Nomadland”
Melhor filme – Musical ou comédia
“Borat: fita de cinema seguinte”
Melhor diretora
Chloé Zhao — “Nomadland”
Melhor atriz de filme – Drama
Andra Day (“Estados Unidos Vs Billie Holiday”)
Melhor ator de filme – Drama
Chadwick Boseman (“A voz suprema do blues”)
Melhor atriz em filme – Musical ou comédia
Rosamund Pike (“Eu me importo”)
Melhor ator em filme – Musical ou comédia
Sacha Baron Cohen (“Borat: fita de cinema seguinte”)
Melhor ator coadjuvante
Daniel Kaluuya (“Judas e o messias negro”)
Melhor atriz coadjuvante
Jodie Foster (“The Mauritanian”)
Melhor roteiro
“Os 7 de Chicago”
Melhor filme em língua estrangeira
“Minari – Em Busca da Felicidade” | (Estados Unidos)
Melhor animação
“Soul”
Melhor trilha sonora
“Soul” – Trent Reznor, Atticus Ross, Jon Batiste
Melhor canção original
“Io Si (Seen)” de “Rosa e Momo” – Diane Warren, Laura Pausini, Niccolò Agliardi
Melhor série – Drama
“The Crown”
Melhor série – Musical ou comédia
“Schitt’s Creek”
Melhor série limitada ou filme para TV
“O gambito da rainha”
Melhor atriz em série – Drama
Emma Corrin (“The Crown”)
Melhor ator em série – Drama
Josh O’Connor (“The Crown”)
Melhor atriz em série – Musical ou comédia
Catherine O’Hara (“Schitt’s Creek”)
Melhor ator em série – Musical ou comédia
Jason Sudeikis (“Ted Lasso”)
Melhor atriz em série limitada ou filme para TV
Anya Taylor-Joy (“O Gambito da Rainha”)
Melhor ator em série limitada ou filme para TV
Mark Ruffalo (“I Know This Much Is True”)
Melhor atriz coadjuvante em série
Gillian Anderson – “The crown”
Melhor ator coadjuvante em série
John Boyega (“Small Axe”)
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