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Clássico álbum de Elis Regina é relançado em LP remasterizado
“Hoje de manhã quando acordei olhei a vida e me espantei“, cantou Elis Regina em 1972. Poderia ser hoje também, por que não? A letra de “20 Anos Blues”, clássico que abre o disco “Elis”, faz uma reflexão sobre uma juventude que se depara com a chegada abrupta dos 20 anos – um balde de água fria em que se derramam responsabilidades, temores e indecisões.
No instante seguinte, ela sonha com uma casa no campo. Uma vida simples, cheia de amigos, discos e livros. É apenas o início de um afago musical. Reza a lenda que quando o LP chegou às suas mãos, semanas antes da estreia, houve uma audição com o produtor Roberto Menescal. Ouviram juntos o repertório dos dois lados ao passo que, quando a agulha deslizou no vazio, Elis ficou em silêncio por alguns segundos. Por fim, disse: “Cara, eu sou foda escolhendo repertório”.
Cinco décadas depois e remasterizado, “Elis 72”, ou “o disco da cadeira”, como ficou popularmente conhecido, ganha uma edição comemorativa. Em nova tiragem feita em vinil, CD e formato digital, a antiga Philips, hoje Universal Music, promove um passeio sonoro cheio de sutilezas, impregnado com a alma valente da pimentinha. É o resgate a uma das reuniões de clássicos mais deslumbrantes da MPB.
São doze faixas apaixonadas, que mexem com a memória afetiva e se revelam, emocionalmente, despudoradas ao destacar a ternura e a visceralidade que fizeram daquela jovem gaúcha a maior cantora que o Brasil já viu. “Elis 72” também é história: eis aqui as primeiras gravações ao lado do ‘Quarteto Fantástico’, formado por Cesar Camargo Mariano (piano), Luisão Maia (baixo) Hélio Delmiro (guitarra) e Paulo Braga (bateria).
Sob a direção artística de João Marcelo Bôscoli, filho da cantora, e engenharia de som de Luiz Paulo Serafim, é hora de ouvir mais uma vez o que Elis tem a dizer.
Ouça no streaming.